Invasão soviética de Xinjiang

Invasão soviética de Sinquião
Rebelião de Kumul
Data 1934
Local Sinquião
Desfecho Cessar-fogo, Sinquião dividido em dois
Beligerantes
Taiwan República da China  União Soviética
RússiaExército Branco
Comandantes
Taiwan Chiang Kai-shek

Taiwan Ma Zhongying
Taiwan Zhang Peiyuan †
Taiwan Ma Hushan

Taiwan Ma Shih-ming
União Soviética Josef Stalin

União Soviética General Volgin
União Soviética Ishaq Beg
Rússia General Bektieieff (General Bekteev)

Rússia Coronel Proshkukarov
Forças
36ª Divisão (Exército Revolucionário Nacional) cerca de 10.000 soldados chineses muçulmanos da cavalaria e da infantaria
3000 soldados chineses han da guarnição de Ili [1]
7000 soldados russo soviéticos do GPU e do Exército Vermelho em duas brigadas, aviões, tanques, gás mostarda[2]

Vários milhares de soldados russos brancos

Vários milhares mongóis Torguts

A invasão soviética de Xinjiang, Sinquião[3][4] ou Xinjião[5] foi uma campanha militar na região noroeste chinesa de Sinquião em 1934. As forças russas brancas auxiliaram o Exército Vermelho soviético. [6]

Antecedentes

Em 1934, as tropas chinesas muçulmanas de Ma Zhongying, apoiadas pelo governo do Kuomintang da República da China estavam prestes de derrotar o fantoche soviético Sheng Shicai durante a Batalha de Urumqi (1933-1934) na Rebelião de Kumul.

O General Ma Zhongying, um hui (muçulmano chinês), havia anteriormente frequentado a Academia Militar de Whampoa em Nanjing em 1929, quando era administrada por Chiang Kai-shek, que também era o chefe do Kuomintang e líder da China. [7][8]

Ma Zhongying foi então enviado de volta à província de Gansu depois de se formar na academia e lutou na Rebelião de Kumul onde, com o apoio tácito do governo central do Kuomintang da República da China, tentou derrubar o primeiro governo pró-provincial soviético liderado pelo governador Jin Shuren, antecessor de Sheng Shicai. Ma invadiu Sinquião para apoiar partidários do Canato de Kumul e recebeu a aprovação oficial e designação do Kuomintang como a 36ª Divisão.

No final de 1933, o comandante provincial han, General Zhang Peiyuan, e seu exército han desertaram do governo provincial para o lado de Ma Zhongying e se juntaram a ele em uma guerra contra o governo provincial de Jin Shuren.

União Soviética invade a República da China

Em 1934, duas brigadas de cerca de 7.000 soldados russos soviéticos da GPU, apoiadas por tanques, aviões e artilharia com gás mostarda, cruzaram a fronteira para ajudar Sheng Shicai a adquirir o controle de Sinquião. As brigadas foram nomeadas "Altayiiskii" e "Tarbakhataiskii". [9] O exército manchuriano de Sheng estava sendo severamente vencido por uma aliança do exército chinês han de Ili liderado pelo general han Zhang Peiyuan, e a 36ª Divisão muçulmana chinesa liderada pelo general muçulmano chinês Ma Zhongying. [10] Ma lutou sob a bandeira do governo Kuomintang da República da China. A força conjunta soviéticos-russos brancos foi chamada de "Voluntários de Altai”. Os soldados soviéticos disfarçaram-se com uniformes carentes de marcações e ficaram dispersos entre os russos brancos. [11]

Apesar de seus primeiros êxitos, as forças de Zhang foram assaltadas de Gulja e Chuguchak, e ele cometeu suicídio após a batalha no passo de Muzart para evitar captura.

Embora os russos soviéticos fossem superiores à 36ª Divisão, tanto de recursos humanos e tecnologia, foram mantidos afastados por semanas e tiveram pesadas baixas. A 36ª Divisão conseguiu deter as forças soviéticas de abastecer Sheng com equipamento militar. Tropas muçulmanas chinesas lideradas por Ma Shih-ming conseguiram afastar as forças russas superiores armadas com metralhadoras, tanques e aviões por cerca de 30 dias. [12]

Quando relatos de que as forças chinesas haviam derrotado e assassinado os soviéticos chegaram aos prisioneiros chineses em Urumqi, teriam ficado tão eufóricos que saltaram em suas celas. [13]

Ma Hushan, Vice-Comandante Divisional da 36ª Divisão, tornou-se bem conhecido por vitórias sobre as forças russas durante a invasão. [14]

Neste ponto, Chiang Kai-shek estava pronto para enviar Huang Shaohong e sua força expedicionária que convocou para auxiliar Ma Zhongying contra Sheng, mas quando Chiang ouviu falar sobre a invasão soviética, ele decidiu retirar-se para evitar um incidente internacional se suas tropas envolvessem diretamente os soviéticos. [15]

Batalha de Tutung

Em 1934, duas brigadas soviéticas russas da GPU, compostas por cerca de 7.000 soldados apoiados por tanques, aviões e artilharia, atacaram a 36ª Divisão perto de Tutung. A batalha durou várias semanas sobre o congelado rio Tutung. Os soldados da 36ª Divisão vestidos de pele de ovelhas na neve, e atacaram postos de metralhadoras soviéticas com espadas para derrotar um ataque em pinça soviético. Aviões soviéticos bombardearam a 36ª Divisão com gás mostarda. Ambos os lados sofreram pesadas baixas antes de Ma Zhongying ordenar retirada da 36ª Divisão. [16][17]

Batalha de Dawan Cheng

Ma Zhongying foi perseguido por uma combinação de forças russas brancas, mongóis, e colaboracionistas chinesas. Como retirou suas forças, Ma Zhongying encontrou uma coluna de carro blindado soviético de algumas centenas de soldados próxima de Dawan Cheng. A 36ª Divisão eliminou quase toda a coluna, depois dos soviéticos entrarem em feroz combate corpo a corpo, e derrubar os carros blindados russos destruídos para baixo da montanha. Quando uma força russa branca apareceu, Ma Zhongying se retirou. [16][18][19]

Durante a Batalha de Dawan Cheng, Ma Zhongying pela última vez tentou retomar a iniciativa de atacar tropas soviéticas. Ele cavou trincheiras de perfil completo em um passo de montanha estreito e bloqueou o avanço das tropas soviéticas durante semanas. No entanto, os bombardeios aéreos de gás mostarda de suas posições, afetando cerca de 20% de suas tropas, obrigou-o a retirar as suas forças no final de fevereiro de 1934 de Dawan Cheng para Turpan.

Conclusão de operações

Equipamento russo capturado

A 36ª Divisão estava severamente carente em armas. Rifles e outros equipamentos datados por volta de 1930 foram capturados dos russos como despojo para aumentar suas próprias armas. [20]

Ver também

Referências

  1. Howard L. Boorman, Richard C. Howard, Joseph K. H. Cheng (1970). Biographical dictionary of Republican China, Volume 3. [S.l.]: Columbia University Press. p. 122. ISBN 0-231-08957-0 
  2. Pearson, Graham S. «Uses of CW since the First World War». FEDERATION OF AMERICAN SCIENTISTS 
  3. Gonçalves, Rebelo (1947). «Sinquião». Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa. Coimbra: Atlântida - Livraria Editora 
  4. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022 
  5. Bibliotecas e arquivos de Portugal - Volume 3. Lisboa: Portugal. Direcção-Geral dos Assuntos Culturais. 1973. p. 29 
  6. Dickens, Mark (1990). «The Soviets in Xinjiang 1911-1949». OXUS COMMUNICATIONS 
  7. Lars-Erik Nyman (1977). Great Britain and Chinese, Russian and Japanese interests in Sinkiang, 1918-1934. [S.l.]: Esselte studium. p. 52. ISBN 9124272876 
  8. Andrew D. W. Forbes (1986). Warlords and Muslims in Chinese Central Asia: a political history of Republican Sinkiang 1911-1949. Cambridge, England: CUP Archive. p. 53. ISBN 0-521-25514-7 
  9. S. Frederick Starr (2004). Xinjiang: China's Muslim borderland. [S.l.]: M.E. Sharpe. p. 79. ISBN 0-7656-1318-2 
  10. David D. Wang (1999). Under the Soviet shadow: the Yining Incident : ethnic conflicts and international rivalry in Xinjiang, 1944-1949. Hong Kong: The Chinese University Press. p. 52. ISBN 962-201-831-9 
  11. Andrew D. W. Forbes (1986). Warlords and Muslims in Chinese Central Asia: a political history of Republican Sinkiang 1911-1949. Cambridge, England: CUP Archive. p. 302. ISBN 0-521-25514-7 
  12. Andrew D. W. Forbes (1986). Warlords and Muslims in Chinese Central Asia: a political history of Republican Sinkiang 1911-1949. Cambridge, England: CUP Archive. p. 120. ISBN 0-521-25514-7 
  13. Georg Vasel, Gerald Griffin (1937). My Russian jailers in China. [S.l.]: Hurst & Blackett. p. 52 
  14. M. Rafiq Khan (1963). Islam in China. Delhi: National Academy. p. 63 
  15. Hsiao-ting Lin (2010). Modern China's Ethnic Frontiers: A Journey to the West. [S.l.]: Taylor & Francis. p. 46. ISBN 0-415-58264-4 
  16. a b Christian Tyler (2004). Wild West China: the taming of Xinjiang. New Brunswick, New Jersey: Rutgers University Press. p. 112. ISBN 0-8135-3533-6 
  17. Andrew D. W. Forbes (1986). Warlords and Muslims in Chinese Central Asia: a political history of Republican Sinkiang 1911-1949. Cambridge, England: CUP Archive. p. 120. ISBN 0-521-25514-7 
  18. Andrew D. W. Forbes (1986). Warlords and Muslims in Chinese Central Asia: a political history of Republican Sinkiang 1911-1949. Cambridge, England: CUP Archive. p. 121. ISBN 0-521-25514-7 
  19. Ai-ch'ên Wu, Aichen Wu (1940). Turkistan tumult. Methuen: Methuen. pp. 89, 234 
  20. Andrew D. W. Forbes (1986). Warlords and Muslims in Chinese Central Asia: a political history of Republican Sinkiang 1911-1949. Cambridge, England: CUP Archive. p. 302. ISBN 0-521-25514-7