Dois homens de mãos dadas como um ato homoafetivo em público (1993)
Homoafetividade é um neologismo para o conjunto de expressões de amor ou carinho entre pessoas do mesmo sexo ou gênero .[ 1] Refere-se, principalmente, aos sentimentos e emoções de apreço e admiração que se manifestam tanto por um homem por outro homem, como também por uma mulher por outra mulher, sem necessariamente ter significado erótico (homoerotismo ), como nem sexual (homossexualidade ) envolvido, podendo incluir o amor romântico (homorromanticidade ) ou queerplatônico , união civil , amasiamento ou amabilidade , e casamento . É um conceito utilizado no campo das ciências sociais , como a sociologia e a psicologia ,[ 2] também no direito e na teologia .[ 3]
Descrição
Bandeira arco-íris dentro de um coração
As primeiras menções ao conceito de homoafetividade ocorreram em estudos sobre comportamento entre pessoas do mesmo sexo no início do século XXI .[ 4] A jurista e ativista brasileira pelos direitos homoafetivos,[ 5] Maria Berenice Dias , foi uma das pioneiras na cunhagem deste termo e na utilização do conceito aplicado ao direito da família , replicando-o posteriormente para outras disciplinas do conhecimento,[ 6] sendo uma das suas principais preocupações a eliminação da estigmatização de pessoas que mantêm um vínculo amoroso estável e duradouro com alguém do mesmo sexo.[ 6] Entretanto, em inglês, o neologismo homoaffectional já existia.[ 7] [ 8]
Em termos semelhantes, mas com abordagens e escopos diferentes, o termo homossocialização é utilizado para a análise e investigação das interações sociais entre pessoas do mesmo gênero. No entanto, a homoafetividade também inclui as interações privadas e íntimas que dois homens ou duas mulheres podem vivenciar. Sob outras interpretações, como em certos estudos de gênero , também é entendido como o apreço e a irmandade (fraternidade ou sororidade ) que alguém pode sentir por todas as pessoas de gênero semelhante.[ 9] As ações homoafetivas entre duas pessoas incluem, por exemplo, abraços , beijos , carícias , dar as mãos e qualquer outra demonstração de afeto , na esfera pública ou privada , independentemente de haver ou não sentido erótico envolvido e da orientação sexual de participantes. Ou seja, é possível que pessoas heterossexuais vivenciem comportamentos homoafetivos sem serem homo ou bissexuais ,[ 10] dependendo de cada contexto e época do grau de tolerância social de cada um desses atos.[ 11]
O adjetivo é usado pela organização LGBT ABRAFH (Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas), que articula reivindicações por direitos de famílias homoparentais .[ 12] [ 13]
Assexuais também podem vivenciar orientações afetivas ,[ 14] incluindo a homoafetividade,[ 15] sem necessariamente vivenciar um comportamento homossexual ,[ 16] usando homoafetivo como termo análogo a homorromântico.[ 17] [ 18] A palavra poliafetividade, para se referir ao poliamor ou polifidelidade , também usa o mesmo sufixo .[ 19] [ 20]
Ver também
Referências
↑ ampas (18 de dezembro de 2004). «Homoafetividade: um novo substantivo» . Portal Jurídico Investidura . Consultado em 20 de agosto de 2024
↑ Lozano-González, Elizabeth S. (maio de 2018). «Análisis de las secuencias narrativas de cuatro sujetos sobre la aceptación y develamiento de su preferencia homoafectiva» . Consultado em 20 de agosto de 2024
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