Cunhou o termo "Direito à cidade" com o qual defendeu que a população deveria ter acesso à vida urbana e que foi desenvolvido no livro de mesmo nome publicado em 1968 em francês: “Le droit à la ville”.
Em seus livros sobre o espaço urbano, como o Direito à cidade (1968) e A revolução urbana, em (1970), nas quais analisa a influência do sistema econômico capitalista no espaço urbano, com base na necessidade do poder industrial de "modelar" a cidade de acordo com os seus interesses, mas sem excluir a influência de outros agentes sociais.
A obra de Henri Lefebvre é bastante extensa (escreveu mais de 70 livros), abrangendo análises do marxismo no século XX à luz dos textos do próprio Marx, e mantendo intenso debate com grandes filósofos da época, como Sartre. Opunha-se aos marxistas'''empiriocriticistas''' que, segundo ele, imobilizaram a teoria, tomando o discurso em absoluto e substituindo a vivência (vivido) pelo saber (concebido). Criticava os althusserianos por apagar a ação dos sujeitos no processo de comunicação. Segundo ele, fatores importantes como a vivência dos receptores, a "decodificação pelo cotidiano", as mediações e os lugares dos sujeitos foram esquecidos.
Seus debates sobre o marxismo o levaram a separar os textos de Marx dos textos produzidos sobre Marx. Segundo Lefebvre, muitos marxistas mataram a dialética, travando o movimento histórico pela consolidação do Estado e pelo pessimismo.
Em seus estudos, muito otimistas, recusava-se a criar modelos teóricos e a estabelecer programas de desenvolvimento (ver A revolução Urbana). Sua teoria não possui contornos fixos, pois, aos moldes da escrita de Nietzsche, a linguagem de Lefebvre possui algo de poético, numa clara tentativa de reencontrar a totalidade do social, possível pela obra, em oposição ao produto (real-ficção fragmentada da realidade), resultado do trabalho alienado.
No Brasil, são raras as publicações do filósofo. Em língua portuguesa há em torno de 1/3 de suas obras - em grande parte anteriores à década de 1970. A partir dos anos 2000 foram publicados, no Brasil: 'A Revolução Urbana, Espaço e Política e O Vale de Campan. Porém, uma de suas obras mais importantes, O Estado (em quatro tomos) não foi traduzida em português. Em 2020, foi publicado pela Lavrapalavra Editorial a obra O pensamento de Lênin.
Um importante estudo que demonstra bem a amplitude e densidade da obra deste filósofo é o livro organizado por José de Souza Martins: Henri Lefebvre e o retorno à dialética.
Filósofo e sociólogo, seus estudos contribuíram também para o desenvolvimento da sociologia e da geografia. Na sociologia, destaca-se a produção do método regressivo-progressivo, utilizado por Sartre em Crítica da Razão Dialética. Sua contribuição para a geografia foi mais profunda, pois toda a teoria atual desta disciplina se deve à tese de que o espaço é social, ou seja, é socialmente produzido. Sua tríade teórica: vivido - percebido - concebido, possibilitou os estudos de David Harvey e Milton Santos, grandes nomes da geografia contemporânea.
Livros
Português
Logical Formal/Lógica Dialética
O Direito à Cidade
O Marxismo
Sociologia de Marx
Para Compreender o Pensamento de Marx
Introdução à Modernidade
Metafilosofia
Posição contra os Tecnocratas
Nietzsche
Hegel, Marx, Nietzsche ou o Reino das Sombras
O Fim da História
Marx: com uma antologia de textos de Marx
O Vale de Campam
A irrupção. A Revolta dos Jovens na Sociedade
A Revolução Urbana, Espaço e Política
Problemas actuais do Marxismo (1977)
A vida Cotidiana no Mundo Moderno
Em francês ou inglês
1925 "Positions d'attaque et de défense du nouveau mysticisme", Philosophies 5–6 (March). pp. 471–506. (Pt. 2 do projeto "Filosofia da Consciência" (Philosophie de la consciousness) sobre ser, consciência e identidade, originalmente proposto como uma tese DES (equivalente francês de Master of Arts) a Léon Brunschvicg e eventualmente abandonado - a tese DES 1920 de Lefebvre foi intitulada Pascal et Jansénius ( Pascal e Jansenius ).)[1][2]
1934 com Norbert Guterman, Morceaux choisis de Karl Marx, Paris: NRF (numerosas reimpressões).
1936 com Norbert Guterman, La Conscience mystifiée, Paris: Gallimard (ed. Paris: Le Sycomore, 1979).
1937 Le nationalisme contre les nations (Prefácio de Paul Nizan), Paris: Éditions sociales internationales (reprinted, Paris: Méridiens-Klincksliek, 1988, Collection "Analyse institutionnelle", Présentation M. Trebitsch, Postface Henri Lefebvre).
1938 Hitler au pouvoir, bilan de cinq années de fascisme en Allemagne, Paris: Bureau d'Éditions.
1938 com Norbert Guterman, Morceaux choisis de Hegel, Paris: Gallimard (3 reimpressões 1938–1939; na coleção reimpressa "Idées", 2 vols. 1969).
1938 com Norbert Guterman, Cahiers de Lénine sur la dialectique de Hegel, Paris: Gallimard.
1946 L'Existentialisme, Paris: Éditions du Sagittaire.
1947 Logique formelle, logique dialectique, Vol. 1 of A la lumière du matérialisme dialectique, written in 1940–41 (2º volume censurado). Paris: Éditions sociales.
1947 Descartes, Paris: Éditions Hier et Aujourd'hui.
1947 Critique de la vie quotidienne, L'Arche
1942 Le Don Juan du Nord, Europe – revue mensuelle28, April 1948, pp. 73–104.
1950 Knowledge and Social Criticism, Philosophic Thought in France and the USA Albany N.Y.: State University of New York Press. pp. 281–300 (2ª ed. 1968).
1958 Problèmes actuels du marxisme, Paris: Presses universitaires de France; 4ª edição, 1970, Collection "Initiation philosophique"
1961 Critique de la vie quotidienne II, Fondements d'une sociologie de la quotidienneté, Paris: L'Arche.
1963 La vallée de Campan - Etude de sociologie rurale, Paris: Presses Universitaires de France.
1965 Métaphilosophie, prefácio de Jean Wahl, Paris: Éditions de Minuit, Collection "Arguments".
1965 La Proclamation de la Commune, Paris: Gallimard, Collection "Trente Journées qui ont fait la France".
1968 Le Droit à la ville, Paris: Anthropos (2a. ed.); Paris: Ed. du Seuil, Collection "Points".
1968 La vie quotidienne dans le monde moderne, Paris: Gallimard, Collection "Idées". Trans. Sacha Rabinovitch as Everyday Life in the Modern World. Allen Lane The Penguin Press, 1971.
1968 Dialectical Materialism, publicado pela primeira vez em 1940 Presses Universitaires de France , como Le Matérialisme Dialectique. Primeira tradução inglesa publicada em 1968 por Jonathan Cape Ltd. ISBN0-224-61507-6
1968 Sociology of Marx, N. Guterman trans. of 1966c, Nova York: Pantheon.
1969 The Explosion: From Nanterre to the Summit, Paris: Monthly Review Press. Publicado originalmente em 1968.
1970 La révolution urbaine Paris: Gallimard, Collection "Idées".
1970 Du rural à l'urbain Paris: Anthropos.
1971 Le manifeste différentialiste, Paris: Gallimard, Collection "Idées".
1971 Au-delà du structuralisme, Paris: Anthropos.
1972 La pensée marxiste et la ville, Tournai e Paris: Casterman.
1973 La survie du capitalisme; la re-production des rapports de production. Trans. Frank Bryant as The Survival of Capitalism. Londres: Allison and Busby, 1976.
1974 La production de l'espace, Paris: Anthropos. Tradução e Précis.
1974 com Leszek KołakowskiEvolution or Revolution, F. Elders, ed. Reflexive Water: The Basic Concerns of Mankind, London: Souvenir. pp. 199–267. ISBN0-285-64742-3
1975 Hegel, Marx, Nietzsche, ou le royaume des ombres, Paris: Tournai, Casterman. Collection "Synthèses contemporaines". ISBN2-203-23109-2
1975 Le temps des méprises: Entretiens avec Claude Glayman, Paris: Stock. ISBN2-234-00174-9
1978 com Catherine Régulier La révolution n'est plus ce qu'elle était, Paris: Éditions Libres-Hallier (tradução alemã de Munique, 1979). ISBN2-264-00849-0
1978 Les contradictions de l'Etat moderne, La dialectique de l'Etat, Vol. 4 of 4 De 1'Etat, Paris: UGE, Collection "10/18".
1981 Critique de la vie quotidienne, III. De la modernité au modernisme (Pour une métaphilosophie du quotidien) Paris: L'Arche.
1981 De la modernité au modernisme: pour une métaphilosophie du quotidien, Paris: L'Arche Collection "Le sens de la marché".
1985 com Catherine Régulier-Lefebvre, Le projet rythmanalytique Communications 41. pp. 191–199.
1986 com Serge Renaudie and Pierre Guilbaud, "International Competition for the New Belgrade Urban Structure Improvement", in Autogestion, or Henri Lefebvre in New Belgrade, Vancouver: Fillip Editions. ISBN978-0-9738133-5-7
1988 Toward a Leftist Cultural Politics: Remarks Occasioned by the Centenary of Marx's Death, D. Reifman trans., L.Grossberg and C.Nelson (eds.) Marxism and the Interpretation of Culture, Urbana: University of Illinois Press; Nova York: Macmillan. pp. 75–88. ISBN0-252-01108-2
1990 Du Contrat de Citoyenneté, Paris: Syllepse, 1990.
1991 The Critique of Everyday Life, Volume 1, John Moore trans., London: Verso. Originally published 1947. ISBN0-86091-340-6
1991 com Patricia Latour and Francis Combes, Conversation avec Henri Lefebvre P. Latour and F. Combes, eds. Paris: Messidor, Collection "Libres propos".
1992 com Catherine Regulier-Lefebvre Éléments de rythmanalyse: Introduction à la connaissance des rythmes, preface by René Lorau, Paris: Ed. Syllepse, Collection "Explorations et découvertes". English translation: Rhythmanalysis: Space, time and everyday life, Stuart Elden, Gerald Moore trans. Continuum, New York, 2004.
1995 Introduction to Modernity: Twelve Preludes September 1959-May 1961, J. Moore, trans., Londres: Verso. Publicado originalmente em 1962. ISBN1-85984-961-X
1996 Writings on Cities, Eleonore Kofman and Elizabeth Lebas, trans. and eds., Oxford: Basil Blackwell. ISBN0-631-19187-9
2003 Key Writings, Stuart Elden, Elizabeth Lebas, Eleonore Kofman, eds. Londres/Nova York: Continuum.
2009 State, Space, World: Selected Essay, Neil Brenner, Stuart Elden, eds. Gerald Moore, Neil Brenner, Stuart Elden trans. Minneapolis: University of Minnesota Press.
2014 Toward an Architecture of Enjoyment., L. Stanek ed., R. Bononno trans. (Minneapolis: University of Minnesota Press), a primeira publicação em qualquer idioma do livro escrito em 1973.