HD 110073

l Centauri
Dados observacionais (J2000)
Constelação Centaurus
Asc. reta 12h 39m 52,5s[1]
Declinação -39° 59′ 14,3″[1]
Magnitude aparente 4,64[1]
Características
Tipo espectral B8II/III[1] + F4–F5V[2]
Cor (U-B) -0,40[1]
Cor (B-V) -0,08[1]
Astrometria
Velocidade radial 15,1 km/s[1]
Mov. próprio (AR) -43,38 mas/a[1]
Mov. próprio (DEC) -25,25 mas/a[1]
Paralaxe 8,94 ± 0,24 mas[1]
Distância 365 ± 10 anos-luz
112 ± 3 pc
Magnitude absoluta -0,60
Detalhes
HD 110073 A
Massa 3,975 ± 0,151[3] M
Raio 3,7[4] R
Gravidade superficial log g = 3,81 cgs[5]
Luminosidade 385[3] L
Temperatura 12 086[5] K
Metalicidade [FeH] = -0,78[5]
Rotação v sin i = 28 km/s[6]
Idade 129 milhões[3] de anos
HD 110073 B
Massa 1,13[3] M
Luminosidade 1,23[3] L
Temperatura 5662[3] K
Outras denominações
l Centauri, CD-39 7748, HR 4817, HD 110073, HIP 61789, SAO 203681.[1]
HD 110073

HD 110073 (l Centauri) é um sistema estelar na constelação de Centaurus. Tem uma magnitude aparente visual de 4,64,[1] sendo visível a olho nu em locais com pouca poluição luminosa. Com base em medições de paralaxe, está localizado a aproximadamente 365 anos-luz (112 parsecs) da Terra.[1] É uma dos sistemas observados pela sonda Hipparcos com a menor variação de magnitude, com amplitude não maior que 0,01.[7]

O componente primário do sistema l Centauri é uma estrela de classe B com um tipo espectral de B8II/III,[1] com a classe de luminosidade 'II/III' indicando que pode ser uma gigante ou gigante luminosa. É uma estrela quimicamente peculiar da classe HgMn (estrela de mercúrio-manganês).[6] Tem uma massa de 3,975 vezes a massa solar e está brilhando com 385 vezes a luminosidade solar. Sua idade é estimada em 195 milhões de anos.[3] Com base em um diâmetro angular estimado de 0,3078 milissegundos de arco,[5] seu raio pode ser calculado em 3,7 raios solares.[4] Sua fotosfera irradia energia a uma temperatura efetiva de cerca de 12 100 K,[5] dando à estrela a coloração azul-branca típica de estrelas de classe B.[8]

Separado do primário por 1,192 segundos de arco, no mínimo 130 UA à distância do sistema, o componente secundário tem uma magnitude aparente de 7,93 na banda K (por comparação, a magnitude do primário nessa faixa é 4,85). Modelos evolucionários indicam que pode ser uma estrela da pré-sequência principal com uma massa de 1,13 vezes a massa solar,[3] luminosidade de 1,23 vezes a solar e uma temperatura efetiva de 5 660 K.[3] Seu tipo espectral foi estimado em F4–F5V.[2] O sistema pode conter uma terceira estrela, já que a primária já foi classificada como binária espectroscópica de linha única.[6] Um estudo mais recente, no entanto, não encontrou variações na sua velocidade radial que indicariam ser uma binária espectroscópica.[9]

Ambos os componentes do sistema já foram detectados como fontes de raios X; o primário e o secundário têm luminosidades de raios X de 1,0×1029 e 2,2×1029 erg/s, respectivamente. As emissões de raios X pelo secundário são esperadas para uma estrela de sua classe espectral, mas as da estrela primária são anormais; elas podem ser causadas pela companheira espectroscópica, se existir, ou pelo campo magnético da estrela, medido em 145 ± 158 G.[6]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n «SIMBAD query result - l Cen». SIMBAD. Centre de Données astronomiques de Strasbourg. Consultado em 9 de maio de 2017 
  2. a b Hubrig, S.; Marco, O.; Stelzer, B.; Schöller, M.; Huélamo, N. (novembro de 2007). «Establishing the nature of companion candidates to X-ray-emitting late B-type stars». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 381 (4): 1569-1574. Bibcode:2007MNRAS.381.1569H. doi:10.1111/j.1365-2966.2007.12325.x 
  3. a b c d e f g h i Hubrig, S.; Le Mignant, D.; North, P.; Krautter, J. (junho de 2001). «Search for low-mass PMS companions around X-ray selected late B stars». Astronomy and Astrophysics. 372: 152-164. Bibcode:2001A&A...372..152H. doi:10.1051/0004-6361:20010452 
  4. a b Lang, Kenneth R. (2006), Astrophysical formulae, ISBN 3-540-29692-1, Astronomy and astrophysics library, 1 3 ed. , Birkhäuser . O raio (R*) é dado por:
  5. a b c d e Allende Prieto, C.; del Burgo, C. (fevereiro de 2016). «New bright optical spectrophotometric standards: A-type stars from the STIS Next Generation Spectral Library». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 455 (4): 3864-3870. Bibcode:2016MNRAS.455.3864A. doi:10.1093/mnras/stv2518 
  6. a b c d Stelzer, B.; Huélamo, N.; Micela, G.; Hubrig, S. (junho de 2006). «Testing the companion hypothesis for the origin of the X-ray emission from intermediate-mass main-sequence stars». Astronomy and Astrophysics. 452 (3): 1001-1010. Bibcode:2006A&A...452.1001S. doi:10.1051/0004-6361:20054405 
  7. Adelman, S. J (fevereiro de 2001). «Research Note Hipparcos photometry: The least variable stars». Astronomy and Astrophysics. 367. pp. 297–298. Bibcode:2001A&A...367..297A. doi:10.1051/0004-6361:20000567 
  8. «The Colour of Stars». Australia Telescope, Outreach and Education. Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation. 21 de dezembro de 2004. Consultado em 10 de maio de 2017 
  9. Chini, R.; Hoffmeister, V. H.; Nasseri, A.; Stahl, O.; Zinnecker, H. (agosto de 2012). «A spectroscopic survey on the multiplicity of high-mass stars». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 424 (3): 1925-1929. Bibcode:2012MNRAS.424.1925C. doi:10.1111/j.1365-2966.2012.21317.x