Florida (30 Rock)
"Florida" é o décimoo episódio da sétima e última temporada da série de televisão de comédia de situação norte-americana 30 Rock, e o 129.° da série em geral. Foi realizado pela supervisora de enredo Claire Cowperthwaite e teve o seu enredo co-escrito por Tom Ceraulo e Matt Hubbard, que também assume a posição de co-produtor executivo. A sua transmissão original nos Estados Unidos ocorreu através da rede de televisão National Broadcasting Company (NBC) na noite de 17 de Janeiro de 2013. Dentre os artistas convidados, estão inclusos Ken Howard, Kristen Schaal, Lynda Gravatt, Tim Meadows, Megan Mullally, e Josh Flitter. No episódio, o executivo Jack Donaghy (interpretado por Alec Baldwin) e a sua amiga Liz Lemon (Tina Fey) viajam para Flórida para visitar a casa de Colleen Donaghy, mãe de Jack, onde fazem uma descoberta imprevisível. Entretanto, Jenna Maroney (Jane Krakowski) e Tracy Jordan (Tracy Morgan), astros do programa de televisão The Girlie Show with Tracy Jordan (TGS), lidam com o facto de Hazel Wassername (Schaal), uma antiga estagiária da NBC, iniciar um processo judicial contra o TGS. Em geral, "Florida" foi recebido com opiniões positivas pela crítica especialista em televisão do horário nobre, sendo amplamente aclamado por finalmente ter abordado o motivo de Jack e Liz nunca terem se envolveram romanticamente, e por manter a profundidade emocional e o humor característico da série, especialmente nas interações entre as duas personagens. No entanto, foi fortemente criticado por se focar em personagens menos apreciadas, como Hazel, e por decisões que alguns analistas de televisão acharam inconsistentes com a lógica da trama. De acordo com o sistema de mediação de audiências Nielsen Ratings, o episódio foi assistido por uma média de 3,44 milhões de agregados familiares durante a sua transmissão original norte-americana, e foi-lhe atribuída a classificação de 1,3 e quatro de share entre os telespectadores pertencentes ao perfil demográfico dos dezoito aos 49 anos de idade. Produção"Florida" é o décimo episódio da sétima e última temporada de 30 Rock. O seu enredo foi co-redigido por Tom Ceraulo e Matt Hubbard. Além de argumentista, Ceraulo também trabalho como produtor associado na série, e esta foi a sua quinta e última vez a escrever o argumento de um episódio da série, enquanto para Hubbard, que assume ainda o título de co-produtor executivo no seriado, esta foi a sua 17.ª e última vez a escrever o guião para um episódio da série. "Florida" foi realizado por Claire Cowperthwaite na sua segunda e última vez a receber um crédito por esta função em 30 Rock. Ela assume também a função de supervisora de enredo no seriado.[1] O ator e comediante Tim Meadows fez uma participação especial em "Florida" desempenhando Martin Lutherking, advogado de Hazel. Meadows foi integrante do elenco do Saturday Night Live (SNL), um programa de televisão humorístico norte-americano transmitido pela NBC no qual Tina Fey — argumentista-chefe, criadora, produtora executiva e atriz principal de 30 Rock — foi argumentista-chefe entre 1999 e 2006. Vários outros membros do elenco do SNL já fizeram uma participação em 30 Rock.[2] Eles são: Fred Armisen, Chris Parnell, Kristen Wiig, Will Ferrell, Jimmy Fallon, Amy Poehler, Julia Louis-Dreyfus, Bill Hader, Jason Sudeikis, Tim Meadows, Molly Shannon, Siobhan Fallon Hogan, Gilbert Gottfried, Bobby Moynihan, Rachel Dratch, Will Forte, Jan Hooks, Horatio Sanz, e Rob Riggle.[3][4] Ambos Fey e Tracy Morgan integraram o elenco principal do SNL, com Fey sendo ainda a apresentadora do segmento Weekend Update. Outros membros da equipa de 30 Rock que trabalharam em SNL são John Lutz, argumentista entre 2003 a 2010, e Steve Higgins, argumentista e produtor do SNL desde 1995.[5][6] O ator Alec Baldwin apresentou o SNL por dezassete vezes, o maior número de episódios por qualquer personalidade.[7] Segundo o produtor executivo Robert Carlock, a equipa do seriado planeava ter uma participação de Meadows como estrela convidada há muito tempo, mas tal nunca se concretizou.[8] O ator, amigo de Fey que também já expressou desejo de participar de 30 Rock em Julho de 2009 quando entrevistado pela revista New York Daily News,[9] já colaborou com Fey por várias vezes: no filme Mean Girls, e nas séries de televisão Great News e Girls5eva.[10] Outras participações especiais em "Florida" foram de Kristen Schaal e Megan Mullally. Ambas já haviam participado anteriormente do seriado, com Mullaly aparecendo duas vezes, em "Do-Over" na terceira temporada e "Game Over" na sétima, e Schaal tendo um papel recorrente na sexta temporada como Hazel Wassername, nova estagiária da NBC que é mais tarde despedida por Liz ao enganar Pete para que a deixasse atuar no TGS.[11] Embora os seus nomes tenham sido listados na sequência de créditos de abertura, os atores Scott Adsit e Judah Friedlander, respetivos intérpretes das personagens Pete Hornberger e Frank Rossitano, não participaram de "Florida".[1] EnredoJack Donaghy (Alec Baldwin), recém-promovido a diretor executivo da Kabletown, tenta ajustar os últimos detalhes antes da oficialização do seu cargo, incluindo a administração da herança da sua mãe. Liz Lemon (Tina Fey) acompanha-o numa visita à casa da sua mãe na Flórida na tentativa de ser mais espontânea, mas ambos são surpreendidos ao descobrir que Colleen, a mãe de Jack, tinha um relacionamento amoroso com a sua enfermeira, Martha (Lynda Gravatt). Inicialmente, Jack havia pensado que a enfermeira se estivesse a aproveitar da sua mãe, mas logo percebe que Colleen estava genuinamente feliz, o que o obriga a aceitar essa revelação. Ao longo da viagem, Jack e Liz discutem a natureza da sua própria relação, que é puramente platónica mas profunda, funcionando mais como mentorado/mentora do que algo romântico. Jack enfatiza que a sua amizade é mais interessante do que um relacionamento amoroso seria.[12] Enquanto isso, Tracy Jordan (Tracy Morgan) e Jenna Maroney (Jane Krakowski), deixados no comando do TGS, enfrentam o retorno inesperado de Hazel Wassername (Kristen Schaal), que inicia uma ação judicial de assédio sexual contra o programa. Isso cria a necessidade de todos os funcionários assinarem uma declaração afirmando nunca terem testemunhado qualquer tipo de comportamento impróprio, mas o estagiário Kenneth Parcell (Jack McBrayer), ex-namorado de Hazel, recusa-se a mentir. Depois de tentarem forçá=lo a assinar, Tracy e Jenna sentem-se culpados e permitem-no contar a verdade.[12] O episódio encerra com Jack a encontrar uma nova compreensão sobre a felicidade, Liz a receber a notícia de que poderá adotar dois filhos, e tudo parece resolvido. No entanto, Hank Hooper, atual diretor executivo da Kabletown, cancela o TGS devido à má publicidade causada pelo processo judicial.[12] Referências culturaisA franquia Star Wars, uma space opera norte-americana, é frequentemente referenciada em 30 Rock. Tracy já parou o trânsito em uma auto-estrada nova-iorquina a declarar em voz alta ser um cavaleiro espacial Jedi e já assumiu também a identidade da personagem Chewbacca.[13] Liz admite ser obcecada pela Princesa Leia, tendo se fantasiado dela por inúmeras vezes, inclusive por quatro Dia das bruxas e em tentativas de se livrar do serviço do júri tanto em Chicago quanto em Nova Iorque, e ainda no seu próprio casamento.[14] A actriz Carrie Fisher, intérprete da Princesa Leia na trilogia original da franquia, já participou de um episódio de 30 Rock.[13] Liz tem muitas vezes usado metáforas de Star Wars para descrever a sua vida, admitindo necessitar mais DVDs da saga, e apontando o filme Ataque dos Clones (2002) como o seu menos favorito.[15] Fey, uma fã ávida de Star Wars, disse que a piada ou referência à saga "começou a acontecer organicamente" quando a equipa apercebeu-se que tinha uma referência de Star Wars "em quase todos episódios." A argumentista disse que a partir de então "tornou-se uma coisa que [eles] tentaram manter no programa," e que mesmo que não pudessem incluir uma em cada episódio, ainda tinham uma "média muito alta de piadas," atribuindo a maioria das referências ao produtor executivo e argumentista Robert Carlock, a quem descreveu como "o especialista residente."[16] Em "Florida", Star Wars é referenciado quando Liz afirma não ser uma "vadia nerd qualquer," usando o facto de gostar de Star Wars como argumento.[17] A cena na qual Jenna diz "de certa forma, ainda estou presa debaixo de um Harvey Weinstein desmaiado, e estamos no Dia de Ação de Graças,"[18] ganhou repercussão na imprensa mediática e em plataformas sociais em Outubro de 2017 com o surgimento de acusações de abuso sexual contra Weinstein, um empresário norte-americano.[19] Uma referência à esta citação foi feita no documentário Former Hollywood Insider Speaks Out About Sexual Corruption (2017), distribuído pela cineasta francês Stefan Molyneux através do seu perfil no YouTube, e o trecho que contém a cena foi incluso no episódio "One Hollywood Hero" do podcast The Andrew Klavan Show, apresentado pelo comentador Andrew Klavan.[20][21] 30 Rock já havia mencionado anteriormente o suposto histórico de abuso sexual do empresário na sexta temporada, no episódio "Kidnapped by Danger".[22] Transmissão e repercussãoAudiênciaNos Estados Unidos, "Florida" foi transmitido pela primeira vez na noite de 17 de Janeiro de 2013 através da NBC como o décimo episódio da sétima e última temporada de 30 Rock, assim como o 135.° da série em geral.[23] Naquela noite, de acordo com as estatísticas publicadas pelo sistema de mediação de audiências Nielsen Ratings, o episódio foi assistido por 3,44 milhões de telespectadores norte-americanos. Além disso, foi-lhe atribuída a classificação de 1,3 e quatro de share no perfil demográfico dos telespectadores entre os dezoito aos 49 anos de idade, o que significa que foi visto por 1,3 por cento de todas as pessoas dos dezoito aos 49 anos de idade, e por quatro por cento de todas as pessoas dos dezoito aos 49 anos de idade dentre as que estavam a assistir à televisão no momento da transmissão.[24] Análises da crítica
Em geral, "Florida" foi recebido com opiniões mistas, sendo amplamente elogiado por mantere o desenvolvimento profundo das personagens principais, equilibrando comédia e emoção de forma eficaz. O diálogo entre Jack e Liz, abordando a razão pela qual nunca tiveram um relacionamento romântico, foi destacado como um ponto alto, mostrando que a sua relação mentor/aprendiz é mais rica e autêntica do que um romance convencional. A série também foi elogiada pelas referências meta e pelo humor autodepreciativo, que alegadamente enriqueceram a experiência para os fãs. No entanto, a série recebeu críticas pela decisão de focar em personagens menos queridas, como Hazel Wassername. Esta personagem, envolvida em um processo de assédio, foi vista como perturbadora e desnecessária, desviando a atenção das tramas mais envolventes e das personagens favoritos do público. Além disso, a distribuição desigual do tempo de tela e a saturação de piadas e subtramas foram apontadas como falhas, com alguns críticos achando que essas escolhas prejudicaram a narrativa. A decisão de cancelar o TGS também foi questionada por alguns analistas por parecer inconsistente com a lógica da trama, gerando frustração quanto ao destino do seriado.[29] Apesar de ter ficado muito feliz com o ritmo ágil do episódio anterior no seu comentário para a coluna Vulture da New York Magazine, a gazetista Whitney Pastorek expressou uma insatisfação geral com a resolução das tramas de "Florida", afirmando que o enredo, embora explorado de forma cómica, trouxe cenas com pouco impacto emocional, inclusive a revelação do relacionamento entre Colleen e Martha. Pastorek lamentou também a falta de esperança no episódio, como o fim do TGS foi causado pela personagem detestada Hazel, cujo retorno deixou a gazetista frustrada.[17] Este último sentimento foi partilhado pela colunista Amy Matangelo, que descreveu o retorno de Hazel como um "erro" na sua análise para a revista Paste, principalmente quando há personagens secundárias e terciárias muito mais adoradas. Matangelo sentiu que "Florida" pareceu uma oportunidade perdida de encerrar o seriado de forma satisfatória, e expressando desagrado pelas peripécias previsíveis e gastas de Tracy e Jenna, personagens cuja falta de crescimento tornou-se menos divertida com o passar do tempo, embora ainda mantenham a sua energia caótica típica. Por outro lado, a colunista destacou a aceitação de Jack da felicidade da sua mãe como o ponto mais alto do episódio.[27] Na sua apreciação para o portal Uproxx, o redator Alan Sepinwall reprimiu o episódio por tentar abordar duas histórias que poderiam ter sido desenvolvidas de forma mais completa. Apesar disso, enalteceu as piadas eficazes e parabenizou os argumentistas por usarem a última temporada não apenas para momentos humorísticos, mas também para resolver questões de longa data das personagens. Outro ponto destacado por Sepinwall foi a trama de Kenneth, que finalmente se impôs perante à equipa do TGS, consequentemente causando o fim do TGS, sugerindo que o programa só sobreviveu devido à disposição de Kenneth de se sacrificar pelos seus colegas.[30] Em um tom mais positivo, o colunista Roth Cornet destacou o equilíbrio entre o humor excêntrico e o desenvolvimento emocional das personagens no seu comentário para a publicação britânica IGN, enaltecendo principalmente o desenvolvimento de Liz, que finalmente toma uma decisão espontânea ao optar por adotar dois filhos. Para Corneth, esta escolha refletiu o tema central do episódio, que mostra que é possível mudar e encontrar maior satisfação pessoal. Embora não tenha ficado feliz pelo retorno de Hazel, o comentarista viu a sua presença como um dispositivo narrativo para avançar a trama e preparar Liz para a sua separação inevitável do TGS e, ao mesmo tempo, Hazel proporcionou um momento de crescimento para Tracy e Jenna, algo que Liz buscou fomentar ao longo da série.[26] A jornalista Britt Hayes concordou com este último aspeto, escrevendo na gazeta digital ScreenCrush que, embora Hazel tenha sido uma personagem divisiva, a sua presença exagerada faz sentido dentro do contexto da série, onde personagens como Jenna e Tracy são tão obcecadas com as suas próprias vidas que alguém tão instável como Hazel facilmente passa despercebida.[31] Em contrapartida, no seu julgamento para o jornal de entretenimento A.V. Club, a repórter Pilot Viruet observou que "Florida" equilibrou bem o humor e o desenvolvimento emocional, especialmente na autodescoberta de Jack sobre a sua dificuldade em encontrar a felicidade. No entanto, também achou que subtrama de Tracy e Jenna, porém engraçada, pareceu um pouco desgastada.[25] O comentador Dan Forcella, para o blogue TV Fanatic notou que apesar das "boas partes de Tracy [...] não foi um episódio que provocasse muitas gargalhadas. Isso não significa que não tenha sido um bom episódio. [Os argumentistas] Não se esforçaram muito para nos fazer rir, o que é surpreendente para 30 Rock, mas também é melhor do que tentar e falhar durante toda a meia hora."[28] Referências
Ligações externas
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