Fábrica Fagus
A Fábrica Fagus (em alemão: Fagus Fabrik ou Fagus Werk) é uma fábrica de sapatos em Alfeld, Alemanha. É um exemplo de arquitetura moderna. Construída por Carl Benscheidt, a fábrica foi projetada pelo arquiteto Eduard Werner, com fachadas desenhadas por Walter Gropius e Adolf Meyer. Foi construída entre 1911 e 1913, tendo o seu interior e outros pontos sido completados em 1925. InfluênciasA construção que teve maior influências na Fábrica Fagus foi a fábrica de turbinas AEG projetada por Peter Behrens. Gropius e Meyer trabalharam no projeto e com a Fagus, eles apresentaram a sua interpretação e crítica ao trabalho de seus professores. A principal edificação da Fagus pode ser vista como uma inversão da fábrica de turbinas. Ambas tem cantos sem suporte, e superfícies de vidro entre pilares que cobrem toda a altura do prédio. Entretanto, na fábrica de turbinas os cantos são cobertos por elementos pesados que se inclinam para o interior. As superfícies de vidro também se inclinam para o interior a são menores do que os pilares. Os elementos de suporte de carga são atenuados e a construção tem uma imagem de estabilidade e monumentalidade. Na Fagus exatamente o oposto acontece; os cantos são mantidos abertos e os pilares são diminuídos, deixando a superfície de vidro para a frente.[1] Gropius descreve esta transformação dizendo
Na época de construção da Fagus, Gropius estava coletando fotografias de construções industriais nos Estados Unidos a fim de serem usadas para a publicação Werkbund. O design destas fábricas americanas também foram fonte de inspiração para Fagus. História da construçãoO proprietário da FagusCarl Benscheidt (1858-1947) fundou a Companhia Fagus em 1910. Ele começou trabalhando para Arnold Rikkli, que praticava medicina natural, e lá aprendeu sobre sapatos ortopédicos (que eram muito raros na época). Em 1887 Benscheidt foi contratado pelo fabricante de sapatos Carl Behrens para trabalhar em sua fábrica em Alfeld. Após a morte de Behrens em 1896, Benscheidt tornou-se diretor da companhia, que estava indo pelo caminho de se tornar a maior do setor na Alemanha. Em outubro de 1910, ele pediu demissão pelas diferenças de opinião com o filho de Behrens.[3] ProjetoApós sua demissão, Benscheidt imediatamente começou sua própria companhia. Ele se juntou a uma companhia americana, adquirindo tanto capital quanto experiência. Ele comprou o terreno diretamente oposto à fábrica de Behren e contratou o arquiteto Eduard Werner (1847-1923), o qual ele já conhecia de uma reforma na fábrica de Behren. Embora Werner fosse especialista em projetos de fábricas, Benscheidt não se impressionou com seus desenhos. A sua fábrica foi separada da de Behren por uma linha de trem e Benscheidt usou a elevação da construção daquele lado (norte) como anúncio de propaganda para sua fábrica.[4] [5] Em janeiro de 1911 ele entrou em contato com Walter Gropius e ofereceu a ele o trabalho de redesenhar as fachadas dos planos de Werner. Gropius aceitou a oferta e uma longa colaboração começou e continuou até 1925 quando as últimas edificações terminaram. ConstruçãoDurante a construção, Gropius e seu companheiro Meyer ficaram sobre grande pressão para que mantivessem o ritmo da obra. A construção começou em maio de 1911 baseada nos planos de Werner e Benscheidt queria a fábrica funcionando no inverno do mesmo ano. Isso aconteceu em parte e em 1912 Gropius e Meyer estavam projetando o interior do edifício principal e outras edificações menores. A fim de pagar os custos adicionais do projeto de Gropius, Benscheidt e seu sócio americano decidiram ter um prédio menor do que o primeiro planejado. No inverno de 1912 ficava claro que a fábrica não conseguiria honrar todos os pedidos e uma expansão seria necessária. Desta vez, foi feito um contrato direto com Gropius e Meyer e, daqui em diante, eles seriam os únicos arquitetos das edificações da Fagus. A expansão praticamente dobrou a superfície dos edifícios sendo necessáris a adição de uma rua no lado sul. Isso gerou a oportunidade de se criar uma elevação própria para a rua. Inicialmente, a elevação principal foi considerada a norte, que ficava no lado norte, de frente à rodovia e à fábrica de Behren. Os trabalhos da expansão começaram em 1913 e estavam quase terminados quando a Primeira Guerra Mundial eclodiu. Durante a guerra era possível fazer trabalhos menores como na instalação elétrica e na chaminé, o que tornou uma caratcerística proeminente do complexo. Após a guerra o trabalho continuou com a adição de construções menores como portaria e muros. Naquela época, os arquitetos, em colaboração com professores e estudantes da Bauhaus, projetaram os interiores e móveis do edifício principal. Eles também recomendaram a Benscheidt vários designers para a campanha de publicadidade da Fagus. De 1923 a 1925, os arquitetos também trabalharam em uma nova expansão, mas esta nunca saiu do papel. Até que em 1927 Benscheidt escreveu para Gropius a fim de suspender todas as atividades até melhora das condições financeiras da empresa. Prédio principalO prédio que é comumente chamado de Edifício Fagus é o prédio principal. Ele foi construído em 1911 de acordo com os planos de Werner mas com as fachadas de vidro projetadas por Gropius e Meyer e depois expandido em 1913. O edifício Fagus tem uma base de tijolos escuros de 40 cm de altura, que se projetam da fachada em 4 centímetros. A entrada com o relógio é parte da expansão de 1913. O interior do prédio, que contem principalmente escritórios, foi terminado em meados da década de 1920. As outras duas grandes construções do local são o hall da produção e o armazém. Ambos construídos em 1911 e expandidos em 1913. O hall da produção é um edifício de um andar. É quase invisível da ferrovia e tem uma fachada própria após a expansão. O armazém é um edifício de quatro andares com poucas aberturas. O seu desenho seguiu de perto o plano original de Werner. Gropius e Meyer só fizeram mudanças pequenas no layout do complexo fabril. Além do mais, o layout pretendido por Werner para as construções individuais do complexo foram executadas; uma maior uniformidade e coerência foi obtida, entretanto, existem reduções que foram feitas por Gropius e Meyer em formato, material e cor. Sistema de construçãoPor muitos anos, as pessoas pensavam que o prédio principal era feito de concreto ou aço, graças a fachada de vidro. Entretanto, durante a sua renovação na década de 1980, ficou claro que não era nenhum dos dois. Jürgen Götz, o engenheiro responsável pela renovação desde 1982, descreve a construção assim: O mesmo tipo de desentendimento repousa na fachada de vidro do prédio, onde muitos a descrevem como um muro de cortina, similar à que Gropius usou para o Edifício Bauhaus em Desau. DesignEmbora construído com diferentes sistemas, todos os prédios do local tem uma imagem em comum e parecem-se como um todo. Os arquitetos conseguiram isso pelo uso de materiais comuns em todos os prédios. O primeiro é o uso de janelas de vidro que vão do chão ao teto em molduras de aço que contornam os cantos dos edifícios com um suporte estrutural visível (às vezes sem nenhum). O outro elemento unificador é o uso dos tijolos. Todos os edifícios tem como base um tijolo preto de 40 cm de altura e o restante de tijolos amarelos. O efeito combinado é uma sensação de luminescência ou como Gropius a chamou "eterealização"
GaleriaReferências
Ligações externas
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