As eleições estaduais no Piauí em 1954 ocorreram em 3 de outubro assim como as eleições no Distrito Federal, em 20 estados e nos territórios federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima.[1][2] Foram eleitos o governador Gaioso e Almendra, o vice-governador Ferreira de Castro, os senadores Leônidas Melo e Matias Olímpio, além de sete deputados federais e trinta e dois estaduais.[nota 1]
Natural de Teresina, Gaioso e Almendra iniciou sua carreira militar em 1918 ao sentar praça na Escola Militar do Realengo, chegando a primeiro-tenente em 1922. Chefe de polícia durante o governo Matias Olímpio, foi alçado à patente de capitão ao deixar o cargo.[nota 2] Chefe do estado-maior da 3ª Divisão de Cavalaria em Bagé, comandou a 2ª Divisão de Cavalaria em Uruguaiana e trabalhou na 10ª Região Militar em Fortaleza, além de cursar a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e a Escola de Estado-Maior do Exército.[3]
Membro de entidades como o Jockey Clube do Piauí, Clube dos Diários, Associação Comercial do Piauí, da Associação Industrial do Piauí e da Academia Piauiense de Letras, presidiu o Instituto Histórico e Geográfico do Piauí. Fundou a Associação dos Criadores Piauienses e a Associação dos Criadores do Brasil, além de ter presidido a Agroindústria Piauí.[4] Voltou ao cargo de chefe de polícia e comandou a Polícia Militar do Piauí durante o governo Landri Sales.[5] Líder de um pelotão enviado para combater durante a Revolução Constitucionalista de 1932, elegeu-se deputado estadual em 1934, contudo teve seu mandato extinto em razão do Estado Novo três anos mais tarde. Retornou à vida partidária no PSD e foi candidato a governador do Piauí em 1947 sendo derrotado por Rocha Furtado (UDN).[6] Com a eleição de seu cunhado Pedro Freitas para governador em 1950, Gaioso e Almendra foi secretário-geral do estado antes de sua eleição para governador em 1954, lembrando que "na sucessão de Pedro Freitas, formaram-se, no estado, as primeiras coligações partidárias posteriores à redemocratização do país" (SANTOS, 1988; p. 44).
Advogado nascido em Floriano e graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1948, Ferreira de Castro é genro de Osvaldo da Costa e Silva, eleito vice-governador pela Assembleia Legislativa do Piauí em 1947 no governo José da Rocha Furtado. Por influência familiar, Castro ingressou na UDN e foi eleito deputado estadual em 1950 e após migrar para o PTB elegeu-se vice-governador do Piauí na chapa de Gaioso e Almendra em 1954.[7][8][9][1][nota 3]
Resultado da eleição para governador
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral 189.119 eleitores compareceram às urnas, havendo 177.808 votos nominais (94,02%), 6.643 votos em branco (3,51%) e 4.668 votos nulos (2,47%).[1]
Candidatos a governador do estado
|
Candidatos a vice-governador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Gaioso e Almendra PSD |
Ver abaixo - |
- |
Coligação Democrática Trabalhista (PSD, PTB) |
101.689 |
57,19%
|
Lustosa Sobrinho UDN |
Ver abaixo - |
- |
Aliança Democrática Progressista (UDN, PSP, PL) |
76.119 |
42,81%
|
Eleito
Resultado da eleição para vice-governador
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral 189.119 eleitores compareceram às urnas, havendo 174.472 votos nominais (92,26%), 9.991 votos em branco (5,28%) e 4.656 votos nulos (2,46%).[1]
Candidatos a governador do estado
|
Candidatos a vice-governador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Ver acima - |
Ferreira de Castro PTB |
- |
Coligação Democrática Trabalhista (PSD, PTB) |
99.016 |
56,75%
|
Ver acima - |
Crisipo de Aguiar PSP |
- |
Aliança Democrática Progressista (UDN, PSP, PL) |
75.456 |
43,25%
|
Eleito
Resultado da eleição para senador
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral 189.119 eleitores compareceram às urnas, mas como eram duas as vagas em disputa, houve 324.803 votos nominais (85,87%), 46.101 votos em branco (12,19%) e 7.334 votos nulos (1,94%) resultando em 378.238 votos apurados.[1]
Candidatos a senador da República
|
Candidatos a suplente de senador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Leônidas Melo PSD |
Ver abaixo PSD |
- |
Coligação Democrática Trabalhista (PSD, PTB) |
97.612 |
30,05%
|
Matias Olímpio PTB |
Ver abaixo PTB |
- |
Coligação Democrática Trabalhista (PSD, PTB) |
87.488 |
26,94%
|
Adelmar Rocha UDN |
Ver abaixo UDN |
- |
Aliança Democrática Progressista (UDN, PSP, PL) |
72.345 |
22,27%
|
Joaquim Pires UDN |
Ver abaixo UDN |
- |
Aliança Democrática Progressista (UDN, PSP, PL) |
67.358 |
20,74%
|
Eleitos
Resultado da eleição para suplente de senador
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral 189.119 eleitores compareceram às urnas, mas como eram duas as vagas em disputa, houve 242.237 votos nominais (64,04%), 129.349 votos em branco (34,20%) e 6.652 votos nulos (1,76%) resultando em 378.238 votos apurados.[1][nota 4]
Candidatos a senador da República
|
Candidatos a suplente de senador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Ver acima - |
Mendonça Clark PSD |
- |
Coligação Democrática Trabalhista (PSD, PTB) |
95.674 |
39,50%
|
Ver acima - |
João Mendes Olímpio de Melo PTB |
- |
Coligação Democrática Trabalhista (PSD, PTB) |
87.033 |
35,93%
|
Ver acima - |
Manuel Nogueira Lima UDN |
- |
Aliança Democrática Progressista (UDN, PSP, PL) |
29.246 |
12,07%
|
Ver acima - |
Walter Alencar UDN |
- |
Aliança Democrática Progressista (UDN, PSP, PL) |
30.284 |
12,50%
|
Eleitos
Deputados federais eleitos
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[10][11]
Deputados estaduais eleitos
Foram eleitos 32 deputados estaduais para a Assembleia Legislativa do Piauí.[nota 7][nota 8]
Notas
- ↑ O território federal de Rondônia atendia pelo nome "Guaporé" enquanto Roraima era denominado "Rio Branco" enquanto no Distrito Federal não houve eleição para governador, apenas para o Senado Federal.
- ↑ O governo Matias Olímpio durou de 1º de julho de 1924 a 1º de julho de 1928. Quanto à Chefia de Polícia, o mesma foi transformada em Secretaria de Justiça e Segurança Pública, desmembrada em duas pastas no primeiro governo Hugo Napoleão.
- ↑ Entre o fim do Estado Novo e a instauração do Regime Militar de 1964 o vice-governador do estado era eleito em chapa dissociada do titular.
- ↑ A ordem dos candidatos a suplente de senador, independente da votação obtida por estes, está vinculada à ordem dos candidatos titulares.
- ↑ A página oficial da Câmara dos Deputados informa que o suplente Moura Santos foi convocado durante a legislatura no lugar de Sigefredo Pacheco.
- ↑ Faleceu no desastre da Cruz do Cassaco nas proximidades da atual cidade de Demerval Lobão em 4 de setembro de 1958 e em razão disso foi efetivado Carvalho Neto.
- ↑ O resultado da eleição para deputado estadual é idêntico ao teor de um livro publicado pelo Departamento de Imprensa Nacional em 1958, pois os números do TSE via Repositório de Dados Eleitorais apontam divergências quanto aos votos e a posição de alguns candidatos e embora não haja mudanças na relação dos eleitos, os números finais diferentes na "segunda lista" provocam discrepâncias quanto ao total dos votos nominais e de legenda e em relação ao comparecimento dos eleitores.
- ↑ Distribuição de deputados estaduais por legenda: quinze para o PSD, onze para a UDN, quatro para o PTB e duas para o PSP.
Referências
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Eleição | | |
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Eleições estaduais | |
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Territórios federais | |
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Artigos relacionados | |
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