Eleições estaduais em Santa Catarina em 1950
As eleições estaduais em Santa Catarina em 1950 ocorreram 3 de outubro como parte das eleições no Distrito Federal , em 20 estados e nos territórios federais do Acre , Amapá , Rondônia e Roraima .[ 1] Neste dia foram eleitos o governador Irineu Bornhausen [ nota 1] e o senador Gomes de Oliveira , além de nove deputados federais e trinta e nove deputados estaduais .
Nascido em Itajaí , Irineu Bornhausen foi despachante aduaneiro na Companhia Nacional de Navegação, comerciante e industrial.[ 2] Cunhado de Adolfo Konder e Vítor Konder , elegeu-se vereador em sua cidade natal em 1923 pelo Partido Republicano Catarinense . Reeleito em 1927, tornou-se presidente da Câmara Municipal e três anos depois foi eleito prefeito, mas não assumiu por causa da Revolução de 1930 .[ 3] Seis anos mais tarde elegeu-se prefeito de Itajaí e dessa vez assumiu o mandato, renunciando ao mesmo em 1939, já sob a vigência do Estado Novo .[ 3] Com o esgarçamento da Era Vargas , ingressou na UDN , presidindo o diretório estadual em diferentes ocasiões. Derrotado por Aderbal Ramos da Silva ao disputar o governo catarinense em 1947 , mas foi eleito governador em 1950 para um mandato de cinco anos ao derrotar o engenheiro civil Udo Deeke .[ 4] [ nota 2]
Natural de Joinville , o advogado Gomes de Oliveira formou-se em 1918 pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo . Exerceu sua profissão no regresso à sua cidade, onde fundou O Correio de Joinville . Neste jornal, manifestou-se em prol da Reação Republicana , coligação favorável a Nilo Peçanha na eleição presidencial de 1922 , vencida por Artur Bernardes . A seguir apoiou os movimentos tenentistas , cujo estopim foi a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana , sendo preso em razão de suas convicções.[ 5] Eleito deputado estadual em 1926, reelegeu-se quatro anos depois, mas não tomou posse devido a Revolução de 1930 . Eleito deputado federal três anos depois, ajudou na elaboração da Constituição de 1934 .[ 6] [ 7] Reeleito em 1935, teve o mandato extinto pelo Estado Novo e afastou-se da política, sendo eleito senador via PTB em 1950.[ 8]
Resultado da eleição para governador
Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador
Número
Coligação
Votação
Percentual
Irineu Bornhausen UDN
Não havia -
-
UDN (sem coligação)
147.074
55,14%
Udo Deeke PSD
Não havia -
-
PSD (sem coligação)
119.667
44,86%
Eleito
Resultado da eleição para senador
Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador
Número
Coligação
Votação
Percentual
Gomes de Oliveira PTB
Ver abaixo -
-
PTB (sem coligação)
144.533
56,37%
Nereu Ramos [ nota 3] PSD
Ver abaixo -
-
PSD (sem coligação)
111.879
43,63%
Eleito
Resultado da eleição para suplente de senador
Candidatos a suplente de senador
Candidatos a senador da República
Número
Coligação
Votação
Percentual
Antenor Taulois de Mesquita PTB
Ver acima -
-
PTB (sem coligação)
142.983
56,11%
João Davi Ferreira Lima PSD
Ver acima -
-
PSD (sem coligação)
111.855
43,89%
Eleito
Deputados federais eleitos
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados .[ 9] [ 10]
Deputados estaduais eleitos
Deputados eleitos para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina . (39 vagas)
Deputados estaduais eleitos
Partido
Votação
Percentual
Cidade onde nasceu
Unidade federativa
Érico Colin
UDN
7.807
2,80%
Joinville
Santa Catarina
Lenoir Vargas
PSD
4.935
1,77%
Tupanciretã
Rio Grande do Sul
Antônio Carlos Konder Reis
UDN
4.743
1,70%
Itajaí
Santa Catarina
Elpídio Barbosa
PSD
4.297
1,54%
Florianópolis
Santa Catarina
Annes Gualberto
PSD
4.267
1,53%
São Francisco do Sul
Santa Catarina
José Bittencourt
PSD
4.237
1,52%
Salvador
Bahia
Brás Joaquim Alves
PTB
4.082
1,46%
Brusque
Santa Catarina
Celso Ramos Branco
UDN
3.700
1,33%
Lages
Santa Catarina
Lecian Slovinski
PSD
3.695
1,32%
Cocal do Sul
Santa Catarina
Paulo de Tarso
UDN
3.513
1,26%
Florianópolis
Santa Catarina
Antônio de Barros Lemos
UDN
3.365
1,20%
Ouro Fino
Minas Gerais
João Ramos
PSD
3.280
1,17%
Lages
Santa Catarina
João de Sousa Cabral
UDN
3.029
1,08%
Florianópolis
Santa Catarina
Romano Massignan
UDN
3.012
1,08%
Alfredo Chaves
Rio Grande do Sul
Ivo Silveira
PSD
2.912
1,04%
Palhoça
Santa Catarina
Paulo Marques
PTB
2.901
1,04%
Criciúma
Santa Catarina
Clodorico Moreira
UDN
2.894
1,04%
Irineópolis
Santa Catarina
Antônio Gomes de Almeida
PSD
2.862
1,02%
Campos Novos
Santa Catarina
Oswaldo Cabral
UDN
2.802
1,00%
Laguna
Santa Catarina
Oscar da Nova
PSD
2.778
0,99%
Blumenau
Santa Catarina
Protógenes Vieira
PSD
2.773
0,99%
Palmas
Paraná
Oswaldo Bulcão Viana
UDN
2.752
0,98%
Florianópolis
Santa Catarina
João Estivalet
PSD
2.709
0,97%
Passo Fundo
Rio Grande do Sul
Frederico Küerten
UDN
2.699
0,97%
Braço do Norte
Santa Catarina
Luís de Sousa
UDN
2.672
0,96%
Florianópolis
Santa Catarina
Olívio Nóbrega
PSD
2.662
0,95%
Concórdia
Santa Catarina
Francisco de Sousa Neves
PTB
2.661
0,95%
Imaruí
Santa Catarina
Otacílio Nascimento
PTB
2.641
0,94%
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Fernando Oswaldo de Oliveira
PSD
2.577
0,92%
Três Barras
Santa Catarina
Cássio Medeiros
PRP
2.555
0,91%
Florianópolis
Santa Catarina
Reneau Cubas
UDN
2.509
0,90%
São Bento do Sul
Santa Catarina
José Gallotti
PSD
2.444
0,87%
Tijucas
Santa Catarina
Volney Collaço
PTB
2.417
0,86%
Tubarão
Santa Catarina
Ylmar de Almeida
PSD
2.398
0,86%
Florianópolis
Santa Catarina
Walter Cavalcanti
PSD
2.361
0,84%
Palmeira dos Índios
Alagoas
Manuel Siqueira Bello
PSD
2.345
0,84%
Clevelândia
Paraná
Vicente Schneider
PRP
2.318
0,83%
São Sebastião do Caí
Rio Grande do Sul
Waldemar Grubba
PSD
2.287
0,82%
Jaraguá do Sul
Santa Catarina
Enory Teixeira
PSP
1.668
0,59%
Teixeira Soares
Paraná
Fonte:[ 1]
Notas
↑ a b c O cargo de vice-governador foi instituído em Santa Catarina em 31 de janeiro de 1956.
↑ Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores, enquanto os onze estados remanescentes fixaram o mesmo em quatro anos.
↑ a b Os dispositivos da Lei Agamenon Magalhães permitiam a candidatura a mais de um cargo eletivo no mesmo pleito, sinecura derrubada pelo Regime Militar de 1964 . No presente caso, Nereu Ramos perdeu a eleição para senador, mas conquistou um mandato de deputado federal.
Referências
Bibliografia
Piazza, Walter : O poder legislativo catarinense: das suas raízes aos nossos dias (1834 - 1984) . Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1984.
Em itálico as ocasiões em que não houve eleição direta para governador .
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