A campanha eleitoral contou com a participação de 12 candidatos a prefeito e 1.233 candidatos a vereador. O prefeito em exercício César Maia, do DEM, não pôde buscar uma nova reeleição devido ao limite constitucional de dois mandatos consecutivos.
O primeiro turno foi realizado em 5 de outubro. Como nenhum candidato recebeu a maioria dos votos para ser eleito imediatamente em primeiro turno,[nota 1] os dois primeiros colocados desse, Eduardo Paes, candidato do PMDB, e Fernando Gabeira, candidato pelo PV, avançaram para o segundo turno.[1] Em 26 de outubro, Paes venceu a disputa, tendo sido eleito com 50,83% dos votos válidos (1.696.195 votos).
O apresentador de televisão e deputado estadualWagner Montes pensou em se candidatar a prefeito, chegou a liderar algumas pesquisas no período pré-eleitoral, porém, desistiu de se candidatar.[2] Outro que se candidataria era o coronel do Corpo de Bombeiros, Marcos Antônio Silva, pelo PR.O partido, no entanto preferiu dar apoio a Marcelo Crivella[3]
O então secretário do governador Sérgio Cabral, Eduardo Paes, trocou o PSDB pelo PMDB em outubro de 2007, a poucos dias da data limite para trocas de partido, visando já concorrer à prefeitura no ano seguinte. Meses depois, uma articulação entre César Maia e Anthony Garotinho quase excluiu Eduardo Paes, pois o acordo faria com que o DEM de César apoiasse o PMDB de Garotinho no interior, em troca do apoio dos peemedebistas a Solange Amaral do DEM na capital. Como reação, a ala peemedebista liderada por Sérgio Cabral declarou apoio ao deputado estadual Alessandro Molon, então o menos conhecido dos quatro pré-candidatos a prefeito do PT. Molon venceu as prévias petistas, mas perdeu o apoio do PMDB quando no último dia para que secretários se desincompatibilizassem de seus cargos para concorrer à eleição, Eduardo Paes foi exonerado e um acordo interno em seu partido garantiu sua candidatura. Com o terceiro maior tempo de TV, mas com uma propaganda que procurava exaltar mais o partido do que seu próprio nome, Molon começou em sétimo lugar nas pesquisas, e terminou a eleição em quinto lugar, ultrapassando Chico Alencar e Solange Amaral.
A eleição do Rio ficou conhecida pela ocupação das Forças Armadas Brasileiras em comunidades carentes pela suspeita de formação de "currais eleitorais", coação de eleitores e propaganda eleitoral irregular.[4]
Para que não houvesse a coação de eleitores na votação, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro proibiu a entrada de celulares, máquinas fotográficas e qualquer outro tipo de aparelho de captura de vídeo.[5]
A eleição carioca, mantendo uma tradição do eleitorado fluminense, registrou uma incrível reação do candidato do PV, Fernando Gabeira. No início da campanha, pesquisas de opinião pública indicavam que Gabeira tinha entre 7 e 8 pontos percentuais, bem atrás de seus principais concorrentes. Porém, o pevista chegou aos 18 pontos percentuais às vésperas do pleito, numa arrancada impressionante. Gabeira superou, nas urnas, o republicanoMarcelo Crivella, considerado o favorito para disputar o segundo turno contra o peemedebistaEduardo Paes. Gabeira conquistou 839.994 votos, ou 25,61% dos votos válidos e disputa o segundo turno com Paes.
A participação de jovens nas eleição carioca é a menor desde 1992.[7]
No primeiro turno, não houve debate no rádio nem na televisão,[8] uma vez que a lei eleitoral em vigor dizia que todos os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional deveriam ser convidados aos debates, ou aceitarem a contrapartida oferecida pela emissora. Paulo Ramos, do PDT, sexto colocado nas pesquisas, não aceitou. No segundo turno, o jornal O Globo promoveu um debate entre os candidatos Fernando Gabeira e Eduardo Paes no dia 9 de outubro. A Band Rio fez debate no dia 12 de outubro. A Folha de S.Paulo realizou debate no dia 15 de outubro.[9] O Jornal do Brasil,[10] o jornal O Dia, a TV Record, a rádio CBN e a TV Globo[11] farão ou fizeram debates.
Mesmo estando presa, a candidata Carmen Glória Guinâncio Guimarães, conhecida como Carminha Jerominho (PT do B) conseguiu se eleger vereadora com 23.157 votos. Carminha é filha do político Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, que é acusado de chefiar mílícias no Rio de Janeiro.[12] Após a eleição, Carminha teve a sua prisão revogada.
A candidata a vereadora Ingrid Gerolimich, do PT, que recebeu apoio do ex-comandante do BOPE, Rodrigo Pimentel, pediu reforço à polícia para protestar contra os currais eleitorais na Rocinha, onde foi encontrada uma ata do tráfico proibindo campanhas para outros candidatos que não o presidente da associação de moradores, Claudinho das Academias, do PSDC.[13]
O segundo turno no Rio de Janeiro começou com um desentendimento entre Fernando Gabeira e a vereadora Lúcia Helena de Amaral Pinto, a Lucinha. Gabeira falava pelo telefone com o verador Stepan Nercessian sobre a construção de um depósito público no bairro de Paciência. Gabeira tinha dito que Lucinha tinha uma "visão suburbana" do assunto e a camou de "analfabeta política"[14] Lucinha é contra a construção desse depósito público. Após esse desentendimento, Gabeira pediu desculpas à vereadora.[15]
Alguns candidatos derrotados no primeiro turno manifestaram apoio a Eduardo Paes como Marcelo Crivella (PRB) e Jandira Feghali[16] (PC do B). Gabeira, teve o apoio do prefeito César Maia, do prefeito eleito de Niterói, Jorge Roberto Silveira e da ex-ministra do meio-ambiente Marina Silva. O PT declarou apoio a Eduardo Paes, mas Alessandro Molon não compareceu aos eventos de campanha.[17] Após a eleição, declarou voto em Gabeira.[18]
Na campanha do segundo turno houve um festival de panfletos apócrifos com acusações sobre os candidatos, principalmente contra Fernando Gabeira.[19]
Eduardo Paes, que em 2005, quando era deputado federal pelo PSDB, chamara o presidente Lula de "chefe de quadrilha", após aparecer nas pesquisas do segundo turno atrás de Gabeira, chegou a escrever carta pedindo desculpas a Lula, para conseguir seu apoio. Este fato foi muito criticado pela mídia e ironizado por Gabeira durante um dos debates televisivos.
Horário Eleitoral Gratuito
As inserções televisivas são exibidas apenas pela TV Globo Rio de Janeiro e NGT. Eduardo Paes teve o maior tempo de exposição de propaganda eleitoral.[20] No rádio, foram exibidas nas emissoras com outorga na cidade do Rio de Janeiro.
Tempo de exposição
Candidato(a)
Tempo
Eduardo Paes (PMDB)
6 min e 48 seg
Fernando Gabeira (PV)
4 min e 46 seg
Alessandro Molon (PT)
4 min e 4 seg
Solange Amaral (DEM)
3 min e 36 seg
Jandira Feghali (PC do B)
2 min e 28 seg
Marcelo Crivella (PRB)
1 min e 51 seg.
Paulo Ramos (PDT)
1 min e 46 seg
Filipe Pereira (PSC)
1 min e 11 seg
Chico Alencar (PSOL)
54 seg
Vinicius Cordeiro (PT do B)
52 seg
Eduardo Serra (PCB)
50 seg
Antônio Carlos (PCO)
Resultados
Mapa eleitoral do 1º turno
Candidato mais votado por zona eleitoral no 1º turno (97):
Nota: Abaixo está a lista dos vereadores eleitos no processo eleitoral de 2008, note-se que mesmo se houver renúncias, licenças ou cassações essa lista não será alterada.
↑Segundo a lei eleitoral, o sistema de dois turnos – caso o candidato mais votado recebesse menos de 50%+1 dos votos – está disponível apenas em cidades com mais de 200 mil eleitores, como é o caso do município do Rio de Janeiro.