Eleição municipal de Igarassu em 2016
A eleição municipal de Igarassu em 2016 foi realizada para eleger um prefeito, um vice-prefeito e 15 vereadores no município de Igarassu, no estado brasileiro de Pernambuco. Foram eleitos Mario Ricardo Santos de Lima (PTB) e Elcione da Silva Ramos Pedroza Barbosa para os cargos de prefeito e vice-prefeita, respectivamente. Seguindo a Constituição, os candidatos são eleitos para um mandato de quatro anos a se iniciar em 1º de janeiro de 2017. A decisão para os cargos da administração municipal, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, contou com 75.143 eleitores aptos e 6.455 abstenções, de forma que 8,59% do eleitorado não compareceu às urnas naquele turno. AntecedentesMario Ricardo (PTB) já havia vencido as eleições para prefeito de Igarassu em 2012, com 53,77%[1] dos votos válidos. Nessa ocasião, Gesimário Baracho (PT) ficou em segundo lugar, com 23,71% dos votos, seguido por Ninho (PSB), com 22,72%. Em 2012, 60.088 eleitores foram às urnas, mas apenas 55.757 dos votos eram válidos. Houve 9.449 abstenções, 2.569 votos nulos e 1.762 votos brancos. Nas eleições de 2012, o PTB conseguiu eleger em Pernambuco, além do empresário Mario Ricardo, mais 24 prefeitos e 16 vice-prefeitos, em cidades como Garanhuns, Alagoinha e Itamaracá. CampanhaEm 2016, o principal adversário de Mario Ricardo na eleição majoritária foi Yves Ribeiro (PSB), conhecido como “o prefeito itinerante[2]”. Yves já havia sido eleito prefeito de Igarassu duas vezes, em 1996 e 2000, e em 2004, renunciou ao cargo para se candidatar à Prefeitura de Paulista. Durante a campanha eleitoral, Mario Ricardo foi protagonista de uma polêmica envolvendo o tradicional desfile das escolas do município.[3] Às vésperas das eleições, o então prefeito foi acusado por Yves Ribeiro de “transformar o evento cívico em ato político de campanha”. Os palcos pintados de azul (cor que simbolizava o candidato do PTB) e os elogios da apresentadora da festa aos feitos da administração municipal, segundo Yves, “depõem contra o prefeito-candidato e agridem fortemente a legislação eleitoral em vigor”. Após o evento, a Frente Popular de Igarassu, coligação da qual Yves é membro, entrou na Justiça[4] contra Mario Ricardo, mas não ganhou a causa. Em junho do mesmo ano, documentos do MPF indicavam que Yves Ribeiro, no momento prefeito da cidade de Paulista,[5] estava sendo investigado por provável desvio de recursos públicos federais. Durante a campanha, o candidato do PSB investiu em uma equipe de pesquisadores para levantamento das necessidades da comunidade. Os esforços do veterano político não foram suficientes para conter a reeleição de Mario Ricardo. ResultadosEleição municipal de Igarassu em 2016 para PrefeitoA eleição para prefeito contou com 5 candidatos em 2016: Mario Ricardo Santos de Lima (Partido Trabalhista Brasileiro), Yves Ribeiro (Partido Socialista Brasileiro), Aurelio Duarte de Oliveira (Partido Verde), Hélio André de Oliveira (Partido Socialismo e Liberdade) e José Carlos Mascena (Partido Comunista Brasileiro) que obtiveram, respectivamente, 38.708, 23.336, 574, 285, 168 votos. O Tribunal Superior Eleitoral também contabilizou 8,59% de abstenções nesse turno.[6]
Eleição municipal de Igarassu em 2016 para VereadorNa decisão para o cargo de vereador na eleição municipal de 2016, foram eleitos 15 vereadores com um total de 64.617 votos válidos. O Tribunal Superior Eleitoral contabilizou 2.124 votos em branco e 1.947 votos nulos. De um total de 75.143 eleitores aptos, 6.455 (8.59%) não compareceram às urnas .[7]
AnáliseOs primeiros meses da segunda gestão de Mário Ricardo já foram conturbados. Em abril de 2017, o prefeito foi “alvo de ação civil pública por atos de improbidade administrativa”,[8] segundo sites locais. Análises do TCE (Tribunal de Contas do Estado)[9] indicam ter havido “terceirização irregular na saúde de Igarassu, em benefício à Oscip, uma entidade privada”. Uma das irregularidades encontradas foi a burla ao processo licitatório. Tudo isso teria acontecido em 2015, durante a primeira gestão de Mario Ricardo. Em julho do mesmo ano, outra irregularidade no governo anterior de Mario Ricardo foi investigada pelo TCE. O prefeito foi multado em R$ 38 mil por ter realizado, em 2013, 3.816 contratações temporárias para cargos públicos, de maneira ilegal.[10] Segundo a Constituição Federal, as admissões por tempo determinado só podem ser realizadas caso haja comprovação de que tais cargos são essenciais para atender a necessidades contextuais de interesse público. De acordo com a auditoria, nenhum documento com justificativa foi apresentado pela prefeitura de Igarassu. O TCE ainda apontou que, em 2011, o município realizou concursos públicos para preencher vários cargos efetivos e, no entanto, nenhum dos servidores contratados estava na lista dos aprovados pela prova. Em 2019, Mario Ricardo lançou a pré-candidatura de Miguel Ricardo, seu filho, à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).[11] Apesar de ser uma das principais críticas populares à gestão do petebista, tal postura vem se mostrando uma tendência no cenário político de Pernambuco. Já em 2018, Aglailson Júnior (PSB), prefeito de Vitória do Santo Agostinho anunciou o nome do filho para a futura disputa eleitoral. O gestor da cidade de Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), também articula a candidatura da filha, Fabíola Cabral, levando-a a eventos políticos desde 2018. Ver tambémReferências
|