Debates na eleição presidencial brasileira de 2010
A temporada de debates nas eleições presidenciais brasileiras de 2010 foi realizada de 5 de agosto até o dia 30 de setembro.[1] Para a eleição de 2010, o Tribunal Superior Eleitoral aprovou três debates televisivos, além de um debate sem precedentes na Internet.[1] De acordo com as diretrizes do Tribunal Superior Eleitoral, os candidatos cujos partidos não estão representados na Câmara baixa do Congresso Nacional não são capazes de participar em debates televisivos.[2]
Tais candidatos estão contestando essa decisão, a fim de poder participar dos debates.[2] O primeiro debate televisionado ocorreu em 05 de agosto, realizada pela Rede Bandeirantes.[1]
Maurício Caleiro, em uma análise publicada no Observatório da Imprensa, argumentou que o desempenho dos candidatos "não ofereceu novos argumentos ou dados que podem influenciar decisivamente nas urnas".[6]
Juan Arias, correspondente do El País no Brasil, alegou sentir que Dilma Rousseff, "revelou suas inexperiência e nervosismo com hesitações, lapsos de repetição da fala, e suor no rosto".[7] Também argumenta que Serra, por outro lado, "dominou os temas, sentindo à vontade".[7]
Contrariamente às expectativas de muitos, o nome do altamente popular presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve quase inteiramente fora do debate.[5]
Repercussão
De acordo com Ibope, o primeiro debate - que foi ao ar simultaneamente a uma partida de futebol entre São Paulo Futebol Clube e Sport Club Internacional, que disputavam entre si uma vaga para representar o Brasil na final da Copa Libertadores - foi assistido por 5% dos telespectadores, enquanto a partida de futebol foi visto por 37%.[1]
Segundo a imprensa local, a coincidência temporal entre a partida de futebol e para o debate deixou claro qual é a preferência dos brasileiros, apenas dois meses antes da eleição.[1] A imprensa também disse que o debate foi "chato", "previsível", "morna" e "agradável".[1]
Arruda, que qualificou jocosamente Serra durante o debate, chamando-no de hipocondríaco por focar a saúde pública em seu discurso, esteve no primeiro lugar nos trending topic em Twitter após o debate exibido.[8]
O segundo debate foi realizado em 8 de setembro, às 23:00, horário de Brasília, e foi patrocinado pela TV Gazeta e O Estado de S. Paulo.[9] Todos os principais candidatos foram convidados a participar, mas Dilma Rousseff não compareceu.[10] Ela participou de compromisso na sua terra natal, Minas Gerais.[11]
O debate foi mediado pela apresentadora da TV Gazeta, Maria Lydia Flandoli.[10] A ausência de Dilma foi o ponto alto da noite, com José Serra e Plínio de Arruda Sampaio a criticando duramente por não comparecer.[10] Sampaio fez o comentário com mais repercussão contra ela, dizendo que "A Dilma é um blefe. Ela foi inventada. Ela está defendendo a política errante".[11] Serra disse que Dilma se recusou a participar, porque ela tem "dificuldade em explicar o que ela pensa".[11] Marina Silva também criticou a ausência da candidata presidencial.[10]
De acordo com diretrizes previamente estabelecidas por representantes de PSDB, PV e PSOL, a bancada de Dilma ficou vazia.[10] Serra equivocadamente ficou no pódio por um tempo após a sua chegada.[10]
Além da ausência da principal candidata, o outro tema que dominou o debate foi a divulgação de dados fiscais de membros do partido de Serra (incluindo a de sua filha Verônica) por funcionários da Secretaria da Receita, que Serra atribuiu a campanha de Dilma.[11] Marina criticou a resposta de Guido Mantega e disse que, se eleita, vai tomar "todas as medidas para que essa indignação não aconteça".[11] Serra mais uma vez culpou o Partido dos Trabalhadores pela divulgação dos dados.[11]
Reação
A TV Gazeta é uma rede de televisão menor, e não está disponível em todas as grandes cidades brasileiras. Portanto, o segundo debate teve menos impacto sobre o público do que o primeiro. Segundo o Ibope, foi visto por 76.000 pessoas no Grande São Paulo, o que correspondeu a cerca de 1% dos telespectadores.[12]
Cronologia
Cronologia dos debates televisionados nas eleições presidenciais no Brasil de 2010 - Primeiro turno
O debate televisionado esteve norteado em modelo arquitetado nos Estados Unidos, baseado em 12 perguntas feitas por eleitores que se dizem estar na condição de indecisão.[19]