Daniella Marques
Daniella Marques Consentino (Barra Mansa, 16 de outubro de 1979)[3] é uma administradora brasileira.[4] Compôs a equipe de economia de Jair Bolsonaro até 29 de junho de 2022, quando foi nomeada presidente da Caixa Econômica Federal,[5][6] cargo que exerceu até 9 de janeiro de 2023, quando foi exonerada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.[7][8] Presidência da CaixaSuspeita de liberação de créditos com finalidade eleitoralNo dia 27 de setembro de 2022, às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, o governo de Jair Bolsonaro publicou as regras para a disponibilização da opção de empréstimo consignado para beneficiários do programa de transferência de renda Auxílio Brasil[9][10]. A medida era vista como eleitoreira para especialistas[9]. A Caixa, sob presidência de Daniella, foi o único banco de grande porte que decidiu operar o empréstimo e teve papel central na política, respondendo por cerca de 80% da concessão do crédito[11]. Os grandes bancos haviam mostrado receio com a linha de crédito, considerada arriscada dado o perfil de vulnerabilidade do público-alvo[12][13]. O produto foi liberado pela Caixa no dia 11 de outubro[12], nove dias depois do primeiro turno, em que Bolsonaro teve seis milhões de votos a menos que Luiz Inácio Lula da Silva[13]. No dia 14 de novembro, duas semanas após o resultado das eleições, com a derrota de Bolsonaro, a Caixa informou internamente mudanças na concessão do consignado que restringiram o fornecimento de créditos[14]. Dados fornecidos pela Caixa ao portal UOL através da Lei de Acesso à Informação mostraram que 99% da carteira de crédito consignado do Auxílio Brasil do banco foram disponibilizados entre o primeiro e o segundo turno das eleições, reforçando suspeitas sobre o uso da instituição financeira para beneficiar o então presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro na reta final da disputa com Lula[11]. Um a cada seis beneficiários do Auxílio Brasil e do BPC contratou o empréstimo consignado, totalizando R$ 9,5 bilhões em desembolsos até 1º de novembro[15]. Representação no Tribunal de Contas da UniãoNo dia 30 de novembro de 2022, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) solicitou que o órgão investigasse a diretoria da Caixa Econômica Federal e o presidente Jair Bolsonaro pelas mudanças de critério na concessão de crédito consignado pelo Auxílio Brasil após as eleições presidenciais de 2022[16] devido a indícios de que a liberação de crédito teria sido usada pelo banco com finalidade eleitoral[16]. A representação citava em especial Marques, então presidente do Banco, e o "suposto envolvimento" de Bolsonaro[17].
Referências
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