Dalek (episódio de Doctor Who) Nota: Se procura pela história de 1963–64, veja The Daleks.
"Dalek" é o sexto episódio da primeira temporada moderna da série de ficção científica britânica Doctor Who, transmitido originalmente através da BBC One em 30 de abril de 2005. Escrito por Robert Shearman e dirigido por Joe Ahearne, o episódio marca o retorno dos Daleks, um dos principais vilões da série. No episódio, o Doutor, um alienígena viajante do tempo interpretado por Christopher Eccleston, e sua acompanhante Rose Tyler descobrem um esconderijo subterrâneo de propriedade do colecionador de artefatos alienígenas Henry van Statten, que guarda o único Dalek sobrevivente da Guerra do Tempo. Quando a criatura escapa, o Doutor corre contra o tempo para impedi-lo de chegar à superfície e aterrorizar a humanidade. O episódio também introduz Bruno Langley como Adam Mitchell, que se tornou no acompanhante do Doutor na história seguinte. No geral, "Dalek" recebeu críticas positivas; no entanto, a inserção de tortura e de linguagem sexual inadequada foram questionadas. O episódio também foi nomeado ao Prêmio Hugo de melhor apresentação dramática, forma curta, mas acabou apenas em terceiro lugar. EnredoA TARDIS se materializa em um amplo esconderijo subterrâneo perto de Salt Lake City, Utah, no ano de 2012. O Doutor e Rose olham ao redor e encontram vários artefatos alienígenas expostos. Os dois acabam capturados por soldados, que os levam para Henry van Statten, o proprietário da coleção. Enquanto o Doutor conversa com ele, Rose visita a instalação com um técnico chamado Adam Mitchell. Van Statten quer a opinião do Doutor sobre o orgulho de sua coleção, um ser que ele chama de "Metaltron", e o tranca dentro do cofre com o espécime. Ao descobrir que a criatura na verdade é um Dalek, espécie cujo ele pensava que tinha sido aniquilada durante a Grande Guerra de Tempo, o Doutor tenta destruí-lo, mas é parado pelos guardas de van Statten e escoltado de volta para seu escritório.[2] Enquanto isso, Adam leva Rose para ver o Dalek, e ficando com pena dele, ela toca sua carcaça. O Dalek absorve seu DNA e energia temporal, adquirida por suas viagens na TARDIS. O Dalek reconstitui sua força e se liberta das correntes que o aprisionavam. Em outra parte do complexo, Van Statten revela ao Doutor que não somente recolhe alienígenas, mas também tortura-os. Ele então tenta examinar de forma invasiva e violenta o corpo do Doutor para poder estudar sua fisiologia, mas ao ouvir os alarmes, acaba libertando-o. O Dalek então rompe o cofre em que foi selado e se conecta na internet, aprendendo que é (aparentemente) o último Dalek da sua espécie. Sem outros iguais a ele, a criatura volta à sua missão original: destruir toda a vida não-Dalek. Ele persegue Adam e Rose, matando os guardas no caminho.[2] Rose acaba presa dentro do cofre junto com o Dalek, que descobre que não pode exterminá-la por causa do DNA absorvido dela. Ele obriga o Doutor a deixá-lo sair e vai até o escritório de van Statten para matá-lo. Rose convence o Dalek à poupar a vida do homem e acompanha-o até a parte mais alta do cofre, onde ele explode um buraco no teto. O Dalek abre sua caixa e ao sentir a luz do sol, ele fica perturbado pelas novas emoções e ideias desenvolvidas, sentindo repulsa por sua própria existência. Ele pede a Rose para ordenar a autodestruição, que ela relutantemente concorda. Deste modo a criatura ativa o mecanismo e implode.[2] O assistente de Van Statten toma posse e ordena que a mente de seu ex-chefe seja apagada e ele deixado na estrada. O Doutor e Rose voltam para a TARDIS juntamente com Adam. Ele tenta convencê-los a sair imediatamente do lugar, mas Rose convida-o para viajar com eles.[2] ContinuidadeA capacidade dos Daleks voarem ou pairarem remonta a The Chase, onde um Dalek implicitamente levanta voo,[3] enquanto que em Revelation of the Daleks um Dalek pairou para exterminar duas vítimas. A primeira parte de Remembrance of the Daleks mostra uma criatura que foi vista claramente pairando acima de escadas.[4] Rose e Adam também aludem a uma longa piada de fãs sobre a incapacidade da espécie de subir escadas.[5][6][7] O sinal de chamada do helicóptero pessoal de Van Statten é "Bad Wolf One", uma frase recorrente ao longo da primeira temporada. Um trecho deste episódio é usado em "Bad Wolf", quando Rose lembra onde ela tinha encontrado a frase antes.[8] ProduçãoConcepçãoRob Shearman, o escritor do episódio, teve seu primeiro contato com Doctor Who em 2003, quando escreveu o áudio-drama Jubilee. O produtor executivo Russell T Davies se baseou nesta história para criar um ambiente ameaçador mostrado pelos Daleks em seu arco de estreia em 1963. O cenário passou de uma Terra alternativa em Jubilee para Utah, com o Dalek solitário sendo mantido em cativeiro pelo empresário Henry Van Statten, uma caricatura do presidente da Microsoft, Bill Gates.[9] O script passou por várias mudanças. A história em si foi inicialmente chamada de "Creature of Lies", e Van Statten foi originalmente chamado Hiram Duchesne. Por um curto período de tempo, Adam foi o filho do vilão, mas Shearman rejeitou a ideia.[9] Durante a produção, a BBC teve dificuldades em licenciar o uso Daleks, que eram de propriedade da Nation Estate.[9] Antes de conseguirem isso, uma história paralela foi desenvolvida; ela continha um alienígena semelhante a uma criança que matava por prazer. Apesar de descontinuada quando os direitos sobre os Daleks foram garantidos, a ideia foi reaproveitada para criar os Toclafanes de "The Sound of Drums" e "Last of the Time Lords".[10][11] FilmagensO episódio foi colocado no terceiro bloco de produção, junto com "Father's Day" e "The Long Game", este último retirado devido a atrasos na criação de efeitos especiais. A posição dessa história na temporada foi intencional, de modo a evitar uma queda de audiência antecipada, embora a BBC sugeriu que o episódio fosse o season premiere.[9] As filmagens começaram em 25 de outubro de 2004, no Museu Nacional de Cardiff,[12] antes de passarem para o Millennium Stadium no dia seguinte, onde a maior parte do episódio foi filmado. Os trabalhos terminaram em 3 de novembro de 2004, embora pequenas re-filmagens foram feitas em estúdio durante o resto do mês.[9] Recepção crítica e prêmiosAntes da transmissão, a organização Mediawatch-uk se queixou de certos elementos do episódio, caracterizando o encadeamento de Van Statten e a varredura invasiva do Doutor como uma cena de tortura "sadomasoquista". O órgão também reclamou de linguagem sexual inadequada durante um diálogo de Van Statten com Adam e Rose.[13] Quando foi lançado em DVD, o British Board of Film Classification (BBFC) deu ao episódio a classificação "inadequado para menores de 12 anos", por causa das cenas onde o Doutor é visto torturando o Dalek.[14] O BBFC declarou:
A recepção ao episódio foi positiva. Em sua primeira exibição, foi assistido por 7,73 milhões de espectadores, 46% do total da audiência naquela noite, vendo visto ao todo por 8,64 milhões de espectadores.[15][16] The Times afirmou que o episódio foi um "triunfo inqualificável". Um revisor do The Guardian comentou que "o script de Shearman superou as expectativas", e que o episódio "mostra muito bem as crianças de 2005 o que sempre foi tão maravilhoso sobre os latões icônicos". Para o The London Evening Standard, a única decepção foi chamar o episódio de "Dalek", estrando a surpresa. Já o Daily Mirror declarou que "por 30 maravilhosos minutos, o novo Doctor Who da BBC1 foi a melhor coisa na televisão".[17] Em 2010, o Den of Geek considerou este episódio como a segunda melhor história sobre os Daleks em toda a série.[18] O episódio foi nomeado para o Prêmio Hugo na categoria melhor apresentação dramática, forma curta, juntamente com "Father's Day" e "The Empty Child" / "The Doctor Dances", também de Doctor Who, mas acabou somente em terceiro lugar.[19] Referências
Ligações externas
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