Dórdia Viegas de Ribadouro
Dórdia Viegas de Ribadouro (m. c.1150[1]), foi uma rica-dona portuguesa, e senhora de importantes honras[2], como a de Lalim[3], que, através do seu casamento, foram herdadas pelos Sousas[4]. Primeiros anosElvira era filha do célebre Egas Moniz, o Aio, e da sua segunda[5][6] (ou única[7][3]) esposa, Teresa Afonso de Celanova, sendo provavelmente das filhas mais novas do prócere, tendo em conta a datação tardia do seu aparecimento na corte e inclusive da sua morte. Deveria ser ainda muito jovem aquando da morte do seu pai, em agosto de 1146. Até então a família havia sido das mais influentes de então na corte portuguesa: o seu pai havia sido o aio do então Rei de Portugal, Afonso Henriques, e os filhos mais velhos, Lourenço e Afonso, provavelmente criados em conjunto com o próprio monarca, desfrutavam de uma relação bastante próxima com o mesmo. Testamento paternoAquando da morte de Egas Moniz, os irmãos regressariam provavelmente da corte para dividir os bens do pai com a mãe. Ao seu irmão Lourenço, Egas passara a honra de Fonte Arcada, os cargos curiais (tenente de Lamego), o títulos de “conde” e senhor de Neiva e ainda a responsabilidade de ajudante na governação do reino. A Afonso o seu pai doou, de entre várias posses, as suas honras de Resende, Alvarenga e Lumiares; a Soeiro, couberam as honras de Vila Cova e Fontelo. A si, a honra de Lalim, e às suas irmãs Elvira e Urraca, couberam respetivamente as honras de Britiande e Mezio.[8]. Dado que os filhos mais novos eram provavelmente menores, a sua mãe Teresa ter-se-á encarregado do governo das honras que lhes couberam. CasamentoApesar de não surgir com muita frequência na documentação, conhecem-se dados importantes sobre esta donaː sabe-se, por exemplo, que desposou um dos grandes magnates portugueses do tempo, Gonçalo Mendes de Sousa, de quem teve duas filhas. Por casamento, Dórdia passou toda a sua herança para os Sousãosː a herança do pai incluía não só a honra de Lalim, mas também as de Ribelas, Várzea da Serra e parte do couto de Argeriz, partilhada aliás com os seus irmãos[9]. A 30 de janeiro de 1145[10], quando esta faz, à semelhança de outros familiares, uma doação ao Mosteiro de Paço de Sousa, que constava de dois casais em Vila Chã e um em São Félix da Marinha(concelho de Vila Nova de Gaia), três casais em Murracezes (Grijó, Vila Nova de Gaia) e quatro em Lalim (Lamego)[10], além de cem moios entre pão e vinho, duas vestimentas de linho, uma estola de pano, uma acítara e uma capa grecisca[9]. Esta é, no entanto, a última notícia da dona. Morte e posteridadeEm meados de 1159, Dórdia já não figura na doação que a mãe faz com todos os filhos vivos ao Mosteiro de Salzedas[3][11], pelo que deve ter falecido provavelmente entre 1145 e 1150[11]. Poderá ter-se sepultado, como o seu pai, no Mosteiro de Paço de Sousa, pois a sua mãe, à provável data da sua morte, não havia ainda fundado o salzedense, onde não deixou aniversário necrológico[1]. Não chega, portanto, a vender, como vários dos seus irmãos o fariam mais tarde, a sua parte do couto de Argeriz ao Mosteiro de Salzedas, tarefa que viria a ser desempenhada por uma das suas filhas, Elvira Gonçalves de Sousa, por volta de 1161[9], já, portanto, depois da sua morte. Matrimónio e descendênciaDórdia desposou, antes de 1145, Gonçalo Mendes de Sousa,[6] [12] filho de Mendo Viegas de Sousa e Teresa Fernandes de Marnel, de quem teve:
Referências
Bibliografia
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