Sua grade curricular tem duração ideal de oito semestres e é dividida em dois ciclos: nos dois primeiros anos, conhecidos como ciclo básico, há aulas de biologia, física, química, matemática e computação; nos dois anos finais, conhecidos como ciclo avançado, os alunos fazem iniciação científica ou estágio em pesquisa e desenvolvimento e montam uma grade com disciplinas oferecidas em qualquer instituição de ensino superior reconhecida no mundo, incluindo as de pós-graduação.[3]
A ideia por trás do curso surgiu de discussões no gabinete do então vice-reitorRoberto Lobo, nas quais, segundo ele, debatia-se a "[necessidade de] desmontar a rígida estrutura curricular [dos] cursos centrados nos departamentos".[6] Sua data oficial de criação — à época nomeado Curso Experimental de Ciências Moleculares — pode ser considerada 5 de julho de 1991, quando a Resolução CoG (Conselho de Graduação) n.º 3836, de 3 de julho do mesmo ano, foi oficialmente publicada na edição do Diário Oficial do Estado daquele dia.[7] Entretanto, seu reconhecimento pelo então Ministério da Educação e do Desporto só veio a acontecer com a Portaria n.º 613, de 13 de junho de 1996, publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia seguinte.[8]
Ingresso
Diferentemente dos outros cursos da USP, nos quais os estudantes ingressam através de um exame vestibular preparado pela FUVEST, o CM possui um próprio processo seletivo dentro da universidade.[9] Qualquer aluno regularmente matriculado na USP pode se inscrever, mas é comum que os mais bem-colocados no vestibular recebam um convite para o processo seletivo.[10]
Seu processo seletivo, que costuma ocorrer no fim do primeiro semestre, consiste em uma prova escrita de conhecimentos gerais e uma dinâmica de grupo, a partir do qual são selecionados, em média, 25 alunos anualmente[11] para uma turma que se iniciará no segundo semestre.[12]
Na prova escrita é feito um teste discursivo de matemática, física, química, biologia e inglês. Os aprovados na prova escrita, então, passam por uma entrevista em grupos de até vinte concorrentes, na qual é feito um debate científico entre os participantes.[13][2]
Estrutura
Ao contrário dos demais cursos da USP, o Curso de Ciências Moleculares não está vinculado a nenhum outro departamento ou faculdade, mas sim diretamente à Pró-Reitoria de Graduação. Nesse sentido, ele mantém certo grau de independência das demais unidades universitárias, embora conte com os recursos já existentes destas, como laboratórios e o corpo docente que ministra as disciplinas do ciclo básico.[14]
O curso, com duração prevista de quatro anos, é dividido em dois ciclos: os alunos ingressantes têm aulas de biologia, física, química, matemática e computação nos dois primeiros anos, conhecidos como ciclo básico; nos dois anos finais, conhecidos como ciclo avançado, os alunos fazem pesquisa e montam uma grade com disciplinas oferecidas em qualquer instituição de ensino superior reconhecida no mundo, incluindo as de pós-graduação.[3] O aluno aprovado pode desistir a qualquer momento de sua matrícula no curso, pelo que retornará ao seu instituto de origem.[15]
Em contraste aos outros cursos da universidade, ocorre semestralmente uma reunião da Comissão de Graduação para decidir quais alunos irão permanecer no curso. Na reunião, composta pelo pró-reitor de Graduação da USP, pelo coordenador do curso, por professores e por representantes discentes, é avaliado o desempenho individual dos alunos, podendo haver desligamento e retorno ao instituto de origem em casos nos quais o aproveitamento não seja considerado satisfatório pela Comissão.[3]
↑ abBentivegna, Elise (15 de fevereiro de 2013). «Fábrica de gênios?». Faculdade Cásper Líbero. Consultado em 13 de julho de 2019. O curso nasceu com a pretensão de formar profissionais capazes de interpretar as linguagens das ciências estudadas e integrá-las dentro do campo científico ou do mercado.
↑ abcSantos, Bárbara Ferreira (21 de abril de 2014). «Alunos reclamam de falta de transparência em curso da USP». Estadão. Grupo Estado. Consultado em 15 de julho de 2019. Os selecionados têm aulas de Biologia, Física, Matemática, Química e Computação nos dois primeiros anos. Nos dois anos finais, fazem uma pesquisa e montam sua grade, [... podendo] escolher disciplinas em qualquer unidade da USP.
↑Lobo, Roberto (22 de abril de 2014). «Curso de Ciências Moleculares nunca foi pensado para abrigar 'gênios'». Estadão. Grupo Estado. Consultado em 15 de julho de 2019. O curso se originou de discussões ocorridas ainda em meu gabinete de vice-reitor, nas quais nos preocupávamos com [...] [a necessidade de] desmontar a rígida estrutura curricular de nossos cursos centrados nos departamentos.
↑Hueck, Karin (31 de outubro de 2016). «Um Nobel na USP?». Superinteressante. Grupo Abril. Consultado em 14 de julho de 2019. [...] é comum que os mais bem classificados no vestibular recebam uma cartinha de convocação.
↑Matias, Lisandra (27 de abril de 2018). «Conheça o "curso secreto" da USP». Guia do Estudante. Grupo Abril. Consultado em 11 de julho de 2019. Qualquer aluno [...] pode concorrer às 25 vagas oferecidas anualmente [...] ao fim do primeiro semestre. É preciso passar por uma [...] prova de conhecimentos gerais e uma [...] dinâmica de grupo.
↑Felitti, Chico (14 de julho de 2013). «Todo ano, melhores da Fuvest recebem convite para tentar curso "secreto" da USP». Revista da Folha. "Folha de S.Paulo". Consultado em 15 de julho de 2019. A primeira fase, de perguntas discursivas, restringiu-se às quatro matérias que formam a grade [biologia, química, física e matemática], mais inglês. A segunda fase –uma mesa-redonda com os concorrentes– é na primeira semana de julho.
↑Soares, Luis (16 de agosto de 2013). «Estudantes rebatem matéria sobre curso de Ciências Moleculares». Pragmatismo Político. Consultado em 11 de julho de 2019. [...] existe uma garantia de que os aprovados poderão seguir suas carreiras originalmente escolhidas no vestibular, caso não estejam interessados na proposta do CCM, ou não se adaptem à experiência.