A tabela a seguir contém a cronologia da história de Coronel Fabriciano, ou seja, os principais fatos e acontecimentos ocorridos no município brasileiro supracitado, localizado no interior do estado de Minas Gerais, desde os primórdios de sua ocupação.
O começo do povoamento ocorreu em meados do século XIX, associado ao fluxo de tropeiros, levando à formação do povoado de Santo Antônio de Piracicaba na região do atual Melo Viana e à posterior criação do distrito em 7 de setembro de 1923.[1] Na mesma ocasião, a localidade passou a ser atendida pela EFVM e foi construída a Estação do Calado, inaugurada em 9 de junho de 1924, ao redor da qual se estabeleceu o núcleo urbano que corresponde ao Centro de Fabriciano. Em 1936, houve a instalação da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, que esteve presente até a década de 60, fortalecendo a formação de um núcleo urbano que culminou na emancipação de Coronel Fabriciano em 27 de dezembro de 1948.[2][3]
Coronel Fabriciano sediou os núcleos industriais da Aperam South America (antiga Acesita) e Usiminas, que foram essenciais para a evolução da cidade. Mas, com a emancipação de Timóteo e Ipatinga na década de 60, as empresas passaram a pertencer a estes municípios, respectivamente.[4] O crescimento populacional associado à presença das indústrias exigiu o surgimento de bairros e conjuntos habitacionais, forçando ao mesmo tempo a construção de estabelecimentos de saúde, investimentos em lazer e escolas, acentuadamente na segunda metade do século XX.[5]
Cronologia
Cronologia histórica de Coronel Fabriciano
Data
Fato
Imagens
Século XVI
Expedições são realizadas pelos chamados Sertões do Rio Doce à procura de metais preciosos.[6]
UPA Doutor Walter Luiz Winter Maia, inaugurada em 2020.
Século XVII – 1755
Proibição do povoamento e exploração da região, a fim de evitar contrabando do ouro extraído em Diamantina. Decadência do metal leva ao fim da interdição.[6]
Em torno de 1800
Estabeleceram-se Francisco Rodrigues Franco, em área fabricianense, e José Assis de Vasconcelos, nas cercanias da atual Usiminas.[7]
Estabelece-se Francisco de Paula e Silva, após receber do imperador Dom Pedro II três sesmarias. Iniciou a remoção da mata virgem, a fim de facilitar o comércio entre os núcleos populacionais vizinhos, e desenvolveu a agricultura.[7]
Final do século XIX
Francisco Romão se estabelece e passa a ser o encarregado do transporte de pessoas e mercadorias entre os povoamentos próximos através do rio Piracicaba. Um porto na foz do ribeirão Caladão, onde mercadorias embarcavam rumo às localidades vizinhas, levou à formação de um pequeno aglomerado, denominado Barra do Calado.[1]
1911
A localidade, até então pertencente à Vila de Itabira, passa a pertencer a Antônio Dias.[6]
1919
João Teixeira Benevides, atraído pelos projetos da construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), trouxe de Ferros a primeira professora (sua sobrinha, Maria de Lourdes de Jesus) e doou terrenos para a construção da primeira escola, o primeiro cemitério e para a igreja de Santo Antônio de Piracicaba.[7][9] A locação da ferrovia foi retomada após ser paralisada em Belo Oriente e deu início ao desenvolvimento populacional na Barra do Calado em função do estabelecimento de trabalhadores.[10]
7 de setembro de 1923
Criação do distrito Melo Viana pela lei estadual nº 843, com sede em Santo Antônio de Piracicaba.[2]
Criação da primeira escola, a Escola Rural Mista.[12]
Inauguração do Sobrado dos Pereira, primeiro estabelecimento comercial e construção de alvenaria.[12]
1929
Inauguração da primeira igreja do Calado, dedicada a São Sebastião.[12]
1933
O cartório do Melo Viana foi transferido para o Calado, alterando-se então a sede do distrito para a região do atual Centro de Fabriciano, que a essa altura já apresentava movimento e número de habitantes superiores.[3]
Instalação da Acesita, empresa que deu origem a um novo ciclo de desenvolvimento comercial e populacional.[3]
1947
Criação da comissão pró-emancipação do distrito, estruturada por Rubem Siqueira Maia. A primeira proposta fora rejeitada pelo governo mineiro devido ao censo realizado pela prefeitura de Antônio Dias contabilizar cerca de 5 mil residentes, abaixo do mínimo de 10 mil exigido à época.[14]
25 de fevereiro de 1948
Uma nova proposta de emancipação foi enviada à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Foram acrescentados os registros de batismos à quantidade de habitantes obtida pelo censo realizado pelo governo antoniodiense, excedendo-se assim o mínimo exigido de 10 mil habitantes.[14]
Emancipação política de Coronel Fabriciano, pela lei estadual nº 336, desmembrando-se de Antônio Dias composta pelos distritos de Barra Alegre e Timóteo e pelo distrito-sede.[4]
1º de janeiro de 1949
Instalação do município, assumindo como intendente o Dr. Antônio Gonçalves Gravatá até a realização da primeira eleição.[4]
15 de março de 1949
Tomam posse o primeiro prefeito Rubem Siqueira Maia, seu vice coronel Silvino Pereira e os vereadores Nicanor Ataíde, Lauro Pereira, Ary Barros, José Anatólio Barbosa, Wenceslau Martins Araújo, Sebastião Mendes Araújo, José Paula Viana, Raimundo Martins Fraga e José Wilson Camargo.[4]
Instituição do primeiro sistema de transporte público, dos primeiros pontos de táxi e do primeiro terminal rodoviário.[17] Foram construídos os primeiros clubes, cinemas, bares e restaurantes.[18]
Inauguração do Hospital Unimed, antiga Casa de Saúde Nossa Senhora do Carmo e, posteriormente, Hospital Nossa Senhora do Carmo.[19]
30 de dezembro de 1962
Decretada a emancipação dos distritos de Ipatinga e Timóteo, que passaram a sediar os complexos industriais da Usiminas e Acesita, respectivamente. Barra Alegre passa a pertencer a Ipatinga. Em Coronel Fabriciano, é criado o distrito Senador Melo Viana.[2]
Forte temporal atinge o município, provocando enchentes e deslizamentos de terra por toda a cidade, deixando-a em estado de calamidade pública. Houve registros de mortes e feridos e alguns bairros ficaram isolados.[29]
2006
Implantação do primeiro sistema de educação integral, na Escola Municipal Otávio Cupertino, no bairro Caladão.[30]
O então Hospital Siderúrgica é fechado por tempo indeterminado, por motivos financeiros e burocráticos, deixando o município sem atendimento pelo SUS.[32]
30 de agosto de 2012
O Hospital Siderúrgica é reaberto após passar por reformas e reestruturação, passando a se chamar Hospital São Camilo.[33]
8 de novembro de 2012 a 20 de janeiro de 2020
Durante esse período, a ponte sobre o rio Piracicaba, um dos dois únicos acessos a Timóteo, mais conhecida como "ponte velha", permaneceu bloqueada devido a problemas estruturais.[34][35] Uma interdição completa permaneceu até 3 de abril de 2013, quando foi liberado o fluxo de veículos leves,[36] mas uma reforma para restabelecer a circulação total e eliminar os riscos de sua estrutura foi iniciada apenas em janeiro de 2019, sendo concluída um ano depois.[35]
Cerca de 3 mil pessoas se reuniram em uma manifestação que percorreu toda a Avenida Magalhães Pinto até o Centro de Fabriciano, prolongando-se à região do bairro Caladinho, como parte das chamadas jornadas de junho.[38]
Dezembro de 2013
Temporais provocam enchentes e deslizamentos de terra por toda a cidade, deixando dezenas de pessoas desalojadas e bairros e ruas inteiras cobertas de lama.[39]
Outubro de 2014
Inauguração do Museu José Avelino Barbosa, primeiro museu público do município.[40]
Prefeitura assume a gestão do até então Hospital São Camilo, que corria o risco de um novo fechamento por tempo indeterminado devido à falta de repasse do governo estadual.[42] O centro de saúde foi reformado e ampliado e houve a retomada dos atendimentos de pediatria, que não era oferecida desde 2011. Foi reinaugurado com a denominação de Hospital Doutor José Maria Morais.[43]
2018–2019
Construção de 788 unidades habitacionais mediante convênio com a Caixa Econômica Federal, sendo 500 no bairro São Vicente (Residencial Buritis) e 288 no Contente (Contente I).[44] Trata-se do maior pacote de obras de habitação popular na cidade desde a construção do Sílvio Pereira I e Sílvio Pereira II, na década de 1980.[45][46]
30 de abril de 2019
Publicação da Operação Urbana Consorciada da Avenida Maanaim no Diário Oficial municipal. Dessa forma, direcionou-se a condução de um eixo de crescimento urbano entre os bairros Caladinho e Sílvio Pereira II.[47]
25 a 27 de janeiro de 2020
Chuvas fortes e constantes na região provocaram enchentes que deixaram um saldo de 420 moradores desalojados, três desabrigados e um morto na cidade.[48]
15 de março de 2020
Registro do primeiro caso de COVID-19 no município, que também foi o quinto do estado, como parte do avanço da pandemia causada pelo coronavírus.[49] Assim como em todas as partes do mundo, o restante do ano foi deturpado pelos impactos da epidemia, devido à necessidade de distanciamento social.[50]
↑ abcdAssessoria de Comunicação (3 de julho de 2009). «Organização do município». Prefeitura. Consultado em 19 de novembro de 2011. Arquivado do original em 23 de janeiro de 2012
↑ abcdAssessoria de Comunicação (3 de julho de 2009). «A criação do município». Prefeitura. Consultado em 19 de novembro de 2011. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2012
↑ abcdefSecretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Sedetur) (28 de julho de 2009). «Inventário turístico 2009». Prefeitura. Consultado em 19 de novembro de 2011
↑ abcCircuito Turístico Mata Atlântica de Minas Gerais. «Coronel Fabriciano». Consultado em 11 de novembro de 2014. Arquivado do original em 21 de fevereiro de 2014
↑ abcAssessoria de Comunicação (3 de julho de 2009). «Primeiros habitantes». Prefeitura. Consultado em 19 de novembro de 2011. Arquivado do original em 30 de outubro de 2013
↑Assessoria de Comunicação (10 de julho de 2009). «Hino extra-oficial e brasão». Prefeitura. Consultado em 19 de novembro de 2011. Arquivado do original em 23 de janeiro de 2012
↑ abcdAssessoria de Comunicação (1 de março de 2012). «Patrimônio Cultural». Prefeitura. Consultado em 11 de novembro de 2014. Arquivado do original em 30 de outubro de 2013
↑Atlas Escolar Histórico, Geográfico e Cultural de Coronel Fabriciano, 2011, pag. 27.
↑Confederação Nacional de Municípios (CNM) (2008). «Demografia - População total». Consultado em 19 de novembro de 2011. Arquivado do original em 19 de novembro de 2011
↑Roberta Abreu (16 de dezembro de 2005). «Tragédia no Vale do Aço». Ministério da Integração Nacional. Consultado em 19 de novembro de 2011. Arquivado do original em 19 de novembro de 2011