Plínio endereçou três cartas a Salinador (a quem ele chama de Pedânio Fusco) e o menciona em outras três. As primeiras, porém, tratam apenas de assuntos triviais: uma é sobre um conselho a Salinador sobre como estudar e as outras duas são ensaios nos quais Plínio descreve sua rotina diária.[3] As últimas três são mais úteis. Uma é sobre o primeiro discurso de Salinador no Senador, que enfrentou a oposição de outro jovem senador também estreante, Umídio Quadrado.[4] Outra, endereçada a Lúcio Júlio Urso Serviano, congratula Serviano pelo noivado de sua filha com Salinador.[5] Segundo Ronald Syme, ela se chamava Júlia e sua mãe era filha da irmã do imperador Adriano, Domícia Paulina.[2]
Com relação à carreira de Salinador, poucos detalhes são conhecidos. A terceira carta de Plínio mencionando Salinador é uma recomendação de um tal Ninfídio Lupo ao imperador Trajano em 110.[6] Nela, Plínio escreve que "Fusco Salinador" também recomendou Lupo de uma forma que parece implicar que Salinador teria sido governador em algum momento antes de 110. A carta não menciona qual província, mas o consenso entre os especialistas é que teria sido a Mésia Inferior por causa de uma inscrição fragmentária recuperada em Durostoro;[7] segundo Werner Eck, seu mandato durou de 108 a 110.[8]
Depois de seu consulado, Salinador desapareceu da história, o que é considerado surpreendente. Segundo o historiador Ronald Syme, "os Fastos Consulares do começo do reinado de Adriano revelam a presença de vários de seus aliados".[9] Como colega do imperador em seu primeiro consulado na posição, Salinador certamente ocupava uma posição proeminente entre os conselheiros de Adriano e seria de se esperar que seu nome aparecesse em postos de importância, mas, nas palavras de Syme, Salinador é "apenas um nome nos Fastos"[10]. Apesar de esta ausência poder ser atribuída a alguma falta perante o imperador, que, como se sabe, executou quatro importantes senadores consulares — Avídio Nigrino, Cornélio Palma, Pisão Liciniano e Lúsio Quieto — logo no início de seu reinado, Syme afirma que Salinador e sua esposa simplesmente foram vítimas de "um mal ou uma pestilência logo depois de 118".[10]
Exceto se explicitado de outra forma, as notas abaixo indicam que o parentesco de um indivíduo em particular é exatamente o que foi indicado na árvore genealógica acima.
↑Amante de Adriano: Lambert (1984), p. 99 e passim; deificação: Lamber (1984), pp. 2-5, etc.
↑Júlia Bálbila seria uma possível amante de Sabina: A. R. Birley (1997), Adriano, the Restless imperador, p. 251, citado em Levick (2014), p. 30, que é cético em relação a esta hipótese.
↑Marido de Rupília Faustina: Levick (2014), p. 163.
Giacosa, Giorgio (1977). Women of the Césars: Their Lives and Portraits on Coins. Translated by R. Ross Holloway. Milan: Edizioni Arte e Moneta. ISBN0-8390-0193-2
Lambert, Royston (1984). Beloved and God: The Story of Adriano and Antinous. New York: Viking. ISBN0-670-15708-2
Levick, Barbara (2014). Faustina I and II: Imperial Women of the Golden Age. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN978-0-19-537941-9