Claudia Regina Alexandre (São Paulo, ?) é uma jornalista paulistana,[1] escritora, apresentadora de TV, professora, pesquisadora e doutora em ciência da religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), que pesquisa samba e religiões de matriz africana.[2] Em 2015, recebeu o Prêmio África Brasil do Centro Cultural Africano na categoria Especial[3].
Educação e carreira
Claudia Regina Alexandre cursou Comunicação Social, pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FIAM),[4] e começou a carreira profissional como estagiária da Rádio Gazeta AM (São Paulo) entre 1980 e 2000[5], em parceria com o radialista Evaristo Carvalho, no Programa Rede Nacional do Samba.[4] Concluiu a graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela FIAM-FAAM em 1987. Tornou-se Especialista em Ciências da Religião em 2015[6], Mestre em Ciência da Religião em 2017[7] e Doutora em Ciência da Religião em 2021[8], tendo alcançando os três títulos pela PUC-SP[9].
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Assim que me formei em jornalismo foi que me deparei com as questões raciais e como as histórias contadas nos tempos de escola e no dia-a-dia, sobre samba e religião, estavam totalmente distantes da realidade que eu vivia com a minha família negra.
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— Claudia Alexandre[4]
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Ela já atuou como colunista do programa O samba pede passagem, da Rádio USP, e comentarista de carnaval no jornal O Globo[10]. Apresentou o programa Papo de Bamba, que criou em 2018, e que está disponível na plataforma digital BR Brazil Show e no youtube[11] [12]. É autora dos livros Orixás no terreiro sagrado do samba: Exu e Ogum no Candomblé da Vai-Vai[13] (2021) e Exu-Mulher e o matriarcado nagô: sobre masculinização, demonização e tensões de gênero na formação dos candomblés (2023)[14].
Como pesquisadora, Claudia participou de programas como Pós Ubuntu[15], onde ministrou uma aula aberta sobre a pesquisa que desenvolveu a respeito da iconografia do orixá Exu, Os Três Elementos[16], conduzido pelos cientistas e pesquisadores Emilio Garcia, Pirula e Carlos Ruas, onde compartilhou sua pesquisa sobre a relação entre o samba e as tradições de matriz africana. Claudia Regina Alexandre também participou da edição presencial do Balada Literária em 2022[17] e na Casa da Utopia, na FLIP, em 2023, para lançamento de seu segundo livro[18].
Em 2007, apresentou o Prêmio África Brasil, concedido pelo Centro Cultural Africano, que reconhece pessoas engajadas com a causa negra no Brasil e no mundo, e é realizado em razão do Dia de África[19][20]. Em 2015, recebeu o Prêmio Especial desta mesma premiação (que, em 2023, chegou a sua 16ª edição), em evento realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo.[20][3]
Também atua entre as escolas de samba brasileiras, tendo o ritmo presente em sua vida desde a infância:[21]
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Cresci em um ambiente de muito amor, mas, quando ia para a escola, eu via como o mundo era racista. E as escolas de samba mantinham o afeto que eu via em casa e não via no mundo
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— Claudia Alexandre
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Em seu primeiro livro, Orixás no terreiro sagrado do samba: Exu e Ogum no Candomblé da Vai-Vai[13] (2021), explora a cosmovisão africana presente em diversas escolas de samba com especial foco na Vai-Vai. No livro, também aborda como o samba e a religião sempre foram meios para resistência ao racismo[5].
Vida pessoal
Clauda Alexandre tem uma filha, Rubiah.[1]
Prêmios e reconhecimentos
- 2022 - Segunda colocada do Prêmio Afonso Ligório, da SOTER/Paulinas[22]
- 2015 - Prêmio África Brasil, categoria Especial, do Centro Cultural Africano[3]
Obras
- 2023 - Exu-Mulher e o matriarcado nagô: sobre masculinização, demonização e tensões de gênero na formação dos candomblés[14]
- 2021 - Orixás no terreiro sagrado do samba: Exu e Ogum no Candomblé da Vai-Vai[13]
Referências