É considerado por muitos críticos o inaugurador da Nouvelle Vague, percorrendo com bom humor [2] meio século de carreira, independentemente de qualquer escola, porém como crítico reconhecido, engraçado, guloso, apreciador de boa cozinha e de bom vinho.
Biografia
Filho único[3] de Madeleine, nascida Delarbre, e de Yves Chabrol, ele nasceu apesar das advertências de médicos que recomendaram um aborto, porque sua mãe, grávida de três meses, foi descoberta inanimada junto com seu marido, vítimas de um aquecedor defeituoso. Claude Chabrol tratou da questão do aborto em vários filmes que fez ulteriormente.
Desde os 4 anos de idade, começou a frequentar as salas de cinema parisienses[4]. Seu pai, farmacêutico e resistente francês, enviou o filho durante a Segunda Guerra Mundial para a casa de sua avó paterna, em Sardent, no departamento da Creuse. Mais tarde, Claude Chabrol contou que tornou-se projecionista numa sala de cinema que ele inventou aos 11 anos de idade, numa garagem desocupada. Na realidade, o cinema sardentês foi criado em 1942 pelo engenheiro Georges Mercier, Claude Chabrol tendo inventado este episódio na biografia que lhe fez Wilfrid Alexandre, escrita sob o controle de Chabrol[5].
De retorno a Paris após a libertação da França, Chabrol começou a estudar direito, período em que encontrou Jean-Marie Le Pen, que mais tarde se tornaria presidente da Frente Nacional, partido conservador e ultradireitista francês[6].Depois, sob a influência parental, começou a estudar farmácia mas sem convicção, estudos que abandonou após haver quadruplicado o primeiro ano.
Atraído pelo cinema, entra em 1955, como auxiliar de imprensa na 20th Century Fox, porém continuou a trabalhar como crítico de cinema ao lado de François Truffaut e Jacques Rivette, seus colegas nos Cahiers du cinéma, atividade que começou desde o início da Nouvelle Vague francesa. De 1953 a 1957, na revista fundada por André Bazin e Jacques Doniol-Valcroze, engajou-se na defesa da política dos autores publicando em 1957, com Éric Rohmer, um livro sobre Alfred Hitchcock, o mestre do suspense e aquele que conseguiu impor seu estilo ao sistema de Hollywood. Em seguida, outro encontro também foi muito importante para ele: a do romanceiro Paul Gégauff, seu futuro cenarista, vindo de um ambiente muito distante da educação burguesa de Chabrol, deixando-lhe marcas profundas e duradouras[7].
Neste ínterim, casou-se com Agnès, rica herdeira que lhe ajudou a financiar a criação da sua empresa de produção cinematográfica. Esta começou com um filme de curta-metragem de Jacques Rivette, Le Coup du berger, com o ator Jean-Claude Brialy. Em 1959, dirigiu seu primeiro filme, Le Beau Serge, em Sardent, filme que se tornou o manifesto inicial da Nouvelle Vague[vago][nb 1].
Divorciou-se cinco anos depois para casar com a atriz Stéphane Audran, começando uma frutuosa colaboração até se separarem, em 1980. Durante este período, tornou-se um especialista da análise da burguesia francesa, criticando com veemência um conformismo servindo para dissimular a efervescência de vícios e de ódios. Quer seja no domínio da comédia feroz e de humor ácido ou do filmepolicial, frequentemente associado ao roteirista Paul Gégauff, Claude Chabrol nunca deixou de assediar a hipocrisia, as baixezas e a besteira com deleitação ímpar e intensa alegria, à qual participam seus atores prediletos: Stéphane Audran, Michel Bouquet, Jean Yanne. Ele compôs assim um retrato sem compromisso da França dos anos de 1970, áspero e corrosivo, onde predominam La Femme infidèle (A mulher infiel), Juste avant la nuit (Pouco antes da noite) ou Les Biches(Os bichos).
No final da década de 1970, deu uma reviravolta e optou por assuntos mais ecléticos, perdendo as vezes uma parte de sua inspiração. Mas o seu encontro com a jovem Isabelle Huppert, em 1978 (que se tornou conhecida em grande parte graças a Chabrol) dá uma reviravolta em sua carreira.
Em 1983, casou- se pela terceira vez, agora com Aurore Pajot, que se tornou sua roteirista predileta. A filha dela, Cécile Maistre, tornou-se sua assistente em muitos filmes. Chabrol atribui frequentemente papéis ao filho mais novo Thomas Chabrol, enquanto outro filho dele, Matthieu Chabrol, foi compositor da música de seus filmes a partir da metade do anos de 1980.
Ele recebeu, por sua obra cinematográfica excepcional, o prêmioRené Clair da Académie Française em 2005.
Claude Chabrol morreu em 12 de setembro de 2010, aos 80 anos, de complicações cardíacas e pulmonares. Foi sepultado na sexta-feira 17 de setembro em Paris.
1987 : L'Été en pente douce ( ‘’ Verão em declive suave’’, de ‘’Gérard Krawczyk’’
1987 : Alouette je te plumerai ( ‘’Cotovia, arrancarei tuas penas’’), de ‘’Pierre Zucca’’
1988 : Sueursroides' '( ‘’Suores frios’’) , série de televisão : o apresentador’’
1992 : Sam suffit , de ‘’Virginie Thévenet’’
1996 : Le Fils de Gascogne (‘’O filho de Gascogne’’) , de ‘’Pascal Aubier’’
2002 : La Deuxième Vérité( A Segunda Verdade’’), de ‘’Philippe Monnier’’ : Julien Lecoeur, um médico
2005 : Lucifer et moi (‘’Lúcifer e eu ‘’) , de ‘’Jean-Jacques Grand-Jouan’’
2006 : Avida’’, de ‘’Benoît Delépine’’ e ‘’Gustave Kervern’’
2010 : Gainsbourg, vie héroïque, (Gainsbourg , vida heróica’’), de ‘’Joann Sfar’’
2010 : Voix animation: Le jour des Corneilles (‘’Voz do dezenho animado: ‘’O dia das Gralhas’’) , de ‘’Jean Christophe Dessaint
Curtas metragens
1969 : Et crac , de ‘’Jean Douchet’’
1974 : La Bonne nouvelle’' ( Boa Novidade) , de ‘’André Weinfeld’’
1984 : Homicide by night (‘’Homicídio de noite), de Gérard Krawczyk
2001 : Tu devrais faire du cinéma (‘’Deverias fazer cinema’’), de ‘’Michel Vereecken’’
Ator de televisão
2002 : La Deuxième Vérité ("A Última Verdade"), de Philipe Monnier
Filmes sobre Chabrol
Chabrol, realizado por ‘’André S. La
arthe’’ para Cinéastes de notre temps, (Cineastas de nosso tempo) em 1995, * Claude Chabrol, l'artisan (Claude Chabrol, o artesão), realizado por ‘’Patrick Le Gall’’ em 2002
Claude Chabrol passe à table (‘’Confidências de Claude Chabrol’’), filme documentário realizado por ‘’Bertrand Loutte’’, France, 2010, 45 minutos.
Grand Manège (ou Qu'est ce qui fait tourner Chabrol ?) (‘’Grande Carrossel’’ , que significa também ‘’astúcia’’ , ou o que faz ‘’tourner’’( no duplo sentido de ‘’dar uma volta’’, ‘’filmar’’) Chabrol?), de ‘’Olivier Bourbeillon’’, 52 minutos. Com : Stéphane Audran, Sandrine Bonnaire , Michel Bouquet, Thomas Chabr, Claude Chabrol, Gwenhaël de Gouvello, Suzanne Flon, Jacques Gamblin, Bernadette Lafont, Benoît Magimel et Cécile Maistre.
‘’Les Noces rouges’’ (Bodas ardentes), (Seghers, “ Collection Filmothèque ”, 1973, com Roger Corbeau) ;
Novelas
‘’Musique douce’’(Música suave) , em ‘’Mystère Magazine’’, novembro de 1953 ;
‘’Le Dernier Jour de souffrances’’ (Último Dia de sofrimentos), em ‘’Mystère Magazine’’, fevereiro de 1957.