Francisco José Tavares de Souza, mais conhecido como Chico Batera (Rio de Janeiro, 8 de Abril de 1943) é um percussionista, baterista e compositor brasileiro.
Biografia
Nascido em Madureira[1], antes de iniciar a carreira profissional aos dezessete anos[2], tomou contato com a percussão na Escola de Samba Império Serrano. Tempos depois, a partir de 1960, se apresentava como baterista na boate Night and Day, na Cinelândia, e no Beco das Garrafas[3][4], acompanhando artistas como Johnny Alf, Bossa Três e Sergio Mendes, com quem viajou pela primeira vez para os Estados Unidos.
Integrou, junto com Jorge Ben, Sergio Mendes, Tião Neto, Rosinha de Valença e Wanda Sá, o grupo chamado "Brasil 65", em missão cultural que rodou as universidades dos EUA tocando música brasileira.[3][4]
De volta ao Brasil, tocou ao lado de Tenório Jr., Victor Assis Brasil, Luiz Carlos Vinhas, J. T. Meirelles, Dom Salvador, Sérgio Barrozo, além de fazer parte do Trio 3-D.
Em 1966, participou de um festival de jazz em Berlim, como integrante do Conjunto Folclore, Samba e Bossa Nova, culminando na gravação de um LP na capital Alemã.
Durante o período que passou em Los Angeles, conviveu com o Jazz e a música latina, e investiu cada vez mais na percussão tocando instrumentos como frigideira, tamanco, tímpano, sinos chineses, chaves, badalos, triângulo, queixada, caxixi e vibrafone. Nos EUA, gravou com grandes nomes da música como Frank Sinatra, Gerald Wilson, Ella Fitzgerald[3], Tom Jobim, Joni Mitchell e Quincy Jones, e participou de trilhas sonoras de filmes hollyoodianos com Michel Legrand e Dave Grusin.
Depois de gravar com João Gilberto o LP João Gilberto en Mexico, retornou ao Brasil em 1971, desta vez em definitivo, participando do registro do LP …e deixa o relógio andar do pianista Osmar Milito.
Participou, em 1974, da gravação do LP Elis & Tom, dueto de Elis Regina e Tom Jobim[3], nos estúdios da MGM, em Los Angeles (EUA).
Acompanhou em gravações e shows artistas como Cat Stevens[3], The Doors (Full Circle) Beth Carvalho, Som Imaginário, O Terço, Gal Costa, Francis Hime, Ivan Lins, Fagner, Milton Nascimento, João Bosco, MPB-4, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Edu Lobo, Raul Seixas, Djavan, Wilson Simonal, Simone, entre outros.
Tem sete discos autorais lançados. O último, cujo título é Lume, foi gravado em 2006 e contou com a participação de Chico Buarque, com quem toca desde 1978[5], na música "Iracema".
Além de músico é organizador da Oficina Brasileira de Percussão, que trabalha com crianças e adolescentes do Complexo da Maré, com o intuito de mostrar os rudimentos da técnica e da teoria musical, além da prática de novas e bem sucedidas metodologias.
Em 2017, sai o documentário “Na batucada da vida”, sobre a trajetória artística de Chico Batera.[6][7]
No final de 2023, lança seu primeiro livro “Chico Batera: Memórias de um músico brasileiro”, pela editora Niterói Livros.[8][9][10]
Discografia
- Ha Ha Ha (1977 - Som Livre LP)
- Uno mundo (1978 - Som Livre LP)
- Ritmo (1979 - Som Livre LP)
- Cabana Cocktail [1989 - Luminamusic (Londres) LP]
- Dia/noite (1995 - Albatroz/Sony Music CD)
- Salsa com Alma (1997 - Milan/BMG CD)
- Lume (2006 - Biscoito Fino CD)
Referências
Ligações externas