Cemitério do Prado do RepousoCemitério do Prado do Repouso
O Cemitério do Prado do Repouso é um cemitério da cidade do Porto, em Portugal. HistóriaOs terrenos, hoje ocupados pelo cemitério, faziam parte da Quinta do Prado do Bispo no século XVI. Sobre o rio, a quinta foi transformada por D. Frei Marcos de Lisboa, contra os interesses dos prelados portuenses, para acolher clérigos doentes ou que necessitassem de tréguas do seu trabalho. Infelizmente, a quinta nunca foi usada para esse propósito. O local possuía uma pequena capela dedicada a São Tomás, provavelmente associada ao bispo D. Tomás de Almeida, além de dois moinhos junto ao prado.[1] Em 1804, D. António de São José e Castro, fundou nos terrenos da quinta o Seminário Diocesanal do Porto. Nesta época, ocorreu também o início da construção da igreja de invocação a São Victor (hoje capela do cemitério). Entre 1832 e 1834, durante as Guerras Liberais, por iniciativa do prelado D. João de Magalhães e Avelar, o local foi abandonado e os edifícios incendiados durante o Cerco do Porto. Em 1835, a regência passou a regulamentar e proibir os sepultamentos dentro de igrejas e cemitérios privados, sendo os sepultamentos regulamentados pelo Estado. A 3 de abril de 1839, o bispo D. Manuel de Santa Inês queixou-se de que não estava em condições de se desfazer da propriedade. O local foi escolhido como cemitério nesta época, devido à sua localização fora da zona urbana, já murado e ajardinado para o efeito, para além de existirem anexos e edifícios auxiliares à sua volta. O conselho municipal autorizou obras públicas para adaptação dos terrenos, através de terraplenagem.[2] A incompleta igreja de São Victor, foi incorporada em terrenos destinados ao cemitério e passou a chamar-se Capela do Cemitério do Prado do Repouso. As alterações foram benzidas e a primeira pedra colocada por Manuel de Santa Inês. A 1 de dezembro, o local foi inaugurado com a trasladação e sepultamento dos restos mortais de Francisco de Almada e Mendonça, provedor entre 1794 e 1804 da capela da Igreja privada da Misericórdia do Porto, onde se encontrava anteriormente sepultado.[3] Este foi o primeiro cemitério público do Porto, sendo considerado um importante marco pela sua arquitetura neogótica, pelo uso do granito e do mármore e pelo seu significado histórico. Nos seus 10 hectares, encontram-se sepultados inúmeros políticos, atores, académicos e aristocratas portugueses ilustres, bem como um monumento às vítimas da Revolta de 31 de janeiro de 1891.[4][5] O cemitério dispõe de jazigos particulares e municipais, ossários, sepulturas temporárias e perpétuas e ainda columbários e um cendrário para deposição de cinzas.[6] Neste cemitério, coexistem ainda os cemitérios privativos da Santa Casa da Misericórdia do Porto, Ordem do Terço e Confraria do Santíssimo Sacramento de Santo Ildefonso. É de relevar também o ossário das freiras e um cruzeiro, provenientes do antigo Convento de São Bento de Avé-Maria e um crucifixo em ferro, que terá estado exposto no Palácio de Cristal, aquando da Exposição Internacional do Porto, em 1865.[5] Em 1996 é inaugurado no cemitério o Crematório do Prado.[6] O interior da capela foi restaurado em 1998, envolvendo tratamento, conservação e restauro de suportes e estruturas ornamentais em estuque; a pintura mural da capela-mor e nave; os reparos nas pedras angulares; o douramento de madeiras e estuques policromáticos decorativos; reparação de pavimento de pedra e de elementos de ferro fundido e marcenaria artística.[1] Ilustres sepultados ou cremados no Cemitério do Prado do Repouso[7]
Referências
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