Castelo de Monterreal
O Castelo de Monterreal, também conhecido como Fortaleza de Monte do Boi, localiza-se no concelho de Baiona, comarca de Vigo, província de Pontevedra, na comunidade autônoma da Galiza, na Espanha. Erguido à beira mar, num entorno de grande beleza paisagística, incorpora elementos construtivos dos séculos XII ao XVI. O Monte Real foi o ponto estratégico onde se articulou, na Baixa Idade Média, a defesa do território das Rias Baixas. Em nossos dias encontra-se requalificado como Parador Nacional de Turismo Conde de Gondomar. HistóriaAntecedentesA primitiva ocupação estratégica de seu sítio remonta a um castro ou castelo, erguido por volta do século II a.C.. À época romana, quando Júlio César conquistou Baiona (60), teve que perseguir os últimos sobreviventes até aos seus refúgios nas ilhas Cíes. Tanto os romanos, como os visigodos e os muçulmanos deixaram as suas marcas neste castelo. O castelo medievalO rei Afonso IX de Leão promoveu-lhe importantes obras entre os séculos XII e XIII. Em 1331 foi atacado pela frota portuguesa sob o comando do almirante Manuel Pessanha, tendo mais tarde o rei Fernando I de Portugal aqui fixado residência. A região conheceu o seu período de maior esplendor durante os séculos XV e XVI, quando se constituía em um próspero centro comercial, em virtude do privilégio concedido por João II de Castela aos burgos de Baiona e da Corunha do monopólio do comércio com o estrangeiro. A reforma renascentistaEm torno da fortificação de Monte Real formara-se um núcleo populacional, elevado a vila pelos Reis Católicos. Na ocasião, a carta de povoamento, concedia que duas centenas de famílias passassem a habitar no interior de suas muralhas, assegurando-lhes os mesmos privilégios da vizinha Baiona. Aqui aportou, em 1 de Março de 1493, a caravela Pinta, com a notícia do descobrimento da América. Data dessa fase a actual aparência do castelo, quando foi reformado e ampliado por Diego Sarmiento de Acuña, conde de Gondomar, que o renomeou como Castelo de Monterreal em homenagem aos Reis Católicos. A reforma seiscentistaSob o reinado de Filipe II da Espanha sofreu nova e extensa campanha de reformas, visando modernizá-la, adaptando-a à artilharia da época. Datam dessa fase as suas linhas abaluartadas, com traça dos arquitectos militares italianos, irmãos Fratín, sob as ordens do Capitão-general do reino da Galiza, o marquês de Cerralbo. Em 1589 suportou o assalto dos corsários ingleses sob o comando de Francis Drake. Do século XVII aos nossos diasPosteriormente, perdeu importância estratégica, conforme antecipado pelo engenheiro militar Tibúrcio Spanochi a Filipe III da Espanha em um relato em que dava conta de que, em que pesasse a opinião geral sobre o valor militar desta fortificação, o grande porto da ria seria, no futuro, o de Vigo. No século XVIII foi visitado pelos iluministas Frei Martín Sarmiento e Xosé Cornide. Monte Real foi perdendo gradativamente a sua população até que, em fins do século XIX, ficou praticamente desabitada. O conjunto da fortificação, foi restaurado e requalificado em 1966 como Parador Nacional. CaracterísticasO atual conjunto, em que predomina o estilo renascentista, distribui-se numa superfície de 18 hectares, com quatro portões de acesso:
Do antigo castelo restam três quilômetros das suas antigas muralhas, percorridas em seu topo por adarves. Nele destaca-se a Torre da Porta do Sol, acedida por uma rampa com uma ponte levadiça, e três outras grandes torres:
O conjunto é integrado ainda pelas seguintes defesas:
Representando as intervenções dos irmãos Fratín citam-se o Reduto da Porta do Sol, a porta da ponte levadiça, a fortificação do Cangrejo e as duas meia-luas[1] do Condestável, construções que envolveram o primitivo muralhamento dando-lhe ao conjunto o aspeto que hoje conserva. A meia lua do Cangrejo configura-se como um hornaveque que se cimenta na água e seus canhões defendem, parte o interior do porto e parte a terra firme. Além dessas, em 1474 Pedro Madruga, após atacar Baiona, fez erguer no Monte Boi uma torre, de que ainda se conservam vestígios. Galeria
Notas
Bibliografia
|