Castelo Branco está situada a 12 km para sudoeste da sede municipal, com acesso pela EN 221. Situa-se a norte da Serra de Lagoaça e perto da margem direita do rio Douro.[3]
História
Castelo Branco de Mogadouro é terra de antigas e nobres tradições, com passado histórico-social muito importante, sobretudo na Idade Média e depois da intervenção do rei D. Dinis em 1319. As suas origens distam no tempo. Segundo narram os historiadores, e todos são concordantes neste aspecto, Castelo Branco não nasceu aí, mas junto à capela de Nossa Senhora da Vila Velha que está localizada a 1,5 km a noroeste da aldeia no "Cabeço dos Mouros" ou "Preijal" como chamam os antigos. Temos presentes e visíveis até nossos dias, vestígios de um castro com indícios de ser romanizado a julgar pelo espólio encontrado, moedas e várias antiguidades. As histórias populares associaram com paixão e carinho este lugar várias lendas de "mouras encantadas".
Foi Comenda dos Templários, passando em 1311, a Comenda da Ordem de Cristo. A igreja que os visitadores viram está hoje afastada da povoação, num cabeço chamado "Vila Velha". Mantém os três portais manuelinos, muito simples e uma inscrição evocativa de uma reforma em 1501. Terá aí nascido Castelo Branco. Junto à capela há ainda restos da antiga habitação dos antigos comendadores. As peregrinações feitas para ouvir missa nessa capela deram origem à povoação de Castelo Branco.[4][5] A capela é o que restou do santuário de certo renome que possivelmente foi responsável pela cristianização do povoado das minas do castro luso-romano existentes na região. Pertenceu ao termo de Santa Maria de Castelo Branco, então uma notável e desenvolvida comenda hospitalária. Foi mencionada em carta de foral e concedida pelo rei D. Manuel I de Portugal à Bemposta em 1512.
A lenda como sucede em todas as ruínas das civilizações extintas poetizou-as. Assim, segundo ela, os povos de Alfândega da Fé, localizada a 25 km distantes, vinham ouvir missa à capela da Nossa Senhora da Vila Velha e, como a viagem era longa descansavam e comiam as merendas num ameno vale onde depois alguns devotos estabeleceram residência, dando assim origem à actual povoação de Valverde.
O tempo apagou a narrativa e o motivo que fez a aldeia mudar de lugar para o local actual.
Embora seja Mogadouro a Capital do Cogumelo, o facto é que é em Castelo Branco onde eles crescem em maior número e da mais fina qualidade. Rocos ou róculos (Macrolepiota procera), sanchas (lactarius deliciosus), míscaros (Boletus edulis) são facilmente encontrados e em grandes quantidades nas épocas certas.
Demografia
Nota: Por decreto de 28/07/1883 a freguesia de Estevais foi anexada a esta freguesia. Pelo decreto lei nº 27.424, de 31/12/1936, a freguesia de Estevais passou a fazer parte desta freguesia.
Palácio dos Pimentéis ou Solar dos Pimentéis– de planta rectangular – foi erguida certamente já na segunda metade do século XVIII, como parecem indicar certos elementos decorativos, particularmente as molduras das janelas, que ostentam parapeitos de brincos e o remate ondulado, caracteristicamente barroco, imprimindo movimento à composição. Os pináculos que coroam os cunhais indicam mesmo época bastante avançada para a construção da casa. Esta ostenta uma imponente fachada, articulada com largas pilastras, de bases pesadas e muito salientes, num tipo muito corrente no Norte por esta época" … "A mansarda central – outro indício da época relativamente avançada – conserva, entre as duas janelas, o grande brasão, magnífica peça heráldica."um dos mais elegantes edifícios do Distrito de Bragança, este solar com um brasão em granito clássico adquirido em 1795 data dos meados do século XVIII.
Ponte Romana - Ponte velha de Castelo Branco Mogadouro - A ponte tem a cesso pela estrada EN 221 (Mogadouro - Freixo Espada-à-Cinta), no caminho velho à entrada da aldeia do lado. Está junto da capela de São João tendo algumas casas de habitação nas proximidades. Para montante tem um pontão por onde passa a EN 221. Época Construção: Idade Média/Idade Moderna. Ponte de tabuleiro horizontal sobre dois arcos redondos iguais.[8] Construção de silhares de granito, do lado esquerdo, e de alvenaria de xisto no encontro direito. As aduelas dos arcos são em granito mostrando-se largas e curtas com extradorso pouco regular. Tem contraforte no pegão com talhamar triangular não possuindo talhante. Não conserva as guardas. O pavimento é de lajes de granito, no troço central, e de calçada de godos nas entradas. Mostra nos arcos as cavidades dos agulheiros. Tipologia: Arquitectura civil pública, medieval e moderna. Ponte medieval reconstruída, de tabuleiro horizontal sobre dois arcos redondos iguais. Parece seguir o mesmo modelo que a vizinha ponte de Vilarinho dos Galegos. Características Particulares: Parece ter sofrido muitas obras de reconstrução patentes nos diferentes tipos de aparelho de construção e de revestimento do pavimento. Dados Técnicos: Estrutura mista. Materiais: Granito, aduelas e silhares; xisto, alvenaria..[9]
Igreja Matriz de Castelo Branco / Igreja de Nossa Senhora da Assunção– A actual igreja substituiu uma outra, muito antiga que devia remontar ao século XII. Uma das primeiras informações que temos sobre a mesma, data do início do século XVI. No interior da Igreja quase tudo se conserva igual à remodelação efectuada em 1793. Tem uma nave única, rectangular e dividida em três tramos por dois arcos de diafragma. O arco triunfal divide a nave da capela-mor característica que era usual sobretudo nas igrejas mais ricas da diocese. No exterior conserva ainda uma cruz de gomos que provavelmente é quinhentista.
Capela de Nossa Sr.ª da Vila Velha – Santuário de um culto muito antigo que a julgar pelo espólio ali encontrado cristianiza as ruínas de um Castro Luso – Romano ali existente.
Fontes Romanas e Pontes Romanas na freguesia e aldeias anexas.
↑Dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte, 656 páginas, Capa dura. Editora Cidade Berço: Apartado 108, 4801-910 Guimarães
↑INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022