Cancioneiro de BelémO Cancioneiro Musical de Belém, ou simplesmente Cancioneiro de Belém (Santa Maria de Belém (Lisboa), Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia, Ms 3391) é um manuscrito português do início do século XVII contendo música e poemas da época renascentista. O manuscritoEste pequeno cancioneiro de apenas 18 canções foi descoberto entre os códices do Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia, em Belém, ao final da década dos 60 pelos professores Arthur Lee-Francis Askins e Jack Sage, especialistas na lírica quinhentista ibérica. Posteriormente Manuel Morais o estudou e publicou em 1988 uma edição crítica do cancioneiro, juntamente com a transcrição para notação musical moderna de todas as dezoito músicas. O manuscrito chegou aos nossos dias com 77 fólios de tamanho 191 x 130 mm, sendo que as canções se estendem do fólio 58v ao 74. Em data ainda desconhecida, recebeu uma encadernação em pele castanha, em cuja lombada se lê o título Manuscriptos / Varios. No interior do cancioneiro uma inscrição informa: Porto, dia de S. Miguel, [1]603. Entretanto, as músicas nele contidas são anteriores a 1603, tendo sido datadas como pertencentes à segunda metade do século XVI (c. 1560-1580). No cancioneiro estão registrados os únicos madrigais portugueses manuscritos de que se tem notícia, além de vilancetes, cantigas e dois raros exemplos de vilancicos religiosos, um para o Natal (Pues a Dios humano vemos) e outro para Corpus Christi (O manjar bivo, dulçe i provechoso). Algumas poucas canções encontram-se duplicadas em outros manuscritos portugueses, como por exemplo no Cancioneiro de Elvas, e em algumas edições impressas espanholas do século XVI, mas a maioria delas acham-se unicamente neste manuscrito. Entre os poetas identificados encontram-se Dom Manuel de Portugal (1520?-1601) e o poeta-músico Jorge de Montemor (c.1520-1561), bem como os castelhanos Garcilaso de la Vega (1503-1536) e a desconhecida poetisa Cetina "a monja". Lista das obras
Discografia
Referências e bibliografia
Ligações externas
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