Bordado Madeira

Bordado Madeira é um bordado típico do arquipélago da Madeira, em Portugal. Os tecidos usados são linho, seda, algodão e organdi. A técnica é utilizada em toalhas de mesa, vestidos, camisas, lençóis e lenços. As fábricas de bordado Madeira localizam-se no Funchal, mas, tradicionalmente, as bordadeiras bordam em casa, um pouco por toda a ilha. O bordado Madeira é vendido para todo o mundo.[1][2][3]

História

O bordado existe na ilha da Madeira desde o início do povoamento, no século XV, sendo produzido pelas fidalgas para decoração das roupas do lar e do vestuário, por influência dos trabalhos conventuais. No entanto só se encontram referências ao comércio e exportação do bordado, a partir de meados do século XIX.[4] Aí afirma-se como mercadoria de exportação e passa a ter um papel relevante na economia familiar de muitos madeirenses.[3]

É em 1850, numa exposição das indústrias madeirenses, organizada no Palácio de São Lourenço, que se torna evidente o potencial económico do produto e que o bordado começa a ganhar um cariz comercial. Houve tanto interesse nesta exposição por parte de britânicos, que a Madeira é convidado a estar presente na Exposição Universal de Londres (Great Exhibition of the Works of Industry of all Nations), em 1851. A participação foi um sucesso e as peças mostradas elogiadas pela sua “pureza e perfeição artística”.[4]

Depois da procura que já então tinha no mercado inglês, o bordado começou a ser produzido em larga escala na ilha. Miss Elizabeth Phelps (1820-1893) – inglesa, filha mais velha de Joseph Phelps e cuja família ter-se-á mudado para a Madeira em 1784 – é tida como a grande impulsionadora do bordado Madeira por ter fundado, em 1854, uma escola em sua casa e ensinado crianças e mulheres a bordar com desenhos originais seus (o largo Phelps, no centro do Funchal, tem o nome desta família). Sucessores de Miss Phelps, Robert e Frank Wilkinson passaram a exportar em ainda maior escala para Inglaterra.[1][5][6][7] Com a nova dinâmica do negócio, apareceram as casas e os exportadores especializados no seu comércio e o sector produtivo mudou radicalmente. O aparecimento das casas de bordados e o interesse cada vez maior de, nomeadamente, ingleses, alemães, norte-americanos e sírios pelas peças bordadas conduziram à passagem do processo artesanal para industrial.[3]

Em 1860, haveria já 70 000 bordadeiras na Madeira.[1]

Os principais mercados de exportação do bordado Madeira, no século XIX, são a Inglaterra e a Alemanha. No século XX, as exportações estendem-se mundo fora e Itália, os Estados Unidos da América, a América do Sul e a Austrália tornam-se destinos importantes. Para a expansão comercial e da notoriedade do bordado, contribuem França, Singapura, Holanda, Brasil e outros. Actualmente os maiores mercados de exportação são os Estados Unidos, Itália e Inglaterra.[4]

Casas de bordados

As atuais empresas madeirenses responsáveis pela produção e exportação do bordado Madeira são:[8]

Ver também

Referências

  1. a b c «Bordado». Madeira Live. Consultado em 2 de novembro de 2015 
  2. «Produto singular - Bordado Madeira». Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira. Consultado em 6 de novembro de 2015 
  3. a b c «História do Bordado Madeira». Bordado Madeira. Consultado em 2 de novembro de 2015 
  4. a b c «Bordado Madeira e História». Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira. Consultado em 6 de novembro de 2015 
  5. «Bordado Madeira». Biblioteca Pública Regional da Madeira. Consultado em 2 de novembro de 2015 
  6. Vieira, Alberto (2006). Bordado da Madeira 1.ª ed. Funchal: Bordal - Bordados da Madeira 
  7. Silva, Fernando Augusto da; Menezes, Carlos Azevedo de (1998). Elucidário Madeirense. I. Funchal: Secretaria Regional da Educação e Cultura. p. 162-165 
  8. «Empresas Regionais - Empresas produtoras e exportadoras de Bordado Madeira». Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira. Consultado em 6 de novembro de 2015 
  9. «Abreu & Araújo». Abreu & Araújo. Consultado em 6 de novembro de 2015