O nome foi escolhido por conta do ganso Black Brant. O motivo, foi que os seus projetistas queriam um nome e uma imagem que não fossem agressivos, para ressaltar que o objetivo desses foguetes era exclusivamente o de pesquisas espaciais pacíficas.
Mais de 800 Black Brants, de vários modelos e versões, foram lançados desde que foram produzidos em série pela primeira vez em 1961, e continuam compondo
uma das mais populares famílias de foguetes. Eles têm sido constantemente utilizados pela Agência Espacial Canadense e pela NASA.[1]
Histórico
O foguete Black Brant foi o resultado de pesquisas conduzidas no CARDE durante os anos 50 em relação aos aspectos da Atmosfera superior da Terra, como parte do projeto de pesquisa de sistems de mísseis antibalísticos e comunicações a longa distância. Em 1957 o CARDE contratou a Bristol para produzir uma fuselagem de foguete, chamada Veículo de Teste de Propulsão (VTP), para estudos de foguetes a combustível sólido de alta potência. O desenho resultante feito por Albert Fia, se revelou muito pesado, devido ao fato de ter sido desenhado para suportar uma variedade muito ampla de tempos de queima, tipos de combustível e ângulos de lançamento por fazer parte dos testes para desenvolvimento do sistema anti mísseis. O primeiro voo de teste ocorreu apenas dois anos depois a partir do Centro de Lançamento de Fort Churchill em Setembro de 1959.[2]
Em seguida, a atenção do CARDE se voltou para as comunicações a longa distância, e eles julgaram o VTP adequado para uso como foguete de sondagem. Para um melhor desempenho nessa função, a Bristol modificou o desenho tornando-o mais leve e mais adequado a nova função. Este se tornou o Black Brant. O CARDE lançou alguns desses foguetes durante os anos subsequentes, usaram o modelo original chamado Black Brant I que podia colocar 68 kg de carga útil a 150 km de altitude, o modelo maior chamado Black Brant II cujo primeiro voo ocorreu em Outubro de 1960, e o modelo menor mas capaz de atingir altitudes maiores chamado Black Brant III.
Em Julho de 1963 um modelo muito maior chamado Black Brant V voou pela primeira vez, este modelo foi usado como booster e junto com o Black Brant III constituiu o modelo Black Brant IV. O primeiro voo de modelo IV ocorreu em 1964, mas falhou, assim como o próximo. Depois disso, o foguete Black Brant IV nunca mais teve nenhuma falha, tornando-o um dos foguetes mais confiáveis da história. Desde então ele vem sofrendo evoluções contínuas sendo criadas os modelos: XI e XII, alguns deles atingindo altitudes de mais de 1.500 km, o que é acima da ionosfera e muito acima das órbitas da ISS.
Os combustíveis sólidos desenvolvidos pelo CARDE para o programa Black Brant eram os de melhor performance daquela época. Com eles a Bristol criou um novo míssil de ataque ao solo de 70mm chamado CRV7, o primeiro capaz de penetrar os hangares padrão das instalações do Pacto de Varsóvia. Desde então, o CRV7 passou a ser o míssil de ataque ao solo padrão usado por todas as forças armadas da NATO.
Nos dias de hoje, devido a sua taxa de sucesso de 98%, ele continua sendo um dos foguetes sonda mais populares jamais construído. Tem sido usado de forma continuada pela Agência Espacial Canadense, a NASA, e várias outras agências espaciais ao redor do Mundo.
Em 19 de Setembro de 2009, um Black Brant XII lançado para estudo de nuvens, causou uma série de chamados no Nordeste dos Estados Unidos informando "estranhas luzes no céu". A NASA informou que as luzes vinham de uma nuvem formada pelas partículas ejetadas pelo quarto estágio do foguete a uma altitude de aproximadamente 278 km.