Benjamim Enes Pereira nasceu dia de Natal de 1928, no lugar de Montedor que pertence à na freguesia de Carreço que pertence ao concelho de Viana de Castelo.[1][2][3][4]
Muda-se para Lisboa em 1963, quando é criado o Centro de Estudos de Antropologia Cultural e do qual Benjamim será um dos membros fundadores ao lado dos restantes membros do grupo liderado por Jorge Dias.[6]
Embora fosse o único da equipa sem curso, é lhe atribuída a tarefa de organizar a Bibliografia Analítica de Etnografia Portuguesa que será publicada pelo Instituto de Alta Cultura em 1965.[6][7]
Realiza os seus primeiros filmes etnográficos, em 1960, quando a equipa compra uma máquina de filmar que será utilizada por ele no trabalho de campo para filmar a realidade rural portuguesa e a cultural popular.[8][9] Esteve directamente envolvido nas filmagens levadas a cabo em Portugal, pelo Instituto do Filme Científico de Göttingen em 1970, onde os filmes realizados eram encarados não como uma forma de expressão mas sim como uma técnica de registo complementar à descrição escrita e fotográfica.[9][10] Isto reforça a sua ideia de que fotografar e filmar eram importantes, não só para o trabalho de investigação, como para contextualizar aquando da sua exposição em museus e similares.[11]
Trabalha para o Museu Nacional de Etnologia até se reformar em 2000.[1] Durante todo esse tempo, foi responsável por várias exposições, entre as quais se encontra a dedicada aos Instrumentos Musicais Populares Portugueses.[12] Deve-se também a ele a organização das primeiras reservas que podem ser visitadas e que são conhecidas como Galerias da Vida Rural. É lá que se encontra reunida, a maior parte dos objectos que ele e Ernesto Veiga de Oliveira recolheram de forma sistemática, enquanto estavam no terreno.[13][12]
Após se ter reformado, Benjamim Pereira coordenou vários projectos na área da museologia. Foi ele quem projectou o Museu da Luz criado com a finalidade de salvaguardar o património da região que ficou submersa após a construção da barragem do Alqueva.[1][14] O Centro Cultural Raiano (Idanha-a-Nova), o Museu do Traje de Viana do Castelo, o Museu Francisco Tavares Proença Júnior (Castelo Branco) e o Museu do Abade de Baçal, foram outros projectos museológicos em que se envolveu.[15][16][17][18]
Morreu a 1 de janeiro de 2020, no Hospital de Viana do Castelo, onde se encontrava internado.[19] Aquando do seu falecimento em 2020, foram várias as entidades que apresentaram publicamente o seu voto de pesar, nomeadamente o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, a Ministra da Cultura Graça Fonseca, a Direcção Geral do Património Cultural (DGCP), o Instituto de História Contemporânea (FCSH), entre outras.[20][14][11][21]
Obras Seleccionadas
Livros
Entre os livros que publicou encontram-se: [22][23][24]
1962 - Vestígios do culto das pedras no Norte de Portugal[25]
Foi também consultor nos documentários: O Linho é um Sonho e Rituais de Inverno com Máscaras (co-realizado por Catarina Alves Costa e Catarina Mourão).[39][40][36]
O livro "Caminhos e Diálogos da Antropologia Portuguesa. Homenagem a Benjamim Pereira" foi editado na sequência de um colóquio de tributo realizado na Fundação Calouste Gulbenkian, em 2010.
Foi homenageado no IV Congresso da Associação Portuguesa de Antropologia por vários investigadores nomeadamente: Clara Saraiva, Catarina Alves Costa e João Leal.[9]
É lançado, em 2014, o livro Caminhos e Diálogos da Antropologia Portuguesa. Homenagem a Benjamim Pereira, na sequência do Encontro de Homenagem a Benjamim Pereira que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian em Abril de 2010.[43][44][12][45]
O espólio composto por mais de 1000 recolhas fotográficas realizadas por ele, doado pelo próprio ao Museu da Luz, viu o seu valor documental reconhecido pela Fundação Calouste Gulbenkian que apoiou a sua inventariação e digitalização dando origem ao Arquivo Fotográfico Benjamim Enes Pereira.[46][47]
A Associação Portuguesa de Antropologia instituiu o prémio anual Prémio APA - Margot Dias e Benjamim Pereira que distingue trabalhos em antropologia do som e Imagem.[48]
↑Moriés, Branca; Saraiva, Clara (1 de fevereiro de 2010). «Trabalhos e registos». Etnográfica. Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (em francês) (vol. 14 (1)): 177–184. ISSN0873-6561. doi:10.4000/etnografica.182. Consultado em 16 de abril de 2024
↑Oliveira, Ernesto Veiga de; Galhano, Fernando; Pereira, Benjamim (21 de julho de 2020). Construções primitivas em Portugal. Col: Portugal de Perto. Lisboa: Etnográfica Press
↑ abMoriés, Branca; Saraiva, Clara (1 de fevereiro de 2010). «Trabalhos e registos». Etnográfica. Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (em francês) (vol. 14 (1)): 177–184. ISSN0873-6561. doi:10.4000/etnografica.182. Consultado em 19 de julho de 2021
↑Nascimento, Frederico Lopes / Marco Oliveira / Guilherme. «Máscaras». CinePT-Cinema Portugues. Consultado em 19 de julho de 2021
↑Nascimento, Frederico Lopes / Marco Oliveira / Guilherme. «A Seda é um Mistério». CinePT-Cinema Portugues. Consultado em 19 de julho de 2021