AstroquímicaAstroquímica é um ramo da astronomia e da química, sendo um ramo interdisciplinar, que estuda a evolução química do universo. Nessa área são estudados a abundância, mecanismo de formação e reações de elementos e moléculas no universo e sua interação com a radiação. A palavra "astroquímica" pode ser aplicada aos estudos do Sistema Solar e ao meio interestelar. O estudo da abundância de elementos e proporções de isótopos em objetos do Sistema Solar, como meteoritos, também é chamado cosmoquímica, enquanto o estudo de átomos interestelares e moléculas e sua interação com radiação é às vezes chamado de astrofísica molecular. A formação, composição atômica e química, evolução e destino das nuvens de gás molecular é de especial interesse, porque é a partir dessas nuvens que os sistemas solares se formam. A astroquímica pode ser dividida em três áreas:
HistóricoA astroquímica desenvolveu-se ao longo do tempo juntamente com a evolução da astronomia. Pode-se dizer que foi em 1666, quando o astrônomo italiano Giovanni Cassini, identificou uma diferença de cor entre a superfície e as calotas polares de Marte, que a astroquímica nasceu, pela necessidade de se determinar a composição dos planetas.[2] Ainda assim, durante muitos anos, a composição interestelar era desconhecida. A astronomia óptica apenas revelava a presença de estrelas, galáxias e nebulosas. A astroquímica dependeu do desenvolvimento de outras áreas como a astrofísica, a invenção de novas técnicas de análise e espectroscopia.[2] Houve grandes avanços com o desenvolvimento da radioastronomia na década de 1950, que permitiu a identificação de organismos que emitem radiação fora do espectro visível. Pode-se mencionar outros campos em desenvolvimento como astrobiologia e genética, que desde a segunda metade do século XX revolucionou a forma de responder às perguntas mais básicas sobre vida e natureza.[2] A seguir alguns marcos importantes para a astroquímica:
Astroquímica observacionalEm astroquímica observacional utilizam-se telescópios, espectroscópios e interferômetros. Este último é constituído por conjuntos de receptores (telescópios ou radares) usados para se obter alta captura de dados resolução.[2] Hoje descobriu-se uma enorme quantidade de fenômenos e informações coletadas de muitos partes do universo através desses instrumentos. Sabe-se, por exemplo, que a matéria luminosa (ou visível por telescópios e radar) é composta principalmente de 6 elementos: hidrogênio, hélio, oxigênio, carbono, néon e azoto, em ordem de abundância. Eles vão do lítio ao ferro, formados a partir de reações termonucleares nos núcleos de estrelas e espalhando-se pelo meio interestelar por supernovas. Já os elementos mais pesados são formados a partir do cobalto, e seguem até o urânio, encontrado apenas em sistemas planetários específicos, como o nosso sistema solar.[2] Astroquímica teóricaBaseando-se em observações, modelos são desenvolvidos na tentativa de se descrever diferentes cenários químicos ou físico-químicos, como a evolução química de uma nuvem molecular em função das abundâncias atômicas iniciais do tempo ou as principais reações químicas em certa altitude dentro da atmosfera de um planeta.[3] Essas questões são estudadas teoricamente dentro da subárea da astroquímica teórica. O principal desafio desses modelos é compreender como complexas reações químicas ocorrem na superfície de grãos de poeira, no meio interestelar, onde estão em baixa densidade e pressão. Astroquímica experimentalNa astroquímica experimental os experimentos podem ser divididos em dois grupos:
"Em geral, as investigações tentam simular as características físico-químicas dos ambientes em questão. Em alguns casos a análise dos dados experimentais pode ser comparada diretamente com dados de telescópios, mas, na maior parte das vezes, não existe uma comparação direta. Os experimentos fornecem vínculos importantes para construção de modelos químicos e físico-químicos dos ambientes, bem como para a compreensão da evolução química dos mesmos."[4] Referências
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