Antonio Fraguas Fraguas
Antonio Fraguas Fraguas (Loureiro, Cotobade, Pontevedra, 28 de dezembro de 1905 - Santiago de Compostela, Corunha, 5 de novembro de 1999), também conhecido em galego como Antón Fraguas, foi um escritor, historiador, antropólogo e etnógrafo espanhol de ideologia galeguista.[1] TrajetóriaEstudou bacharelato em Pontevedra, onde foi aluno de Castelao[2] e Antonio Losada Diéguez, seguiu a carreira de Filosofia e Letras em Santiago de Compostela, onde se licenciou em 1928.[3] Em 1923 (com 18 anos) foi um dos fundadores da Sociedade da Língua, em Pontevedra, com o objetivo de promover a defesa do galego e publicar um dicionário, que nunca viu a luz.[4] Quando foi para Santiago ingressou nas Irmandades da Fala e começou a colaborar com o Seminário de Estudos Galegos, onde foi admitido como membro em 1928, nas secções de Geografia e de Etnografia e Folclore. Dentro do Seminário começou o estudo da geografia histórica da Galiza, dedicando-se especialmente às Rías Bajas e às terras de Cotobade. Como etnógrafo, começou a estudar os costumes à volta do carnaval. Foi professor no instituto de A Estrada de 1933 até ao início da Guerra Civil Espanhola. Após a revolta militar de 1936 sofreu uma repressão pelas suas atitudes galeguistas, sendo expulso do seu trabalho. Teve que trabalhar no ensino privado até que em 1950 conseguiu recuperar a cadeira do instituto e poder doutorar-se, o que fez na Universidade de Madrid com uma tese sobre o Colégio de Fonseca. Mais tarde foi professor em Lugo e Santiago, até à sua jubilação em 1975. Fraguas foi um dos protagonistas da transformação do Seminário de Estudos Galegos, depois do seu desmantelamento pelo governo de Francisco Franco, no Instituto Pai Sarmiento de Estudos Galegos, onde foi bibliotecário, secretário e diretor da secção de Etnografía e Folclore, publicando as suas investigações na revista editada pelo Instituto, Cadernos de Estudos Galegos[5].
Outros cargos que ocupou Fraguas ao longo de sua vida foram, entre outros, a coordenação da secção de Antropologia do Conselho da Cultura Galega (1983), membro pleno da Real Academia Galega das Ciências, correspondente à Real Academia da História, a Associação dos Arqueólogos Portugueses ou a Sociedade Portuguesa de Etnologia e Arqueologia.[6][1]
HonrasAntonio Fraguas Fraguas foi nomeado Pontevedrés do ano em 1973; foi premiado com o Pedrón de Ouro, em 1984, e com a Insígnia de Ouro do Museu do Povo Galego no mesmo ano; recebeu o Prémio Trasalba em 1985, e a Medalha Castelao; O Prémio Otero Pedrayo, em 1992 (ano em que também foi nomeado Cronista Oficial da Galiza); e o Prémio das Artes e das Letras de Galiza, em 1995.[6][6] Em 1989 foi nomeado filho adotivo de Santiago de Compostela.[6]
Após a sua morte, criou-se a Fundação Antonio Fraguas no Museu do Povo Galego, com o objetivo de “projetar, preservar e revitalizar o património que Fraguas e toda a geração por ele representada criaram e resgataram para a preservação futura da memória da Galiza”.[7]
Obras
Além das publicações anteriores, Fraguas escreveu numerosos artigos de divulgação em jornais e revistas especializados e não especializados, bem como colaborações em publicações conjuntas com outras personalidades da etnografia galega. Referências
|