Aliger gallus (nomeada, em inglês, rooster-tail conch)[2] é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Strombidae. Foi classificada por Carolus Linnaeus em 1758; descrita como Strombus gallus na obra Systema Naturae[1] e assim classificada até o século XX[2] (com Port Antonio, na Jamaica, citada como localidade de coleta de seu tipo nomenclatural).[3][4] É nativa do oeste do oceano Atlântico; do sudeste da Flórida (EUA)[2] às Antilhas, no mar do Caribe, norte da América do Sul e pela costa brasileira,[3] do Ceará até São Paulo, na região sudeste;[4] e também em Fernando de Noronha, Abrolhos, Trindade e Martim Vaz.[5] Está listada como espécie deficiente de dados (DD) no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicado em 2018 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, com a conclusão desta avaliação feita em 2012.[6]
Descrição da concha
Conchas de 15[3] a quase 20 centímetros,[7] quando desenvolvidas, de coloração amarela, laranja, salmão, rosada ou lilás,[8][9] constantemente apresentando manchas mais escuras; com sua espiral dotada de 9 a 10 voltas e com a sua última volta formando uma aba dotada de lábio externo engrossado,[5] caracterizado por uma longa projeção direcionada para cima, reta ou curvada para dentro ou fora do ápice da sua espiral.[3] Sua columela é brilhante e suas voltas possuem protuberâncias, com a superfície da concha dotada de estrias. Indivíduos juvenís também apresentam lábio externo fino e podem ser confundidos pelo não-especialista com conchas do gênero Conus.[3]
Habitat e uso
Aliger gallus ocorre em águas rasas, entre 0.5[5] a 82[7] metros de profundidade e em substrato arenoso.[5] Segundo Moscatelli, esta espécie é utilizada pelo Homem, como alimento, em Pernambuco, região nordeste do Brasil.[3]
Análise taxonômica das espécies do Atlântico e Pacífico Oriental
Durante o século XX no gênero Strombus,[2][10] análises posteriores do início do século XXI concluíram que Lobatus seria o primeiro táxon disponível para a inclusão de um grupo de grandes e pesados Strombidae do oeste do Atlântico e leste do Pacífico, que excetuavam as espécies Strombus pugilis, Strombus alatus e Strombus gracilior.[11][12] Tal situação fora mantida até o ano de 2020, envolvendo cinco espécies, quando uma minuciosa análise taxonômica por Maxwell et al., "Towards Resolving the American and West African Strombidae (Mollusca: Gastropoda: Neostromboidae) Using Integrated Taxonomy",[11][13] definiu as espécies extantes do leste do Pacífico até o oeste da costa africana sob a seguinte nomeclatura:
- Gênero Aliger Thiele, 1929
- Espécie Aliger gallus (Linnaeus, 1758) - Sin. Lobatus gallus
- Espécie Aliger gigas (Linnaeus, 1758) - Sin. Lobatus gigas
- Gênero Lobatus [Swainson], 1837
- Espécie Lobatus peruvianus (Swainson, 1823)
- Espécie Lobatus raninus (Gmelin, 1791)
- Gênero Macrostrombus Petuch, 1994
- Espécie Macrostrombus costatus (Gmelin, 1791) - Sin. Lobatus costatus
- Gênero Persististrombus Kronenberg & H. G. Lee, 2007
- Espécie Persististrombus granulatus (Swainson, 1822)
- Gênero Strombus Linnaeus, 1758
- Espécie Strombus alatus Gmelin, 1791
- Espécie Strombus gracilior G. B. Sowerby I, 1825
- Espécie Strombus pugilis Linnaeus, 1758
- Gênero Thetystrombus Dekkers, 2008
- Espécie Thetystrombus latus (Gmelin, 1791)
- Gênero Titanostrombus Petuch, 1994
- Espécie Titanostrombus galeatus (Swainson, 1823) - Sin. Lobatus galeatus
- Espécie Titanostrombus goliath (Schröter, 1805) - Sin. Lobatus goliath[10][11]
Ligações externas
Referências
- ↑ a b c d «Aliger gallus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de abril de 2020
- ↑ a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 76. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- ↑ a b c d e f MOSCATELLI, Renato (1987). A Superfamília Strombacea no Atlântico Ocidental. São Paulo: Antônio A Nano & Filho Ltda. p. 49-51. 98 páginas
- ↑ a b «Aliger gallus». Conquiliologistas do Brasil. 1 páginas. Consultado em 5 de dezembro de 2018
- ↑ a b c d RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 68. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- ↑ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (PDF). Volume 1. Brasília: ICMBio/MMA. p. 467. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6. Consultado em 31 de outubro de 2019
- ↑ a b «Lobatus gallus (Linnaeus, 1758) roostertail conch» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 5 de dezembro de 2018
- ↑ «Lobatus gallus» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 5 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021
- ↑ «Lobatus gallus - (Linnaeus, 1758)» (em francês). Forum Francophone des Coquillages Actuels. 1 páginas. Consultado em 5 de dezembro de 2018
- ↑ a b «Strombus Linnaeus, 1758» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 4 de janeiro de 2024
- ↑ a b c «Lobatus [Swainson], 1837» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 4 de janeiro de 2024
- ↑ Wieneke, Ulrich (11 de dezembro de 2018). «Species / Lobatus» (em inglês). Gastropoda Stromboidea. 1 páginas. Consultado em 4 de janeiro de 2024.
The name Lobatus was further discussed by Kronenberg and Lee (2007) and Landau et al. (2008), who concluded that Lobatus was the first available name for the group of large, broad winged Strombidae from the Caribbean and Panamic Fauna province (Kronenberg, 2013, p. 36.).
- ↑ Maxwell, Stephen J.; Dekkers, Aart M.; Rymer, Tasmin L.; Congdon, Bradley C. (2020). «Towards resolving the American and West African Strombidae (Mollusca: Gastropoda: Neostromboidae) using integrated taxonomy» (PDF) (em inglês). The Festivus. 52(1) (San Diego Shell Club). pp. 3–38. Consultado em 4 de janeiro de 2024
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