Compreende, em sua totalidade, caramujos ou búzios com conchas de dimensões variáveis, indo desde a pequena espécie Canarium hellii (Kiener, 1843), do Havaí, com pouco menos de 3 centímetros de comprimento,[28][29][30] até a grande e pesada Titanostrombus goliath (Schröter, 1805), da costabrasileira, o búzio-de-chapéu, com quase 40 centímetros de comprimento.[10][11][12][28] O formato geral é bicônico, com espiral mais ou menos alta e dotada de um lábio externo expandido e mais ou menos engrossado; não encontrado nos espécimesjuvenis, que apresentam o lábio externo fino e podem fazer com que o leigo confunda sua concha com espécies do gênero Conus. No adulto, uma das características distintas, nesta família, é a presença do que é denominado stomboid notch (em português, "reentrância estromboide", "dobra estromboide", "entalhe estromboide", "encaixe estromboide" ou "nó estromboide")ː uma chanfradura em formato de U, localizada na parte anterior da concha quando o animal está se movimentando, do lado oposto da espiral e próximo ao seu canal sifonal, na borda de seu lábio externo; cuja função é permitir a passagem de um tentáculo dotado de um olho, em seu lado direito, enquanto o outro tentáculo dotado de um olho, em seu lado esquerdo, se estende através da área do canal sifonal. A escultura externa da concha é dotada de ranhuras ou anéis espirais, geralmente mais visíveis nas voltas de sua espiral; também sendo característica a presença de nódulos, verrucosidades ou projeções mais ou menos pontudas e arredondadas e que são geralmente mais visíveis na volta final de sua teleoconcha.[3][6][7][8][10][11][15][16]
As atuais conchas dos gêneros Lambis Röding, 1798 e Harpago Mörch, 1852[1] anteriormente estiveram todas incluídas no gênero Lambis, que difere de Strombus e seus ex congêneres pela presença de uma série de projeções curvas, em seus lábios externos, terminadas em pontas mais ou menos agudas e que variam em número de 6 a 7, incluindo seu canal sifonal; mais raramente chegando a um número de 10 projeções ou mais, como é o caso do gênero Ophioglossolambis Dekkers, 2012.[3][17][34] Em tais espécies ocorre dimorfismo sexual entre macho e fêmea.[35]
Um comportamento, compartilhado pelas diversas espécies de Strombidae, consiste no seu hábito de deslocamento no substrato dos bentos submarinos. O animal utiliza seu opérculocórneo, curvo, pontiagudo e alongado, localizado na ponta do seu pé, para cravá-lo no substrato e impulsioná-lo para a frente em uma série de saltos, utilizando assim o seu opérculo como uma âncora de fixação; sendo pequeno demais para fechar completamente sua abertura, mas podendo ser usado como arma de defesa contra crustáceos e peixes.[3][6][7][8][10][11][15] O zoólogo Eurico Santos, ao descrever o comportamento da espécie atlântica Strombus pugilis (Linnaeus, 1758), o preguari, utilizado no Brasil como alimento, cita que "é uma experiência interessante observar estas conchas, na Flórida, ao se esforçarem para voltar à água quando são lançadas à praia pelo mar", com o "pé curvo" que "se firma na areia molhada"; por fim citando que "a concha dá verdadeiros pulos para mergulhar por fim na água", sendo "comum um colecionador perder um exemplar raro porque deu este um pulo do barco dentro d'água".[36]
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