Alegrete (navio) Nota: Para outros significados, veja Alegrete.
O Alegrete foi um navio mercante brasileiro afundado pelo submarino alemão U-156, em 1º de junho de 1942, no Mar do Caribe, entre as ilhas de Santa Lúcia e São Vicente. Foi o décimo navio brasileiro atacado durante a Segunda Guerra Mundial, e o nono a sê-lo a partir de janeiro de 1942, quando o Brasil rompeu relações com o Eixo. Não houve vítimas fatais. O navioA construção do navio foi finalizada em setembro de 1906, nos estaleiros da Harland & Wolff Ltd, em Belfast, na Irlanda do Norte, sob encomenda da Hamburg-Amerika Linie (Hapag), de Hamburgo. Operou sob o nome Salamanca e possuía arqueação bruta de 5.970 toneladas, comprimento de 119,5 metros, largura de 15,3 metros e calado de 7,8 metros. Feito com casco de aço, era propelido por um motor de tripla expansão, fazendo-o alcançar a velocidade de 12 nós.[1][2] Encontrava-se no porto brasileiro de Cabedelo, na Paraíba quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, o que motivou-lhe a retenção e o posterior confisco pelo Governo Brasileiro — a 1º de junho de 1917 —, quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com o Império Alemão, por conta do afundamento de navios brasileiros pela marinha daquele país. Naquele mesmo ano, é rebatizado de Alegrete, em homenagem à cidade homônima do Rio Grande do Sul, e passa a ser operado, a partir de 1927, pelo Lloyd Brasileiro. Entre 1936 e 1940, serve como navio de treinamento para a Marinha Mercante brasileira.[1] AfundamentoEm 1º de junho de 1942, o vapor, comandado pelo Capitão-de-Longo-Curso Eurico Gomes de Sousa e carregado com café, cacau, 5 000 caixas de castanhas e óleo de mamona, navegava entre as ilhas de Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas, no Mar do Caribe, quando, por volta das cinco da tarde, o capitão percebeu que estava sendo seguido por um submarino, ao avistar um períscópio que se salientava à distância.[3] Às 17:45 (horário local), o navio foi atingido a bombordo, na altura do porão nº 5, pelo primeiro torpedo disparado pelo U-156, comandado pelo Capitão-de-Corveta Werner Hartenstein. Em seguida, foram feitos os procedimentos para que a tripulação de 64 homens — não havia passageiros a bordo — abandonasse o navio. Os tripulantes evadiram-se pelas quatro baleeiras existentes, após o qual foram disparados mais dois torpedos bem como 18 tiros de canhão contra a embarcação que, inapelavelmente, sucumbiu em chamas ao cabo de 3 horas.[3] Nas baleeiras, a tripulação enfrentou toda a sorte de intempéries: mar bravio, com grandes vagalhões, ventos gelados durante a noite, sol abrasador na maior parte do dia, além da pouca alimentação e água potável.[3] No dia seguinte, a primeira baleeira chegou a Port of Spain, em Trinidad e Tobago; a segunda atingiu La Guaira, na Venezuela; a terceira foi dar na Ilha de la Blanquilla, também na Venezuela. Estes últimos náufragos relataram terem sido cercados de todos os cuidados pelos habitantes locais.[3] Os 19 homens da quarta baleeira foram resgatados pelo destróier americano USS Tarbel. Não houve mortes, apesar das queimaduras e de outros ferimentos sofridos no ataque. Referências
Bibliografia
Ver também
Ligações externas
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