Ícolo e Bengo
Ícolo e Bengo é uma cidade e município da província de Luanda, em Angola. Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística, conta com uma população de 126 935 habitantes[2] e área territorial de 3 819 km². Localiza-se no leste da província, sendo limitado a norte pelo município do Dande, a leste pelo município de Cambambe, a sul pelo município da Quissama e a oeste pelos municípios de Viana e Cacuaco. O município de Ícolo e Bengo está subdividido em cinco comunas, sendo a sede, que conserva o mesmo nome, e as comunas-distritos urbanos de Bom Jesus do Cuanza, Cabiri, Cassoneca e Caculo Cahango. Sua centralidade-base está situada nos arredores do bairro do Catete.[3] EtimologiaO termo Ícolo e Bengo provém do termo da língua quimbundo mu ikolo ya nbengo, que significa "vale largo e extenso", numa referência à grande planície fértil entre os rios Bengo (ao norte) e Cuanza (ao sul) em que está localizado o território municipal.[4][1] HistóriaA zona territorial municipal esteve no centro dos investimentos do Ramal do Alto Dande na primeira década do século XX. Foi construída uma linha férrea em Sistema Decauville, que unia inicialmente as localidades de Cabiri e Catete, e nesta ligava-se ao Caminho de Ferro de Luanda. Posteriormente o ramal foi estendido até Caxito, mas foi desativado.[5] A transferência do concelho-sede, de Cabiri para o Catete, aconteceu em outubro de 1921.[4] No contexto da luta anticolonial, a população de Ícolo e Bengo organizou uma marcha em protesto pela libertação de Agostinho Neto em 1960, um dos primeiros atos de rebeldia explícita na colónia no pós-segunda guerra mundial.[6] As autoridades coloniais responderam violentamente com munição — trinta pessoas foram assassinadas e duzentas feridas no "Massacre de Ícolo e Bengo".[6] Em 2011 o Ícolo e Bengo foi transferido da província do Bengo para a província de Luanda, no seguimento da reforma administrativa das duas províncias.[7] Desde a aprovação do "Plano Diretor Geral Metropolitano de Luanda", em 2015, o Ícolo e Bengo deixou de ser um município com multicentralidades ancoradas nas suas cinco comunas, para uma só cidade, composta de cinco comunas que também são distritos urbanos. O Catete deixou de ser uma comuna para tornar-se um bairro-distrito, a real centralidade da cidade de Ícolo e Bengo. O mesmo plano inseriu a cidade do Ícolo e Bengo como uma das componentes da "Região Metropolitana de Luanda".[8][9][10] GeografiaLocalizado numa grande planície fértil entre os rios Bengo (ao norte) e Cuanza (ao sul),[1] o município do Ícolo e Bengo é particularmente abundante em fontes d'água, sendo banhado por muitos rios, lagos e lagoas, chegando a ser chamado de "mesopotâmia de Angola".[1] Dentre seus lagos e lagoas destacam-se: Quilunda, Quiminha, Tôa, Cauigia e Cabemba.[4][1] EconomiaA estrutura económica do Ícolo e Bengo encontra-se essencialmente ao longo da rodovia EN-230,[1] onde assentam-se as plantas de industrias de transformação e construção civil. Há ainda um importante sector comercial, de transportes e de serviços. Na indústria extrativa, há ainda frações de massa salarial advinda da mineração industrial.[4] Neste município estão alguns dos mais vitais polos agrícolas e pesqueiros da província de Luanda,[4] incluindo a Mabuia e o destacado Pólo Agrícola da Quiminha,[1] o maior projeto integrado de agricultura em Angola, que se beneficia da lagoa da Quiminha para irrigação.[11] Na zona da Quiminha e no restante do território icolense, produz-se importantes excedentes de mandioca, batata doce, feijão, amendoim e gergelim.[4] InfraestruturaTransportesFerroviaAs estações ferroviárias de Hia, Catete e Barraca estão em território municipal e são servidas por comboios suburbanos, de médio e de longo curso do Caminho de Ferro de Luanda. Além disso há a prevsão de funcionamento do Ramal do Aeroporto e da Estação Ferroviária do Aeroporto.[12] RodoviasA principal rodovia de Ícolo e Bengo é a EN-230 (Estrada Luanda-Catete), que a liga tanto à Luanda, quanto ao restante da nação;[13] outra rodovia importante é a EN-110, que liga o município ao Cacuaco (ao noroeste) e à Quissama (ao sul).[14] Ver tambémReferências
Bibliografia
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