Álfheim
Na mitologia nórdica, Álfheim (em nórdico antigo: Álfheimr, "lar dos elfos") é um dos nove mundos, e o domicílio dos Álfar (elfos). O nome aparece, também, em baladas escocesas sob a forma de Elfhame e Elphame. É também um nome antigo para o território que existe entre o que, atualmente, é o rio Glomma na Noruega e o rio Gota na Suécia. A Morada ÉlficaEm Textos NórdicosAlfheim como a morada do elfos é mencionado somente duas vezes nos velhos textos nórdicos. O poema édico Grímnismál descreve doze moradias divinas, iniciando a estrofe 5 com:
Um presente de dente era um presente dado a uma criança na queda do seu primeiro dente. Veja fada dos dentes. Snorri Sturluson no Gylfaginning relaciona Alfheim como o primeiro de uma série de mundos do céu:
No mesmo poema, enquanto o autor discursa sobre um salão chamado Gimlé e sobre a zona mais ao sul do céu, que sobreviverá mesmo quando a terra e o céu forem destruídos, há uma nova explicação sobre o lugar:
Não há indicação se estes céus são idênticos a Alfheim ou distintos. Em alguns textos aparecem Vindbláin (Vindbláinn ou Vento-azul) no lugar de Vídbláin. Os estudiosos modernos especulam (às vezes estabelecendo como fato) que Alfheim era um dos nove mundos (heima) mencionados na segunda estrofe do poema édico Völuspá. Em Textos InglesesNas diversas baladas inglesas e escocesas sobre as fadas e suas doutrinas, o reino destes povos são chamados Elphame ou Elfhame, às vezes também traduzidos como Elfland ou Elfenland. A rainha das fadas é chamada, frequentemente, de "Rainha de Elphame" nas baladas, tais como a de Thomas the Rhymer:
Elfhame, ou Elfland, são descritas em uma grande variedade de formas nestes baladas e histórias. Geralmente são místicas e benevolentes, mas também, às vezes, sinistras e malignas. O misteriosismo da terra, e seus poderes do além são a fonte do ceticismo e desconfiança em muitos contos. Os exemplos das viagens ao reino dos elfos/fadas incluem "Thomas the Rhymer" e o conto de fadas "Childe Rowland", sendo que o último tem um ponto de vista particularmente negativo sobre o mundo dos elfos. Usado por J. R. R. TolkienO escritor inglês J. R. R. Tolkien transformou em inglês, Elvenhome, o nome em nórdico arcaico, Alfheim. Em seus contos, Elvenhome é imaginado como uma região litorânea das Terras Eternas, no oeste distante. O Grande Rei dos elfos do oeste era Ingwë, derivado do nome Yngvi, encontrado frequentemente como um sinônimo para Frey, que habitava Alfheim de acordo com o Grímnismál. A Região na EscandináviaSobre a Região e seus PovosNa saga de Ynglinga, quando é relacionado os eventos do reino do Rei Gudrodo (Guðröðr) o Caçador relata:
As palavras "nesse tempo" indicam que o nome para a região era arcaico ou obsoleto pelo século XIII. A sílaba elfr é uma palavra comum para "rio" e aparece em outros nomes de rios. Ela é cognata com a palavra elve, do baixo-alemão médio ("rio") que deu origem ao nome do Rio Elba. O Raum Elf marcou a beira da região de Raumaríki e o Gaut Elf marcou a beira de Gautalândia (Gotalândia moderno). Corresponde, aproximadamente, à província histórica sueca de Bohuslän. O nome Alfheim provavelmente não tem nenhuma relação com com Álfar Elves, mas pode se derivar de um palavra que signifique 'camada de cascalhos'. Entretanto, em A Saga de Thorsteins, filho de Viquingue, há referências que indicam que os dois rios e o país foram nomeados pelo Rei Elfo, o Velho (Álfr hinn gamli) que governou uma vez o país. Todos seus descendentes eram relacionados aos elfos e sua aparência era considerada a mais formosa entre todas as pessoas. O Sögubrot af Nokkrum menciona também os maravilhosos olhares especiais dos parentes do Rei Elfo, o Velho. As tradições de Elfo, o VelhoDe acordo com o A Saga de Thorsteins, filho de Viquingue, o Rei Elfo, o Velho, foi casado com Bryngerd (Bryngerðr), a filha do Rei Raum de Raumaríki. Mas de acordo com o Hversu Noregr byggdist ("Como a Noruega foi habitada"), Elfo, chamado de Finnálf, era um filho do Rei Raum, e herdou de seu pai a terra a partir do norte do rio Gota até o rio Glomma, e aquela terra foi chamada, então, Alfheim. Finnálf se casou com Svanhild (Svanhildr), que foi chamada "Pena de Ouro" (Gullfjoðr) e era a filha de Day (Dagr), filho de Dayspring (Dellingr), e Sol (Sól), filha de Mundilfari. O Dag, como personificação do dia e a deusa do sol, Sól, são mencionados em outros textos, mas somente em Hversu Noregr byggdist é mencionada a filha dos dois. Svandhild deu à luz um filho de Finnálf, que foi chamado Svan, o Vermelho (Svanr inn Rauðr), que foi pai de Sæfari, pai de Úlf(Úlfr), pai de Elfo, pai de Ingimundo (Ingimundr) e de Eystein (Eysteinn). De acordo com o poema édico Hyndluljód (estrofe 12), Óttar, cuja genealogia é o assunto principal deste poema, era filho de Innstein (Innsteinn), filho de Elfo, o Velho, filho de Ulfo, filho de Sæfari, filho de Sueno, o Vermelho. Assim, o Innstein do Hyndluljód e o Eystein do Hversu Noregr byggdist são, presumidamente, a mesma pessoa. Os Reis Antigos de AlfheimSobre as LendasDiversos reis antigos são mencionados em algumas sagas. De acordo com Saxão Gramático (historiador dinamarquês que viveu entre 1150 a 1220), em seu oitavo livro (Feitos dos Danos), os filhos do Rei Gandalfo, o Velho se reuniram com o Rei Haroldo para a batalha de Bråvalla. O Sogubrot nomeia os filhos de Gandolfo como Álfar (Álfarr) e Álfarin (Álfarinn) e os coloca como membros da guarda do Rei Haroldo. Se presume que ambos morreram na batalha. Mas o reino de Gandolfo não é identificado nestes textos. O Sögubrot relaciona também que Sigurd Hring (Sigurðr Hringr), que era vice-rei de Haroldo no trono sueco, se casou com Álfhild, filha do Rei Elfo, o Velho, de Álfheim. Mas em uma passagem anterior ela aparece como um descendente do rei Álf. O Hversu Novegr byggdist, ao contrário, fornece outra linhagem do Rei Elfo, o Velho, de Álfheim, que seria pai de Álfgeir, que seria pai de Gandalfo, que seria pai de Álfhild, que seria mãe do Ragnar Lodbrok (com Sigurdo, o Anel). O pai de Álfhild seria o mesmo Gandalfo cujos filhos participaram da batalha de Bravalla, onde seu desempenho é considerado legendário. Mas esta genealogia pode ser resultado de problemas na identificação de Gandalfo, o Velho, da batalha de Bråvalla, com Gandalfo, filho de Álfgeir, da Saga Ynglinga, que é discutida mais tarde. Se o dois Gandalfos forem a mesma pessoa, a cronologia apresenta diversas falhas de interpretação. Em todos estes testemunhos escritos, o filho de Hring e Álfhild era, supostamente, o famoso Ragnar Lodbrok, esposo de Aslauga (Áslaugr), que foi mãe de Sigurdo Hart (Sigurðr Hjort), cuja filha Raguenilda (Ragnhildr) se casou com Haldano, o Negro e, com ele, deu à luz Haroldo Cabelo Belo, o primeiro rei histórico de toda a Noruega. HistóriaA Saga dos Inglingos, Saga de Haldano, o Negro, e a Saga de Haroldo Cabeço Belo, todas incluídas no Heimskringla, contam sobre o fim dos reis de Alfheim ao final do período legendário:
No entanto, partes mais antigas da saga mostram Haroldo no controle de toda terra ao oeste do Rio de Gauto Elfo, o que indica que Alfheim se transformou parte de seu reino. A partir desse ponto, Alfheim não existia mais como uma região independente. A Saga de Haroldo Cabelo Belo relaciona que as terras foram conquistadas primeiramente pelo Rei sueco Érico Anundsson (Erik Anundsson), que as perdeu mais tarde para Haroldo Cabelo Belo. |