Zhou Youguang
Zhou Youguang (chinês: 周有光; nascido Zhou Yaoping; Changzhou, 13 de janeiro de 1906 — Pequim, 14 de janeiro de 2017) foi um linguista, sinologista e supercentenário chinês, creditado como o "pai do (Hanyu) Pinyin",[2][3] a romanização oficial do mandarim na República Popular da China. Início e formaçãoZhou nasceu em Changzhou, na província de Jiangsu, em 13 de janeiro de 1906.[2][4] Ele matriculou-se na St. John's University, em Xangai em 1923, onde se graduou em economia e realizou um curso suplementar em linguística.[4] Ele deixou a instituição quando estourou o Movimento de 13 de maio de 1925, transferindo-se para a Guanghua University, onde completou sua formação em 1927.[4] Zhou passou algum tempo como estudante de intercâmbio no Japão,[4] e o início de sua carreira profissional se deu trabalhando em bancos como economista, principalmente em Nova Iorque, retornando a Xangai em 1949, quando a República Popular da China foi criada.[2][3] A criação do PinyinEm 1955, o governo ofereceu a Zhou a liderança de um comitê para reformar a língua chinesa, de modo a aumentar o índice de alfabetização da população. Enquanto outros comitês tiveram incumbências como a de decretar o mandarim como a língua nacional e de criar os caracteres hoje usados no chinês simplificado, o comitê presidido por Zhou teve a incumbência de desenvolver um sistema de romanização para representar a pronúncia dos caracteres chineses.[2] Zhou disse que sua tarefa levou por volta de três anos, em um trabalho de tempo integral.[2] O pinyin foi tornado o sistema de romanização oficial em 1958, ainda que então - e ainda hoje - como guia de pronúncia, não como um sistema de escrita substitutivo.[5] Atividades posterioresDurante a Revolução Cultural Zhou foi mandado ao interior do país para ser "reeducado", como muitos intelectuais da época.[2][3] Ele passou dois anos num campo de trabalho.[6] Depois de 1980, Zhou trabalhou com Liu Zunqi e Chien Wei-zang na tradução da Encyclopædia Britannica para o chinês, o que lhe deu o apelido de "Enciclopédia Zhou".[4] Zhou continuou a escrever a publicar trabalhos após a criação do Pinyin; por exemplo, seu livro Zhongguo Yuwen de Shidai Yanjin 中國語文的時代演進, vertido para o inglês por Zhang Liqing, foi publicado em 2003 como A evolução histórica das línguas e escritas chinesas.[7] No total, ele escreveu 10 livros desde 2000, alguns dos quais foram censurados e banidos pelo governo chinês. Já idoso, Zhou tornou-se um defensor da reforma política e criticou os ataques do Partido Comunista Chinês à tradicional cultura do país desde a tomada do poder.[6] Zhou tornou-se um supercentenário em 13 de janeiro de 2016, ao atingir a idade de 110 anos.[8] Vida pessoalZhou foi casado com Zhang Yunhe de 30 de abril de 1933 até a morte dela em 14 de agosto de 2002; o casamento durou 69 anos e 106 dias e gerou dois filhos: Zhou Xiaohe, nascida em 1935 e morta em 1941 aos 6 anos, e Zhou Xiaoping, nascido em 1934,[2] que morreu aos 80 anos em 26 de janeiro de 2015.[1] No início de 2013, Zhou e seu filho foram entrevistados pela doutora Adeline Yen Mah na residência dos dois em Pequim. A doutora Mah documentou a visita em vídeo e apresentou a Zhou um jogo com a romanização Pinyin que ela criara para o iPad.[9] Zhou morreu em 14 de janeiro de 2017 em sua casa em Pequim, um dia após ter completado seu 111º aniversário.[10][11][12] Conteúdo adicional
Referências
Ligações externas
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