Vico ThompsonVico Parolini Thompson (Caxias do Sul, 1899 – São Paulo, 14 de agosto de 1935) foi um empresário, professor, jornalista e poeta brasileiro. Era filho de João Thompson e Ignez Parolini. Sua mãe pertencia a uma família tradicional da cidade e seu pai era um destacado empresário do ramo dos transportes. Vico inicialmente pretendeu ser padre, mas sua saúde frágil impediu a realização do projeto. Então passou a colaborar nos negócios de sua família e voltou-se para a vida cultural e a literatura, onde viria a deixar sua marca mais importante.[1] Deu aulas no Colégio Murialdo de Ana Rech e em escolas do Distrito de Vila Seca, organizou a biblioteca da Associação dos Comerciantes,[1] foi fundador e presidente da Congregação Mariana, ligada às Damas de Caridade,[2] fundador do Patronato São Francisco, instituição para jovens com fins moralizantes e recreativos,[3] colaborador do jornal O Regional[4] e membro do Ateneu Caxiense.[5] Também foi 2º secretário do Esporte Clube Juventude.[6] Vico Thompson foi uma figura importante no mundo das letras e da intelectualidade caxiense em um período em que a cultura local começava a se estruturar.[1][7] Deixou as coleções de poemas Revoadas Virgens (1923), Ideais em Flor (1924) e A Caravana do Silêncio (1926).[5] Sua vocação inicial para o sacerdócio manifestou-se na temática religiosa de boa parte de sua produção e na sua associação com organizações beneficentes ligadas à Igreja.[8][9] Foi apreciado orador e várias vezes louvado na imprensa da época por suas poesias, chamado de "poeta mavioso", "grandemente admirado",[8] "um artista da fé e do amor".[10] Dom Aquino Correa, bispo de Cuiabá, dedicou-lhe um soneto.[11] J. Pio assim se referiu a ele:
Também foi marcante sua atuação no Éden Juventudista, agremiação cultural e beneficente feminina fundada em 1926 junto ao Recreio da Juventude por ele e um grupo de senhoritas da "fina flor da sociedade caxiense",[12] pela primeira vez admitindo as mulheres na organização de atividades oficiais do clube.[13][1] Nas palavras de Rodrigo Lopes, "graças ao empenho do poeta, o Recreio da Juventude rompeu os costumes de uma época bastante conservadora, permitindo a contribuição feminina na organização de diversas atividades culturais". A primeira diretoria do Éden foi composta de Ida Paternoster (presidente), Léa Spada (1ª secretária), Vênus de Mello (2ª secretária), Omar Piccoli (1ª tesoureira) e Hermínia Pauletti (2ª tesoureira). No Conselho Fiscal, Natália Benetti, Rina Ártico, Alice Pasetti, Verônica Rosina e Flora Fabris.[1] Seu obituário enfatizou sua inteligência e sua dedicação à cultura,[14] e foi biografado na revista Terra Fluminense de 1937. Apesar da fama que ganhou em vida, sua obra poética hoje está muito esquecida.[1] Contudo, foi nomeado patrono da cadeira nº 12 da Academia Caxiense de Letras como um dos pioneiros da literatura caxiense,[5] e seu nome batiza uma rua na cidade. Sua vida foi enfocada no livro Vultos da Cultura e Arte de Caxias do Sul, de Salvador Hoffmann e Nelly Veronese Mascia, e sua atuação no Éden Juventudista foi recuperada várias vezes nas últimas décadas.[1][15][7][16][13] Referências
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