Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo é um filme brasileiro de drama de 2009. Marcelo Gomes (Cinema, Aspirina e Urubus) e Karim Aïnouz (O Céu de Suely) montam o road-movie que acompanha uma jornada tanto física quanto emocional, a partir de sobras de filmagens anteriores, num relato poético no qual o protagonista nunca se faz presente na tela, apenas narra os eventos em voice-over. As cenas são registradas na Bahia, Sergipe, Ceará, Alagoas e Pernambuco.[1] SinopseJosé Renato (Irandhir Santos), geólogo, 35 anos, foi enviado para realizar uma pesquisa de campo durante a qual terá que atravessar o sertão nordestino - região semi desértica, situada no Nordeste do Brasil. A missão de sua pesquisa é avaliar o possível percurso de um canal que será construído, desviando as águas do único rio caudaloso da região. Durante a viagem, percebe-se que há algo comum entre o protagonista José Renato e os lugares por onde ele passa. Desde o vazio a uma sensação de abandono, de isolamento. Ele decide seguir viagem, na esperança que a travessia transforme seus sentimentos.[2] ProduçãoOs diretores Marcelo Gomes (cineasta) e Karim Aïnouz, anos atrás, estavam fazendo um documentário on the road, visitando espaços e gentes. No entanto, o projeto transformou-se num enredo de ficção, sobre o personagem José Renato, um geólogo que cruza diversas áreas do sertão a fim de analisar as condições para a construção de um canal que atravessará o território semi-árido nordestino. O filme é feito com as imagens capturadas pelos cineastas, algumas fotografias de quartos de hotel, lugares e pessoas. Durante todo o longa-metragem, o protagonista aparece em 1ª pessoa, apenas com sua voz, contando sua vida pessoal e também a trajetória na viagem.A fotografia do filme mescla imagens de duas câmeras 16mm (Bolex), uma câmera super-8, uma mini-DV VX1000 (Sony) e uma câmera tcheca (Minockner). A produção filma em diversos lugares para retratar o longo caminho de José Renato, através do percurso feito pelo caminhão e permite a transição de paisagens. Para dar sentido, a voz do protagonista narra todos os acontecimentos e pensamentos. Se a voz de José Renato (Irandhir Santos) é um item ficcional, as imagens, pelo contrário, não são itens ficcionais. Trilha sonora
Elenco
LançamentoViajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo estreou no Festival de Veneza em 4 de setembro de 2009. No brasil, o longa-metragem estreou em 7 de maio de 2010. RepercussãoRecepção da críticaO longa-metragem, em geral, recebeu opiniões positivas dos críticos em virtude de sua linguagem diferenciada. O autor Paulo Santos Lima, do site Revista Cinética, analisa o ponto de vista das pessoas que aparecem no filme através de fotos, pelo fato de que o áudio pode alterar completamente o sentido da fotografia: "É um princípio que ultrapassa Kuleshov, na medida que nem é a montagem, mas sim uma voz, quem dá sentido e conduz a leitura dessas imagens – imagens de pessoas sem poder sobre o que será feito com sua imagem."[4] No site Interrogação, a autora Emanuela Santos ressalta a importância da montagem por diferentes tipos de câmeras: "Essa mistura resulta numa bonita colagem e visões sensoriais intensas a quem assiste. Viajo por que preciso, volto por que te amo é simples de concepções técnicas, porém se mostra carregado de uma narrativa intensa. Um filme para ser lido, ou uma leitura para ser vista."[5] Assim como a autora Emanuela Santos, no site Omelete, a autora Erica Borgo também destaca a trilha sonora: "Karen Harley faz um trabalho brilhante de montagem, reunindo registros em super-8, 16 mm e digital numa concisão narrativa que emociona, movida pela trilha sonora de Chambaril e a voz de Irandhir, que apesar de invisível está presente o tempo todo."[6] Quanto ao entendimento do filme, Joba Tridente, do blog Claque ou Claquete, diz que tudo depende da perspectiva do olhar: "Viajo porque preciso, volto porque te amo é uma viagem sensorial inesquecível, ao âmago de um homem apaixonado por uma mulher e pelo seu trabalho. Uma obra que desperta sentimentos controversos, ao provocar o olhar do comum. Pela simplicidade poética. Pela poesia musical do simples. Pelo excesso do vazio. (...) O filme, na verdade, só acontece com a conivência do espectador que embarca na viagem proposta, disposto a aceitar a legenda do narrador, no encadeamento do texto-imagem, mesmo que possa sugerir outra coisa."[7] Prêmios
Referências
Ligações externas
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