Verdes (separatistas montenegrinos)Os Verdes (servo-croata : Zelenaši ; cirílico sérvio: Зеленаши) foi um movimento político montenegrino que, durante o período entre guerras, se opôs à monarquia iugoslava, primeiramente por reivindicações abertamente separatistas, depois apoiando um projeto federalista. Os Montenegrinos Verdes, em seguida, passaram para a colaboração com os ocupantes italianos e alemães durante a Segunda Guerra Mundial. HistóricoO movimento verde tem suas origens na assembleia que decidiu, no final de 1918, pela incorporação do Reino de Montenegro com o Reino da Sérvia: os delegados minoritários, apoiando a dinastia Petrović-Njegoš, que haviam se oposto a união dos dois países teriam votado com cédulas verdes, enquanto que os apoiantes da união sob a égide da dinastia Karadjordjevic teriam usado cédulas brancas[1]. Depois de sua derrota na assembleia, os Verdes, provenientes em grande parte das regiões rurais, tentaram no início de 1919 uma insurreição contrária a união com a Sérvia: a "Revolta de Natal" (assim nomeada porque coincidiu com o Natal ortodoxo) foi particularmente liderada pelo capitão Krsto Popović. A revolta falhou, mas os Verdes continuaram posteriormente se opondo à monarquia centralista reivindicando autonomia para os montenegrinos.[1] O movimento verde foi então expresso principalmente no Partido Federalista Montenegrino, criado em 1922 por Sekula Drljević. Durante a eleição de 1925, os Verdes superam em número de votos o Partido Radical Popular Sérvio em Montenegro, marcando o ressurgimento de um autonomismo montenegrino.[2] Durante a década de 1930, os Verdes, que defendem reformas "federalistas" ao invés de uma independência total de Montenegro, mantêm contatos com o ramo montenegrino do Partido Comunista da Iugoslávia.[3] Após a invasão da Iugoslávia em 1941, os italianos planejam restaurar a monarquia montenegrina por meio de um estado satélite. Acreditam contar com os Verdes, mas, contrariamente ao que suas informações lhes sugerem, o movimento em si é dividido entre os partidários da independência total de Montenegro e os de uma solução federal iugoslava.[4] A tendência de Popović, portanto, não se opõe a uma preservação da Iugoslávia como uma federação em que Montenegro iria desfrutar de uma ampla autonomia, enquanto que a de Drljević é hostil a uma sobrevivência da Iugoslávia sob qualquer forma que seja. Assim sendo, Drljević apoia o projeto dos italianos de proclamar a independência de Montenegro, enquanto Popović objeta, especialmente porque a Itália anexou a Baía de Cátaro e áreas correlatas povoadas por albaneses em seu protetorado[5]. O projeto italiano de restaurar a monarquia montenegrina enfrenta uma dificuldade adicional quando o herdeiro do trono, o príncipe Miguel, recusa categoricamente a retomar a coroa em tais condições. Drljević reúne em seguida, com grande dificuldade, uma assembleia de 75 delegados e, em 12 de julho, proclama a independência de Montenegro e a restauração da monarquia, pedindo ao rei da Itália Victor Emmanuel III para nomear um regente. Mas, no dia seguinte, os ocupantes e seus aliados montenegrinos são confrontados com uma dupla insurreição, realizadas tanto pelos nacionalistas sérvios como pelos partisans comunistas. O governador militar italiano Alessandro Pirzio Biroli recebe plenos poderes para sufocar a insurgência; ele então convence Mussolini a abandonar a ideia de um Montenegro independente. O país ainda era uma simples governadoria italiana.[6] Para governar o território, os italianos dependem tanto dos Chetniks locais, com os quais tinham celebrado um acordo para combater conjuntamente os comunistas, como dos Verdes. A milícia liderada por Krsto Popović - cujo efetivo totaliza cerca de 1.500 homens[7] – são responsáveis pelas regiões de Cetinje e Bar.[8] Os Verdes, no entanto, deverão reduzir as suas respectivas atividades, já que os italianos preferem a sua aliança com os Chetniks.[1] Após a capitulação dos italianos em setembro de 1943, os alemães invadiram Montenegro. Uma parte dos Verdes continua a colaborar com os novos ocupantes. Ao fim de 1944 os nacionalistas montenegrinos irão em sua maioria fugir, quando os alemães evacuarem Montenegro.[1] Bibliografia
Referências
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