Underdog (competição)O termo underdog é usado nos países anglófonos para designar o perdedor esperado de uma competição (geralmente política, esportiva, artística ou literária). Uma vitória inesperada do underdog chama-se upset. No português do Brasil, o underdog corresponderia ao chamado azarão ou zebra como na expressão apostar na zebra. O ganhador esperado, ou seja, o indivíduo dominante em uma situação de competição ou numa hierarquia, é chamado de overdog,[1] ou top dog,[2] ou seja, o favorito da competição. A palavra underdog surgiu nos Estados Unidos, na segunda metade do século XIX,[3][4] e designava o cão perdedor, no contexto das lutas de cães, um entretenimento muito popular nos países anglófonos, no século XIX. O uso da palavra se estendeu à política, aplicando-se aos oprimidos ou aos contendores mais frágeis de um conflito. Empatia pelo underdogA tendência à empatia do público com underdogs tem raízes no cristianismo[5] e tem sido de importância fundamental para os movimentos de libertação nacional, direitos civis e promoção de justiça social. Mas o enquadramente de um determinado grupo como "underdog" ou "overdog" pode variar, em cada momento histórico. Durante a Primeira Guerra dos Bôeres, os Afrikaanders eram considerados "underdogs", pois se tratava de um pequeno grupo de pessoas lutando bravamente contra a grandeza do Império britânico.[6] Mas, a partir de 1948, com a introdução do programa político de Apartheid, os Afrikaners se tornaram conhecidos como opressores cruéis e racistas, de modo que os negros sul-africanos se tornaram os underdogs.[7] De modo similar, nos primórdios do movimento sionista, os judeus eram reconhecidos como uma minoria, alvo de perseguições e, posteriormente, genocídio.[8] A criação do Estado de Israel, em 1948, foi considerada como uma vitória desses "underdogs". Nos tempos atuais, no entanto, Israel se converteu em grande potência militar e potência ocupante de Territórios Palestinos, de modo que os árabes palestinos se tornaram os underdogs. A exibição de um conflito nos meios de comunicação tem grande influência sobre quem é visto como "underdog" ou "overdog", e há uma tendência do público a ter empatia com os mais frágeis. Consequentemente, as partes envolvidas nos vários conflitos acusam frequentemente a mídia internacional de ignorar ou minimizar os sofrimentos do seu próprio lado e de inflar os sofrimentos de seus oponentes.[8] Ver tambémReferências
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