Tropo (filosofia) Nota: Para figura de linguagem, veja Tropo.
Em filosofia, tropos (do grego antigo τρόπος (tropos), 'direção', 'caminho',' maneira'[1][2] do verbo τρέπειν (trépein): virar[3] são argumentos introduzidos pelos céticos gregos para concluir a necessidade de suspensão do juízo. Sexto Empírico chega a enumerar dezessete tropos, dos quais os primeiros dez derivam da classificação proposta por Enesidemo.[4] Diógenes Laércio atribui a Agripa cinco dos sete tropos acrescentados por Sexto Empírico; os outros dois são atribuídos a outros filósofos céticos. Em metafísica analítica o termo 'tropo' foi introduzido pelo filósofo norte-americano D.C. Williams em seu artigo clássico "The Elements of Being" (1953).[5] Para Williams tropos são propriedades espaço-temporalmente localizadas. Williams defendeu que tanto o nosso mundo quanto qualquer mundo possível seria completamente constituído por tropos.[5] Universais, como 'o vermelho' não são para ele entidades abstratas, como no realismo ontológico clássico, mas classes de tropos precisamente similares, como o tropo de vermelho de uma papoula e o tropo de vermelho de uma amostra de sangue. Objetos materiais, por sua vez, são construídos como conjuntos de tropos co-localizados no espaço e no tempo, como o tropo de marrom em uma mesa junto com os seus tropos de dureza e de forma. Uma tentativa importante de desenvolver sistematicamente a proposta de Williams foi feita por Keith Campbell em 1990.[6] Para Campbell as forças da natureza são quasi-tropos. Desde então uma variedade de textos e livros têm sido publicados com o objetivo de desenvolver uma ontologia dos tropos, frequentemente enfraquecendo a proposta original de Williams. Referências
Bibliografia adicionalClaudio Costa (2018). "Trope Theory and the Unsustainable Lightness of Being", in Philosophical Semantics: Reintegrating Theoretical Philosophy. Newcastle upon Tyne: Cambridge Scholars Publishing 2018. |