Tito Mânlio Imperioso Torquato Nota: Para outros significados, veja Tito Mânlio Torquato.
Tito Mânlio Imperioso Torquato (em latim: Titus Manlius Imperiosus Torquatus) foi um político da gente Mânlia da República Romana, eleito cônsul por três vezes, em 347, 344 e 340 a.C., com Caio Pláucio Venão Ipseu, Caio Márcio Rutilo e Públio Décio Mus respectivamente. Foi também nomeado ditador em 353 e, novamente, em 349 a.C. Era filho de Lúcio Mânlio Capitolino Imperioso, ditador em 363 a.C. Comandou as forças romanas durante a Segunda Guerra Latina e era considerado um exemplo de bravura e severidade pelos romanos. Primeiros anosEm 362 a.C., Tito Mânlio defendeu seu pai, Lúcio Mânlio, que havia sido ditador no ano anterior, de uma acusação de crueldade feita pelo tribuno da plebe Marco Pompônio, mesmo tendo ele próprio sofrido as consequências desta crueldade.
No ano seguinte, durante a guerra contra os gauleses conduzida pelo ditador Tito Quíncio Peno Capitolino Crispino, derrotou em combate singular um bárbaro muito grande e, depois de retirar o colar que ele utilizava no pescoço (conhecido como "torque") e colocá-lo no seu, passou a ser para sempre conhecido como "Torquato", um sobrenome que passou para seus descendentes[2][3]. Primeira ditadura (353 a.C.)Em 353 a.C., quando Cere (moderna Cerveteri) se aliou com Tarquínia contra Roma, Tito Mânlio foi nomeado ditador pelo Senado[4] e escolheu Aulo Cornélio Cosso Arvina como seu mestre da cavalaria (magister equitum). Enquanto Roma organizava a campanha contra Cere, embaixadores da cidade chegaram à Roma para implorar a paz, alegando que, por causa da fúria dos romanos, foram apenas uns poucos cidadãos que se deixaram convencer pelos tarquinenses. A paz foi renovada e o exército romano foi enviado contra os faliscos, mas nenhuma batalha campal foi travada[5]. Segunda ditadura (349 a.C.)Em 349 a.C., foi nomeado ditador novamente, desta vez pela Assembleia das centúrias ("comitiorum habendorum causa"), para presidir às eleições consulares, conturbadas por causa do conflito entre plebeus e patrícios[6]. Novamente, seu mestre da cavalaria foi Aulo Cornélio Arvina. Primeiro consulado (347 a.C.)Foi eleito cônsul pela primeira vez em 347 a.C. juntamente com Caio Pláucio Venão Ipseu[7]. Durante seu mandato não foram registrados conflitos com outras cidades. Internamente, foi decidido que os débitos seriam pagos um quarto à vista e o resto em anualmente por três anos. As taxas foram reduzidas em 1/24 (4,1%). Segundo consulado (344 a.C.)Em 344 a.C., foi eleito novamente, desta vez com Caio Márcio Rutilo[8]. Neste ano foi dedicado o Templo de Juno Moneta, na Cidadela do Capitolino. Segundo Lívio, esta dedicação foi seguida por uma chuva de pedras e um escurecimento do céu, um prodígio que levou a nomeação de um ditador "feriarum constituendarum causa", Públio Valério Publícola (com poderes limitados)[8]. Terceiro consulado (340 a.C.)Foi eleito pela terceira vez em 340 a.C. com Públio Décio Mus[9]. Neste ano começou a Segunda Guerra Latina, depois que a cidade recebeu uma delegação de membros da Liga Latina liderada pelo pretor latino Lúcio Ânio. Os latinos exigiam um status igual ao de Roma, incluindo senadores e um cônsul latino. Segundo Lívio, Lúcio Ânio teria blasfemado contra Júpiter e foi assassinado. Logo depois, o Senado votou pela guerra[10]. Condenação do filho de TorquatoCom seu colega, preparou o exército e, atravessando o território dos marsos e pelignos para evitar que caíssem sob o controle dos latinos, chegou perto de Capua, onde os romanos assentaram seu acampamento para as próximas operações de guerra. Foi nesta ocasião que Tito Mânlio ganhou sua fama de severidade: quando seu filho, também chamado Tito Mânlio, sem conseguir suportar as provocações dos latinos, saiu da fileira romana para atacá-los, contrariando as ordens de seu pai, foi condenado por ele à morte com as seguintes palavras:
Batalha do VesúvioTito Mânlio e Décio Mus levaram os romanos à vitória na sangrenta Batalha do Vesúvio, na qual Décio Mus se sacrificou pelos romanos[12]. Derrotados novamente os latinos na Batalha de Trifano[13], Tito Mânlio, de volta à Roma por causa de uma enfermidade, nomeou Lúcio Papírio Crasso como ditador para enfrentar os ancianos. Ver também
Referências
Bibliografia
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