Thomas FitzAlan, 12.º Conde de Arundel
Thomas Fitzalan, 5.º conde de Arundel e 10.º conde de Surrey[a] KG (13 de outubro de 1381 – 13 de outubro de 1415) foi um nobre inglês, um dos principais responsáveis pela deposição de Ricardo II, e uma figura importante durante o reinado de Henrique IV. LinhagemThomas era o único filho sobrevivente de Ricardo Fitzalan, 4.º Conde de Arundel e de sua primeira esposa, Elizabeth de Bohun. Quando tinha 16 anos de idade seu pai foi executado (1397) e suas terras e títulos confiscados pela Coroa da Inglaterra. Fitzalan foi colocado sob a tutela de John Holland, 1.º Duque de Exeter, meio-irmão do rei Ricardo, juntamente com uma grande parte das propriedades dos Arundel. Holland maltratou muito o jovem, um comportamento que lhe custou caro muitos anos depois.[1][2] Fuga, exílio, retorno e restauraçãoAlgum tempo depois Fitzalan conseguiu escapar dos maltratos de seu tutor e se juntou a seu tio Thomas Arundel, o deposto Arcebispo da Cantuária, no exílio em Utrecht.[3] Os dois mais tarde se encontraram com outro companheiro de exílio, o primo do rei, Henrique Bolingbroke.[4] Fitzalan acompanhou Henrique em seu retorno à Inglaterra em julho de 1399, e nos eventos seguintes que resultaram na deposição de Ricardo II e na coroação de Henrique como rei Henrique IV. Trabalhou como mordomo na coroação, e pouco depois o novo rei lhe restituiu os seus títulos e propriedades. Estas incluíam dois condados notáveis: o do Conde de Arundel e do Conde de Surrey, além de grandes propriedades nas Marcas galesas.[5] Revolta da EpifaniaNo início do ano seguinte, um grupo de barões, seguidores do deposto rei Ricardo II, rebelaram-se — no que ficou conhecido como a Revolta da Epifania — entre eles estava o ex-guardião de Fitzalan, John Holland. Este foi capturado por apoiadores da tia de Fitzalan, Joan de Bohun, Condessa de Hereford, e por ordem de Fitzalan logo foi executado (alguns afirmam que ele foi torturado antes).[1] Rebelião de Owain GlyndŵrNos anos que se seguiram Fitzalan esteve muito ocupado com os acontecimentos ocorridos nas Marcas galesas. Ajudou a combater a revolta de Owain Glyndŵr de 1400 até aproximadamente 1412, sendo que os confrontos foram mais intensos do início até 1405. Após a Batalha de Shrewsbury em 1403, ele foi nomeado para defender as Marcas galesas de futuros ataques ao longo de suas fronteiras, e depois, ocupou-se em derrotar Glyndŵr na Marca situada ao norte, vizinha da região norte do País de Gales.[3] Revolta no NorteEm 1405 houve uma revolta no norte da Inglaterra liderada pelo Arcebispo de Iorque, Richard le Scrope e o Conde de Norfolk, Thomas de Mowbray. Fitzalan foi o chefe da Comissão que condenou os nobres rebeldes à morte. Isto, aparentemente, levou a um desentendimento entre Fitzalan e seu tio, o Arcebispo Thomas Arundel, que opôs-se à execução de um companheiro de prelado. Aliança com Portugal e casamentosA irmã do rei Henrique, Filipa de Lencastre, havia se casado com o rei João I de Portugal, e para consolidar ainda mais a aliança entre Inglaterra e Portugal, Fitzalan casou com Beatriz, filha ilegítima do rei João. O casamento aconteceu em Londres, em 26 de novembro de 1405, na presença do rei Henrique IV.[3] Conflitos galeses e aliança com a BorgonhaNos anos seguintes Fitzalan novamente teve que ajudar a suprimir revoltas no País de Gales e nas Marcas galesas. Politicamente, Fitzalan aliou-se aos meio-irmãos do rei, os Beauforts, e quando Thomas Beaufort, Duque de Exeter foi nomeado chanceler em 1410, Fitzalan se tornou um dos principais conselheiros do rei.[3] Beaufort favoreceu uma aliança com a Borgonha, e Fitzalan foi um dos líderes enviados para ajudar a combater a facção rival dos armagnacs na França. Neste período, Fitzalan recebeu a condecoração de Cavaleiro da Ordem da Jarreteira. Carreira durante o reinado do rei Henrique VEm 1412 os Beauforts perderam o poder, e Fitzalan retirou-se para suas propriedades até o ano seguinte, quando o rei Henrique IV morreu. Seu filho, o rei Henrique V recolocou Fitzalan em um lugar de influência, nomeando-o Lorde Tesoureiro, bem como condestável do Castelo de Dover e Lorde Guardião dos Cinque Ports.[3] Fitzalan foi um dos primeiros comandantes de Henrique V na campanha francesa de 1415, mas durante o cerco de Harfleur ele, juntamente com muitos outros, ficou doente e teve de retornar para a Inglaterra. Nunca mais se recuperou, e algum tempo depois morreu.[3] SucessãoFitzalan não deixou filhos legítimos do sexo masculino. O castelo e o condado de Arundel foram herdados por seu primo John Fitzalan, 13.º Conde de Arundel. O Condado de Surrey ficou em pendência (ou foi extinto; as fontes divergem sobre este assunto). O restante de suas propriedades foi dividido entre suas três irmãs sobreviventes.[1] Ancestrais
Notasa. ^ Os Condes de Arundel foram numerados de forma diferente, dependendo se é aceito que os sete primeiros condes possuíam arrendamento enfitêutico sobre as terras de Arundel. Thomas Fitzalan foi o quinto membro da família Fitzalan a ser definitivamente denominado de Conde de Arundel. É portanto, considerado às vezes como o 5.º, 10.º ou 12.º Conde.[6][7]
Referências
Fontes
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