Thespesia populnea, popularmente conhecida como pau-rosa do pacífico, algodão-do-litoral,[4][5][6] entre outros nomes, é uma espécie de angiosperma pertencente à família das malvas, Malvaceae. É uma árvore comumente encontrada nas costas ao redor do mundo.[7] Embora seja confirmado ser nativa apenas dos trópicos do Velho Mundo, outras autoridades consideram-na ter uma mais ampla, possivelmente pantropical distribuição nativa.[1] Acredita-se que seja uma espécie invasora na Flórida e no Brasil.[8][9]
Como seu parente Hibiscus tiliaceus, foi uma das principais fontes de fibras liberianas para a produção de cordame e madeira para canoas polinésiasaustronésias e escultura. Embora suas sementes possam sobreviver por meses em correntes marítimas, nenhum vestígio de T. populnea foi recuperado da Polinésia antes da expansão austronésia (c. 5.000 AP), por isso é considerado por alguns autores que tenha sido intencionalmente carregada e introduzida por navegadores austronésios nas ilhas em que se estabeleceram.[14][15] Entretanto, é ainda considerada questionavelmente nativa das Ilhas do Pacífico, incluindo o Havaí, por várias outras autoridades.[1][11][12][16] No Havaí, é considerada como uma espécie nativa e é usada em projetos de restauração de hábitat para as florestas tropicais secas havaianas degradadas junto com as espécies de árvore definitivamente nativas Dodonaea viscosa e Cordia subcordata.[17][18][19]
Descrição
O pau-rosa do pacífico atinge uma altura de 6 a 10 metros e seu tronco pode medir de 20 até 30 cm de diâmetro.[20] Cresce em elevações do nível do mar de até 275 metros[21] em áreas que recebem 500 a 1.600 mm de precipitação anual.[10] O pau-rosa-do-pacífico é capaz de crescer na grande quantidade de tipos de solo que podem estar presentes em ambientes costeiros, incluindo solos derivados de quartzo (areia), calcário, e basalto; a planta favorece solos neutros (pH de 6 a 7.4).[20] Os grãos de pólen têm aproximadamente 70 mícrons de diâmetro.
Usos
O cerne do pau-rosa do pacífico é marrom avermelhado escuro a marrom chocolate e tem uma gravidade específica de 0,55 a 0,89.[10]
O pau-rosa do pacífico é conhecido como milo ou miro nas línguas polinésias.[6] É popular no Havaí para marcenaria (geralmente transformado em tigelas)[22] devido a variedade de cores expressas (tan, de amarelo ao vermelho). As árvores eram consideradas sagradas na cultura polinésia e eram normalmente plantadas em maraes junto de árvores como Ficus, Fagraea berteroana, Casuarina equisetifoliae Calophyllum inophyllum.[14][15] Tradicionalmente era plantado em bosques sagrados e usado para esculturas religiosas em todo o leste da Polinésia. Em Taiti, a madeira de milo é usada na confecção do to'ere (tambor de madeira com fendas), usado na percussão tribal taitiana tradicional. Makoʻi foi usado para os tabletes de rongorongo da Ilha de Páscoa.[23] Desde o surgimento de barcos com casco de alumínio no século 20, os pitcairneses têm feito viagens regulares à Ilha Henderson para colher madeira de miro. Normalmente eles vão para Henderson apenas uma vez por ano, mas podem fazer até três viagens se o clima for favorável. Os pitcairneses esculpem a madeira em colecionáveis, dos quais obtém grande parte de sua renda.[24]
Na Nova Irlanda, a madeira do pau-rosa do pacífico é usada para fazer tambores de ampulheta. Em Tonga, sua casca é usada para tratar infecções bucais entre crianças, e sua madeira é usada para fazer canoas, partes de casas e trabalho artístico.[25]
Na Indonésia, é conhecido como baru laut, baru pantai ou waru lot. Os amboneses cozinham as folhas em uma iguaria com vegetais.[26]
Pode ser usada para a produção de celulose vindo das plantas [Singh et al 2019].
Em algumas partes do mundo, como o Havaí e o sul da Índia, T. populnea é considereda uma espécie importante em projetos de restauração de hábitat para florestas secas costeiras.[17][19][28]
↑Yule, Henry, Sir. (1903). «PORTIA». In: Crooke, William. The Hobson-Jobson Anglo-Indian dictionary. London. 727 páginas. ISBN978-1870836111. In S. India the common name of the Thespesia populnea, Lam. (N.O. Malvaceae), a favourite ornamental tree, thriving best near the sea. The word is a corruption of Tamil Puarassu, 'Flower-king; [puvarasu, from pu, 'flower,' arasu, 'peepul tree'].
↑Oudhia, P., 2007. Thespesia populnea (L.) Sol. ex Corrêa. [Internet] Record from PROTA4U. Louppe, D., Oteng-Amoako, A.A. & Brink, M. (Editors). PROTA (Plant Resources of Tropical Africa / Ressources végétales de l’Afrique tropicale), Wageningen, Netherlands.
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↑ abPowell, Kelly B.; Ellsworth, Lisa M.; Litton, Creighton M.; Oleson, Kirsten L. L.; Ammondt, Selita A. (1 de outubro de 2017). «Toward Cost-Effective Restoration: Scaling up Restoration in Ecosystems Degraded by Nonnative Invasive Grass and Ungulates 1». Pacific Science. 71 (4): 479–493. ISSN0030-8870. doi:10.2984/71.4.6
↑ abFriday, J. B.; Okano, Dana (abril 2006). «Thespesia populnea (milo)»(PDF). The Traditional Tree Initiative. Consultado em 20 de fevereiro de 2009
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