The Old Curiosity Shop Nota: Para outros significados, veja The Old Curiosity Shop (desambiguação).
The Old Curiosity Shop (pt.: A Loja de Antiguidades) é um romance de Charles Dickens. O enredo centra-se na vida de Nell Trent e do seu avô, ambos residentes na Old Curiosity Shop em Londres. The Old Curiosity Shop foi um dos dois romances (o outro é Barnaby Rudge) que Charles Dickens publicou, em conjunto com outros pequenos contos, no Master Humphrey's Clock, um periódico semanal que foi publicado entre 1840 e 1841. A história foi tão popular que os leitores de Nova Iorque invadiram o cais quando o navio com a última publicação chegou à América em 1841 [1]. O romance foi publicado em formato de livro em 1841. Existe em Londres uma loja chamada The Old Curiosity Shop. Fica nos números 13-14 na Portsmouth Street em Westminster e acredita-se que tenha sido a inspiração para o romance. O edifício é do século XVI e o nome da loja foi mudado depois da publicação do livro de Charles Dickens. EnredoA história de The Old Curiosity Shop centra-se na personagem de Nell Trent, uma menina com quase quatorze anos. Ela é orfã e vive com o seu avô materno (cujo nome nunca é revelado) na sua loja de quinquilharias. O seu avô gosta muito dela e Nell não se queixa, mas ela tem uma vida muito solitária e quase não tem amigos da sua idade. O seu único amigo é Kit, um rapaz honesto que é empregado da loja e a quem Nell está a ensinar a escrever. O avô de Nell vive secretamente obcecado com a ideia de garantir que ela não morre na pobreza, como aconteceu com os seus pais, pelo que tenta dar-lhe uma boa herança através do jogo. Ele guarda o segredo dos seus jogos noturnos, mas contrai empréstimos bastante avultados de Daniel Quilp, um agiota corcunda e anão malicioso, com deformações grotescas. O avô de Nell acaba por perder o pouco dinheiro que tem no jogo e Quilp aproveita para se apoderar da loja e expulsar Nell e o seu avô de lá. O avô acaba por sofrer um esgotamento e fica louco, isto faz com que Nell o leve para as Midlands de Inglaterra onde se tornam pedintes. Convencido de que o avô de Nell tem uma grande fortuna escondida, Frederick, o irmão vagabundo dela, convence Dick Swiveller, um rapaz amável, mas muito influenciável, a procurar Nell para que Swiveller se possa casar com ela e, assim, partilharem a riqueza entre eles. Para tal, eles juntam-se a Quilp, que sabe que não existe qualquer fortuna, mas decide ajudá-los de forma sadística para aproveitar a tristeza que irá causar a todos os envolvidos. Quilp começa a tentar encontrar Nell, mas os fugitivos não são fáceis de encontrar. Para manter Dick Swiveller sob a sua vigia, Quilp arranja uma forma de o empregar como escriturário do seu advogado, Mr. Brass. Na firma de Brass, Dick trava amizade com uma empregada mal tratada e dá-lhe a alcunha de "a Marquesa". Nell, depois de conhecer várias pessoas, algumas que a tratam mal e outras amáveis, consegue finalmente arranjar um abrigo seguro para o seu avô numa vila isolada (identificada por Dickens como Tong, Shropshire), mas isto tem um custo na saúde dela. Entretanto, Kit, uma vez que perdeu o seu emprego na loja de antiguidades, encontra um novo trabalho com os simpáticos Mr. e Mrs. Garland. Aqui, um misterioso cavalheiro entra em contacto com ele para saber de notícias de Nell e do seu avô. O cavalheiro e a mãe de Kit procuram-nos sem sucesso e encontram Quilp que também procura os fugitivos. Quilp ganha rancor a Kit e faz com que ele seja preso por roubo. Kit é condenado a desterro. Porém, Dick Swiveller prova a inocência de Kit com a ajuda da sua amiga "Marquesa". Quilp é perseguido e morre enquanto tenta escapar. Ao mesmo tempo, uma coincidência leva o Mr. Garland a descobrir o paradeiro de Nell e ele, Kit e o cavalheiro (que se descobre ser o irmão mais novo do avô de Nell) vão procurá-la. Infelizmente, quando eles chegam, Nell está morta devido à sua difícil viagem. O seu avô, já mentalmente instável, recusa-se a aceitar que ela está morta e senta-se todos os dias na sua campa à espera que ela volte até que, alguns meses mais tarde, também ele acaba por morrer. ContextoOs acontecimentos do livro devem ter lugar por volta do ano 1825. No Capítulo 29, a Miss Monflathers fala da morte de Lord Byron, que faleceu a 19 de abril de 1824. Quando um inquérito conclui (incorretamente) que Quilp cometeu suicídio, ordena-se que o seu corpo deverá ser enterrado numa encruzilhada com uma estaca no seu coração, uma prática que foi banida em 1826. Após sofrer um esgotamento, o avô de Nell teme que o enviem para um manicómio e que aí seja acorrentado a uma parede e açoitado; estas práticas foram abandonadas depois de 1830. No capítulo 13, diz-se que Mr. Bass, o advogado, é um dos advogados da rainha, o que o coloca no reinado da rainha Vitória, que teve início em 1837. Porém, tendo em conta a restantes provas e o facto de se considerar no seu julgamento que Kit "agiu contra a paz do nosso Soberano, o Rei" (uma referência a Jorge IV), este pode ter sido um erro. ApresentaçãoO Master Humphrey's Clock era um periódico semanal que continha pequenos contos e dois romances (The Old Curiosity Shop e Barnaby Rudge). Alguns dos contos servem de histórias complementares aos romances. Originalmente, o conceito da história era o de que esta era lida em voz alta pelo mestre Humphrey a um grupo de amigos que se juntava na sua casa à volta do relógio do avô, onde Humphrey guardava os seus manuscritos. Como consequência, quando o romance começa, este é contado na primeira pessoa, sendo o mestre Humphrey o narrador. Porém, Dickens mudou de ideias em relação a qual seria a melhor forma de mudar a história pouco depois de esta começar a ser publicada e abandonou a narração na primeira pessoa depois do terceiro capítulo. Quando o romance terminou, foi acrescentada uma cena de conclusão no Master Humphrey's Clock. Nesta cena, os amigos do mestre Humphrey queixam-se (depois de este acabar de o ler) que nunca é dado um nome ao "cavalheiro" . O mestre Humphrey diz-lhes que a história do romance era verídica e que o "cavalheiro" era ele e ainda que os acontecimentos dos primeiros três capítulos eram fictícios e serviram apenas para apresentar as personagens. Esta foi a explicação de Dickens para justificar o porquê de o narrador ter desaparecido e porque, visto que era parente das personagens principais do livro, nunca deu qualquer indicação de as conhecer. É uma técnica desajeitada e pelo menos um editor achou que esta explicação não devia ser levada a sério. PersonagensPersonagens principais
Outras personagens
Significado e críticasA crítica a Dickens que provavelmente se repete mais pode resumir-se numa frase supostamente proferida por Oscar Wilde: "Era preciso ter um coração de pedra para ler a morte da pequena Nell sem derramar algumas lágrimas...de riso". Daniel O'Connel, um político irlandês, teve um episódio famoso no qual ficou em lágrimas com o final do livro e, de seguida, atirou o mesmo pela janela do comboio onde viajava. O entusiasmo à volta da conclusão da série não teve precedentes. Segundo relatos, os fãs de Dickens invadiram os portos de Nova Iorque e gritavam aos marinheiros que chegavam (que já podiam ter lido a última publicação no Reino Unido): "A Pequena Nell está viva?". Em 2007, muitos jornais afirmaram que o entusiasmo relativo ao lançamento do último volume de The Old Curiosity Shop era o único equivalente histórico do entusiasmo sentido quando foi lançado o último livro da série Harry Potter. A autora norueguesa Ingeborg Refling Hagen disse que pediu uma cópia emprestada de The Old Curiosity Shop na sua juventude e afirmou que ninguém merecia ler sobre Nell porque nunca ninguém poderá compreender a sua dor. Ela chegou mesmo a comparar-se a Nell devido às suas próprias circunstâncias miseráveis. Adaptações
Ligações externasReferências
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