The Celluloid Closet
The Celluloid Closet (bra: O Outro Lado de Hollywood[2]; prt: O Cinema no Armário.[3][4]) é um filme estadunidense de 1995, do gênero documentário, dirigido e escrito por Rob Epstein e Jeffrey Friedman, baseado no livro homônimo de 1981, de Vito Russo, que pesquisou filmes que retratavam personagens gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.[5] O nome do documentário faz alusão à expressão "sair do armário" - o ato de assumir a homossexualidade - e seu conteúdo é dedicado a explorar os filmes produzidos durante o período de censura em Hollywood,[6] durante o chamado Código Hays, (no qual apareceram personagens implicitamente homossexuais e também os cruéis estereótipos) até os progressos conquistados na década de 1990.[7] Com o objetivo de alcançar esse propósito, são habilmente entrelaçados eventos históricos por meio de narração de Lily Tomlin.[8] A narrativa se enriquece com a inclusão de cenas de um número substancial de filmes e depoimentos impactantes de cineastas, roteiristas e renomadas estrelas como Tom Hanks, Susan Sarandon, Tony Curtis, John Schlesinger e Gore Vidal.[8] Tais artistas comentam várias passagens dos filmes e suas próprias experiências pessoais em como lidar e atuar com e como personagens LGBT.[7] O documentário foi exibido em determinados cinemas nos Estados Unidos. No Brasil, fora exibido após o término do Festival do Rio, em 1996. Em 2005 foi exibido pelo canal por assinatura GNT, na semana em que se realizava a Marcha do Orgulho Gay, em São Paulo. Vito Russo quis transformar seu livro em um documentário e ajudou no projeto até sua morte em 1990. Muitos críticos notaram que o tom dado ao filme era menos político do que no livro e encerrava-se com mais otimismo. Russo queria assim entreter e refletir as mudanças positivas que ocorreram na década de 1990. ProduçãoRusso abordou Rob Epstein sobre a ideia de fazer uma versão cinematográfica de The Celluloid Closet e escreveu uma proposta para o filme em 1986.[9] No entanto, foi somente após a morte de Russo, em 1990, que Epstein e Friedman começaram a fazer algum progresso no projeto.[9] Após a morte de Russo, o canal Channel 4, da Inglaterra abordou os cineastas sobre o filme e ofereceu financiamento de desenvolvimento para escrever um tratamento "e, o mais importante, determinar se seria possível obter os trechos de filmes dos estúdios."[9] Após desenvolver o projeto por anos, a captação de recursos ainda era o maior obstáculo. Lily Tomlin, a atriz e comediante que narrou o filme, lançou uma campanha de arrecadação de fundos pelo correio em homenagem a Vito Russo.[9] Ela também liderou um evento beneficente no Castro Theatre, que contou com Robin Williams, Harvey Fierstein e a estrela drag Lypsinka. Steve Tisch, James Hormel e Hugh Hefner ofereceram "apoio significativo" e os cineastas começaram a receber financiamento de fundações, como o Paul Robeson Fund, o California Council for the Humanities e o Chicago Resource Center.[9] A televisão europeia novamente desempenhou um papel importante no financiamento do projeto, quando a ZDF/arte se envolveu, mas foi somente quando os cineastas entraram em contato com a HBO que puderam iniciar a produção.[9] Em maio de 1994, "Lily Tomlin entrou em contato com Michael Fuchs, presidente da HBO, em nome do projeto.[9] Epstein, Friedman, Tomlin e Rosenman voaram para Nova Iorque para uma reunião com Fuchs e a vice-presidente da HBO, Sheila Nevins. Nessa reunião, a HBO se comprometeu a fornecer o restante do orçamento."[9] ImpactoO livro The Celluloid Closet teve como antecessores o livro Screening the Sexes de 1972, de Parker Tyler, e Gays and Film de 1977, de Richard Dyer, que também explora conteúdo e personagens LGBTs nos filmes.[10] O filme foi lançado em um momento dramático na história gay, quando Bill Clinton foi eleito presidente como o primeiro candidato presidencial de um grande partido a cortejar e prometer abertamente votos gays.[11] No entanto, o movimento enfrentou um grande revés público quando a política Don’t Ask, Don’t Tell foi aprovada.[11] Em resposta a esses obstáculos, o movimento de direitos LGBT tornou-se cada vez mais centrado na mídia, percebendo que as imagens projetadas para o mundo afetavam negativamente as percepções da homossexualidade.[carece de fontes] Em 1994, a Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação foi formada como uma organização nacional.[carece de fontes] The Celluloid Closet foi lançado em 1996, enquanto marchas e protestos contra a representação homossexual no cinema e na televisão cresciam.[carece de fontes] "Protestos foram direcionados especificamente para alguns dos maiores e mais prestigiados filmes de Hollywood, incluindo O Silêncio dos Inocentes, que apresenta um travesti enlouquecido que mata e esfola mulheres, e JFK, que tem uma cena em que homossexuais supostamente conspiradores no assassinato de Kennedy se envolvem em jogos e diversões sadomasoquistas".[12] O artigo citado acima apresenta uma entrevista com Kate Sorensen, membro da Queer Nation, uma organização que ajudou a organizar os protestos: "Cada personagem lésbica e bissexual nesses filmes é acusado de ser um assassino psicótico ... E a garota nunca fica com a garota.[12] Estou cansada disso." Os ativistas gays de todo o país atacaram filmes como esses, onde o personagem homossexual é retratado como um assassino erótico repugnante.[12] Acreditava-se que essas representações refletiam "um medo perverso da AIDS ou da crescente intolerância que causou um aumento em crimes de ódio de todos os tipos. Ainda assim, o tratamento de Hollywood com os gays não ajudou. Com poucas exceções, os personagens homossexuais nos filmes são desajustados assustadores ou caricaturas extravagantes".[12] O lançamento de The Celluloid Closet enfatizou ainda mais a maneira distorcida como os homossexuais foram retratados ao longo da história. Abordando questões específicas pertinentes na época, Russo expõe a existência de homossexuais em Hollywood, assim como a homofobia descontrolada que mantém a homossexualidade no armário, tanto nas telas quanto fora delas.[13] "Essencialmente, Russo fez pelo cinema o que a ACT UP fez pela conscientização sobre a AIDS ... ele abriu um mundo e uma cultura que quase nunca havia sido discutido antes sob quaisquer circunstâncias, expondo preconceitos e feridas".[14] O filme continuou a incentivar a necessidade de representações positivas de homossexuais. A Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação realizou seminários para a equipe da Columbia Pictures e da Carolco. Além disso, a Hollywood Supports, uma organização de serviços com a missão de combater a fobia da AIDS e a homofobia na indústria do entretenimento, foi fundada.[12] Premiações e homenagensThe Celluloid Closet recebeu o prêmio Vito Russo Award da Gay and Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD) em 1996. Esse prêmio é concedido a pessoas abertamente gays ou lésbicas da indústria cinematográfica de Hollywood que promovem a luta contra a homofobia. O prêmio foi criado após a morte de Vito Russo, em homenagem ao ativista e autor do livro que inspirou o documentário.[15] Além disso, o filme recebeu quatro indicações ao prêmio Emmy Award em 1996. Foi indicado nas categorias de Realização Individual Notável em Programação Informativa por edição, gravação de som e direção de fotografia. Também foi indicado na categoria de Especial Informativo Notável. Além disso, o filme recebeu o Prêmio Peabody[16] e foi reconhecido no Festival de Cinema de Sundance de 1996, ao vencer o prêmio de Liberdade de Expressão.[17] O filme também foi indicado para o Prêmio Truer Than Fiction no 12th Independent Spirit Awards.[18] Lançamento em mídias físicasEm 2001, a edição em DVD inclui comentários do elenco, um segundo áudio com o comentário de Russo, uma entrevista que ele deu em 1990, um link com o Gay and Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD - Liga Gay e Lésbica Contra a Difamação, em inglês), e algumas entrevistas deletadas na edição, que acabam se transformando num segundo documentário.[19] No Brasil, o documentário foi lançado em 2022, como extra na edição do filme Victim, de 1961 (que também é comentado no presente documentário), pela distribuidora Obras Primas do Cinema.[20][21] Em 22 de novembro de 2022, a Sony Pictures Classics lançou nos Estados Unidos um box set intitulado Sony Pictures Classics: 30th Anniversary Collection 4K (1992-2017) que incluiu 12 filmes no formato Blu-ray 4k UHD e traz o documentário restaurado em 4k, bem como os extras do DVD, também restaurados.[22] CréditosAs seguintes pessoas foram entrevistadas para o documentário.
Filmes discutidos e mostrados
Referências
Ligações externas
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