Teste nuclear norte-coreano de 2009
O teste nuclear norte-coreano de 2009 foi realizado em 25 de maio, sendo o segundo da história do país. A região escolhida para esta realização foi próxima a Kilju, 375 km a nordeste da capital, Pyongyang. O primeiro foi realizado em 2006. O teste despertou muita tensão no leste asiático e levando os membros do Conselho de Segurança da ONU a convocarem uma reunião de emergência, além de ter aumentado a perplexidade da comunidade internacional, que tem tentado nos últimos anos uma série de duras sanções e promessas de ajudas para tentar convencer ao país a desistir de construir um arsenal nuclear.[1][2] As razões do testeChoe Thae-bok, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores do regime comunista norte-coreano, disse que a ameaça militar e as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos levaram seu país a realizar seu segundo teste nuclear. Choe assegurou que esse o objetivo é de "proteger os interesses supremos da Coreia do Norte, assim como defender a dignidade e soberania do país frente aos EUA". Além disso, ele criticou "a política hostil e viciosa" dos EUA, Japão e Coreia do Sul contra seu país. Seu regime comunista aumentou as manobras militares nas regiões próximas à linha de demarcação militar com a Coreia do Sul e aumentou também a vigilância fronteiriça. A Coreia do Norte assegurou que seu Exército e seus cidadãos estão prontos para um combate contra qualquer tentativa estadunidense de um ataque preventivo.[3] PotênciaO ministro de Assuntos Exteriores sul-coreano, Yu Myung-hwan, disse que o teste pode ter superado entre três e quatro vezes a potência das bombas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial.[4] O Ministério da Defesa da Rússia afirma que a força da bomba ficava perto de 20 quilotons. "Segundo os dados dos meios técnicos russos de controle de explosões nucleares, a potência da bomba nuclear foi de cerca de 20 quilotons", disse em condições de anonimato um alto cargo dessa pasta.[5] Já a Agência Meteorológica Japonesa afirma que o teste foi quatro vezes mais potente que o primeiro teste de 2006, afirmam os especialistas. "A atividade sísmica detectada hoje foi de de 5,3 graus, enquanto a do teste nuclear anterior alcançou 4,9 graus", disse Yasuo Sekita, diretor da agência.[6] Represália
O representante especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, disse[quando?] para Pyongyang não realizar um segundo teste nuclear, pois seria "a direção equivocada" para a estabilidade da região asiática. "Tenho muitas esperanças de que a Coreia do Norte não fará outro teste. Acho que seria um passo na direção equivocada", disse Bosworth em Tóquio antes de retornar a Washington, segundo a agência local "Kyodo". O funcionário estadunidense ressaltou[quando?] que os outros participantes do diálogo de seis lados estão convencidos de que "a conversa e a negociação são os únicos métodos adequados para resolver as questões pendentes" com a Coreia do Norte. O processo de diálogo de seis lados - que começou em 2003 e tem a participação das duas Coreias mais EUA, Japão, China e Rússia - está estagnado desde dezembro, devido à falta de avanços na verificação da desnuclearização do regime comunista norte-coreano.[necessário esclarecer] Pyongyang anunciou em 14 de abril que abandonava o diálogo de seis lados como represália à condenação do Conselho de Segurança das Nações Unidas por seu lançamento, no dia 5 de abril, de um foguete de longo alcance. A Coreia do Norte ameaçou[necessário esclarecer] ainda realizar um novo teste nuclear e lançar um míssil intercontinental caso o Conselho de Segurança não se desculpasse. "Estamos comprometidos com o diálogo e estamos obviamente interessados em voltar à mesa de negociações o mais rápido possível, mas esta decisão não depende só de nós, depende também da Coreia do Norte", concluiu.[7] Tensão com a Coreia do SulA Coreia do Norte ameaçou a Coreia do Sul no dia 27 de maio com um ataque militar e dar por liquidado o armistício com que terminou em 1953 a guerra entre ambos os países. "Se o armistício for dado por concluído, a Península coreana, em termos legais, está no caminho de retornar ao estado de guerra e nossas forças revolucionárias tomarão decisões a favor das ações militares pertinentes", disse o porta-voz norte-coreano. O regime comunista de Pyongyang reagiu assim à decisão tomada pelo Governo de Seul de aderir à iniciativa do EUA contra o tráfico de armas de destruição em massa, que permite a abordagem de navios suspeitos. A Coreia do Norte anunciou que responderá com um ataque militar se seus navios forem interceptados e que também não garante a segurança dos navios estrangeiros no Mar Amarelo, onde em anos recentes os dois países mantiveram confrontos armados. O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, agradeceu à população a "maturidade" com que está recebendo as ameaças norte-coreanas, enquanto uma fonte militar que seu país tem superioridade naval e repelira qualquer ataque. A península coreana é uma das áreas mais militarizadas do mundo, com um milhão de soldados da Coreia do Norte, 655 mil da Coreia do Sul e outros 28,5 mil militares estadunidenses assentados em território de seu aliado sul-coreano desde o final da Guerra da Coreia. Segundo fontes, a usina nuclear norte-coreana de Yongbyon, inativa desde 2007 por um acordo internacional, teria sido reativada em meados de abril com o objetivo de extrair plutônio. No dia 25 de abril, a Coreia do Norte já tinha anunciado que tinha começado a extrair plutônio do combustível nuclear que armazena nessa usina, a fim de impulsionar seu poder atômico perante as "forças hostis". O porta-voz da missão militar norte-coreana na vigiada fronteira entre as duas Coreias tachou a equipe do presidente Lee de "grupo de traidores" e ameaçou, em último caso, com a guerra. Segundo esse porta-voz, os militares norte-coreanos já não estão vinculados ao armistício do fim da Guerra da Coreia (1950—1953), devido à decisão de Seul de participar plenamente na iniciativa PSI, liderada pelos EUA.[8][9] Consequências econômicas"A questão da Coreia do Norte não deverá ter um impacto duradouro no mercado", disse o analista Byeon Ji-young, da Woori Futures. Entretanto, as bolsas asiáticas e europeias operam em baixa novamente no dia 27/05 e o dólar negociado em alta ante as principais moedas estrangeiras, em meio a preocupações com os riscos à estabilidade política global e aos fundamentos da economia dos Estados Unidos.[10] Reação popular na Coreia do NorteFoi organizada uma grande manifestação no dia seguinte ao teste para celebrar o ocorrido, e foi "em massa", segundo a agência estatal norte-coreana.[3] Reações internacionaisPaíses
Organizações
Ver também
Referências
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