Teresa Beirão
Teresa Sancha Braamcamp de Mancelos Beirão (Lisboa, 29 de Dezembro de 1954 - Beja, 11 de Fevereiro de 2015) foi uma arquitecta portuguesa. BiografiaPrimeiros anos e formaçãoNasceu na cidade de Lisboa, em 29 de Dezembro de 1954, segunda de oito filhos de Caetano de Mello Beirão e Maria José Bastos Braamcamp de Mancelos.[1] Frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde tirou uma licenciatura em arquitectura em 1979.[1] Carreira profissionalTrabalhou originalmente no gabinete do arquitecto Francisco Caldeira Cabral, e em 1985 integrou-se na Câmara Municipal de Odemira, onde esteve até 1990.[1] Durante este período esteve muito ligada à arquitectura tradicional alentejana, onde aprendeu sobre os processos de construção, especialmente o uso da taipa.[1] Esteve à frente do gabinete de projectos at5 entre 1997 e 2004, em conjunto com o seu marido, o arquitecto Alexandre Bastos, tendo ambos feito um grande número de obras, principalmente dentro do município de Odemira.[1] Entre os seus trabalhos contam-se vários edifícios novos ou obras de intervenção, em edifícios públicos e privados, tendo alguns deles sido de teor humanitário.[1] Foi responsável pelo complexo de turismo rural da Herdade do Reguenguinho, o conjunto de habitações sociais de Mumemo (em conjunto com o arquitecto Miguel Mendes), na cidade de Maputo, em Moçambique, o Infantário Beatriz Gâmboa e a Casa Maria Luísa em Boavista dos Pinheiros, e em São Luís o Centro de Dia e o Mercado,[1] este último em conjunto com Alexandre Bastos.[2] A sua última obra foi o Lar D. José do Patrocínio Dias, em conjunto com o arquitecto Bartolomeu Costa Cabral.[1] Exerceu como arquitecta, tendo trabalhado em edifícios públicos e residenciais, e feito várias intervenções em monumentos, como o Castelo de Paderne.[3] Foi responsável pelo edifício do de São Luís, na vila de Odemira, em conjunto com Alexandre Bastos, e pelo arranjo paisagístico do Vila Monte Farm House, em Moncarapacho.[4] Foi uma das principais promotoras na arquitectura contemporânea de terra em Portugal, tendo sido pioneira no método da construção em terra, e uma das principais responsáveis pelo renascimento do uso de terra crua na arquitectura, em meados da década de 1990.[3] Colaborou em seminários e em conferências internacionais, e foi responsável pela organização de diversas exposições e acções de formação sobre a arquitectura da terra.[1] Foi uma das fundadoras e colaboradoras da Associação Centro da Terra,[3] à qual presidiu durante dois mandatos sucessivos, entre 2008 e 2011, embora o seu segundo mandato tenha sido terminado prematuramente devido a problemas de saúde.[1] Dedicou-se igualmente ao desenvolvimento da taipa, material utilizado tradicionalmente na construção de edifícios na região do Alentejo até às décadas de 1950 e 1960, e que era habitualmente empregue pelas camadas mais baixas da população, tendo conseguido a sua reabilitação no âmbito da arquitectura contemporânea.[1] Planeou várias casas em taipa, que se destacam por não terem cobertura nas paredes exteriores, mostrando explicitamente o seu material de construção.[1] FalecimentoFaleceu em 11 de Fevereiro de 2015, na cidade de Beja, tendo residido nos últimos meses no Lar D. José do Patrocínio Dias.[1] HomenagensEm 2013, a Associação Centro da Terra colocou o nome de Teresa Beirão no seu Centro de Documentação, no interior da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém.[1] Em Maio de 2015, a Ordem dos Arquitectos iniciou a exposição itinerante Teresa Beirão – Uma obra dedicada à arquitectura de terra, que percorreu várias zonas do país.[3] Referências
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