Temporada de ciclones no Índico Sudoeste de 2007-2008
A temporada de ciclones no Oceano Índico sudoeste de 2007-08 foi um evento do ciclo anual de formação de ciclones tropicais. A temporada começou em 15 de Novembro de 2007 e terminou em 30 de Abril de 2008. Maurícia e Seychelles consideram que a temporada termina em 15 de Maio. Estas datas delimitam convencionalmente o período de cada ano quando a maioria dos ciclones tropicais forma-se na bacia. A bacia é delimitada pelo meridiano 90°L e pela Linha do Equador, ficando no quadrante sudoeste destas limitações. Os ciclones tropicais que se formam nesta bacia são monitorados pelo Centro Meteorológico Regional Especializado em Reunião, controlado pela Météo-France. A temporada ciclônica de 2007-08 foi relativamente movimentada, com 13 tempestades tropicais, sendo 12 nomeadas. Segundo a Météo-France, a temporada também teve seis ciclones tropicais (considerando-se aqueles com ventos máximos sustentados superiores a 120 km/h), quatro ciclones tropicais intensos e um ciclone tropical muito intenso. Embora o ciclone Hondo seja o ciclone tropical mais intenso desta temporada, não ameaçou a costa. A formação de uma tempestade tropical não nomeada marcou o início bem antecipado da temporada. Madagáscar foi atingido por três ciclones, os ciclones Fame, que causou 13 fatalidades na costa noroeste, Ivan, um dos mais intensos ciclones tropicais a atingir Madagáscar, causando 93 fatalidades, e o Jokwe, que também atingiu Moçambique, causando no mínimo 10 fatalidades. Por fim, a temporada foi encerrada com a formação da Tempestade tropical Lola, que provocou fortes chuvas, causando 2 fatalidades em Maurício. Resumo sazonalO Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Reunião é o órgão designado pela Organização Meteorológica Mundial para o monitoramento de eventuais sistemas que se formam no Oceano Índico sudoeste. O CMRE de Reunião, assim como as suas sub-regionais em Madagáscar e Maurícia, utilizam um método próprio na classificação de ciclones tropicais: a intensidade máxima de um ciclone é determinada pela média máxima dos ventos num intervalo de 10 minutos, semelhante ao método utilizado pela Agência Meteorológica do Japão (AMJ). Sistemas tropicais com ventos máximos constantes inferiores a 52 km/h são considerados perturbações tropicais. Sistemas com ventos constantes máximos entre 52 km/h e 61 km/h são considerados depressões tropicais. Sistemas com ventos máximos constantes entre 62 km/h e 87 km/h são considerados tempestades tropicais moderadas. Sistemas com ventos máximos constantes entre 88 km/h e 117 km/h são considerados tempestades tropicais intensas (ou severas). Sistemas com ventos máximos entre 118 km/h e 165 km/h são considerados simplesmente ciclones tropicais. Sistemas com ventos máximos constantes entre 166 km/h e 211 km/h são considerados ciclones tropicais intensos. Por fim, sistemas com ventos máximos constantes com mais de 212 km/h são considerados ciclones tropicais muito intensos. SistemasCiclone tropical 01U
Uma área de baixa pressão que estava situado ligeiramente à leste do meridiano 90°L tornou-se uma perturbação tropical em 27 de Julho. Embora a Météo-France não emitisse avisos sobre o sistema, ele foi monitorado e designado com um número.[1] O Joint Typhoon Warning Center (JTWC) emitiu um aviso de formação de ciclone tropical (AFCT)[2] sobre o sistema um dia antes e começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical 01S no final de 29 de Julho. Neste momento, o sistema ainda estava localizado a leste do meridiano 90°L, região de responsabilidade do Centro de Aviso de Ciclone Tropical de Perth, Austrália. O ciclone começou a se dissipar no começo da madrugada de 30 de Julho e o JTWC emitiu seu último aviso sobre o sistema no final daquele dia.[3] O Bureau of Meteorology classificou a perturbação tropical como um ciclone tropical em análises pós-tempestade. Segundo estas análises, o ciclone atingiu ventos constantes de 75 km/h. Estas análises foram baseadas em observações do satélite QuikSCAT.[4] Perturbação tropical 01
O primeiro sistema tropical reconhecido oficialmente pela Météo-France formou-se em 10 de Outubro. O sistema seguiu para sudoeste e no começo da madrugada de 12 de Outubro, foi classificado pela Météo-France como a perturbação tropical 01R.[5] As condições de altos níveis estavam favoráveis, mas a combinação da ausência de fluxos internos seguindo em direção à linha do Equador e águas frias causaram a dissipação da perturbação no começo da madrugada de 13 de Outubro[6] Tempestade tropical severa Lee–Ariel
Em 13 de Novembro, o Centro de Aviso de Ciclone Tropical (CACT) em Perth, Austrália começou a emitir avisos regulares numa área de baixa pressão tropical em desenvolvimento, localizada na área de responsabilidade do CACT de Jacarta, Indonésia.[7] Em 14 de Novembro, o CACT de Perth classificou a área de baixa pressão como o ciclone tropical "Lee", enquanto o ciclone ainda estava na área de responsabilidade do CACT de Jacarta.[8] No final daquele dia, o Joint Typhoon Warning Center (JTWC) emitiu um alerta de formação de ciclone tropical (AFCT) sobre o ciclone tropical Lee.[9] Pouco depois, o JTWC classificou o sistema como o ciclone tropical 03S.[10] O CACT de Perth classificou Lee como um ciclone categoria 2 na escala australiana em 15 de Novembro e logo depois emitiu seu último aviso sobre o sistema assim que Lee rumava para oeste, cruzando o meridiano 90°L, entrando na área de responsabilidade da Météo-France.[11] O sistema foi renomeado assim que adentrou a área de responsabilidade do Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Reunião, como a tempestade tropical intensa "Ariel".[12] Logo depois de entrar na bacia do Oceano Índico sudoeste, Ariel encontrou condições ambientais não favoráveis e começou a se enfraquecer. O CMRE de Reunião desclassificou Ariel numa tempestade tropical moderada em 17 de Novembro[13] e então numa depressão tropical no final daquele dia.[14] Tanto o CMRE de Reunião quanto o JTWC emitiram seus últimos avisos sobre Ariel no final de 18 de Novembro.[15][16] Tempestade tropical severa Bongwe
O JTWC classificou uma área de distúrbios meteorológicos como o ciclone tropical 04S em 18 de Novembro.[17] No mesmo dia, o Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Reunião classificou o sistema como a perturbação tropical 03R.[18] O sistema fortaleceu-se rapidamente e no dia seguinte, a Météo-France já tinha classificado o sistema como a tempestade tropical intensa Bongwe.[19][20] Fortes ventos de cisalhamento começaram a atuar no sistema, que interromperam a tendência de fortalecimento de Bongwe. Pouco depois, Bongwe se enfraqueceu para uma tempestade tropical moderada.[21] Entretanto, Bongwe voltou a se fortalecer em 22 de Novembro, tornando-se novamente uma tempestade tropical intensa.[22] A tendência de fortalecimento foi de curta duração e o sistema começou a se enfraquecer novamente em 23 de Novembro e dissipou-se completamente no dia seguinte.[23] Tempestade tropical moderada Celina
Uma perturbação tropical formou-se no começo da madrugada de 12 de Dezembro a norte-nordeste de Rodrigues.[24] No final daquele dia, o sistema foi designado como uma perturbação tropical pelo CMRE de Reunião.[25] O Joint Typhoon Warning Center então emitiu um alerta de formação de ciclone tropical (AFCT) no sistema em fortalecimento no final de 12 de Dezembro.[26] O JTWC emitiu seu primeiro aviso em 13 de Dezembro, designando a tempestade como ciclone tropical 06S.[27] Embora a circulação ciclônica de superfície do sistema estivesse exposta, o sistema foi classificado como uma depressão tropical pela Météo-France em 14 de Dezembro. Esta classificação foi devido à circulação ciclônica de baixos níveis estar bem definida.[28] No começo da madrugada de 17 de Dezembro, o Serviço Meteorológico de Maurícia classificou o sistema como uma tempestade tropical moderada e a nomeou de "Celina" assim que o sistema se aproximava da ilha.[29] Celina começou a se enfraquecer em 18 de Dezembro e o JTWC emitiu seu último aviso no começo da madrugada daquele dia.[30] A Meteo-France manteve o sistema classificado como uma depressão tropical e emitiu seu último aviso sobre o sistema em 21 de Dezembro assim que Celina começou a se dissipar a leste da costa de Madagascar.[31] Tempestade tropical moderada Dama
Uma perturbação tropical começou a se formar logo a leste do meridiano 90°E perto das Ilhas Cocos. O sistema cruzou o meridiano 90°L no começo da madrugada de 17 de Dezembro. O Joint Typhoon Warning Center emitiu um alerta de formação de ciclone tropical (AFCT) no começo da madrugada de 18 de Dezembro.[32] O Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Reunião classificou o sistema como uma perturbação tropical no começo da tarde do mesmo dia assim que as áreas de convecção começaram a se aprofundar e se isolar de área de distúrbios meteorológicos ao seu noroeste.[33] O JTWC classificou a perturbação como o ciclone tropical 07S.[34] Fracos ventos de cisalhamento permitiram o sistema se fortalecer para uma depressão tropical no começo da noite do mesmo dia.[35] A intensificação continuou e o sistema alcançou brevemente a força de uma tempestade tropical moderada em 19 de dezembro. Os ventos de cisalhamento voltaram a se fortalecer e a atingir o sistema, que se enfraqueceu para uma depressão tropical.[36] Entretanto, no dia seguinte, os ventos de cisalhamento diminuíram e permitiram a intensificação das áreas de convecção perto do centro do sistema. A tempestade ganhou o nome de "Dama".[37] Dama continuou a seguir uma trajetória para o sudeste, adentrando em águas frias. Em 21 de Dezembro, Dama começou a se transformar num ciclone extratropical e tanto a Meteo-France quanto o JTWC emitiram seus últimos avisos sobre o sistema.[31][38] Tempestade tropical moderada Elnus
No começo da madrugada de 30 de Dezembro, uma área de distúrbios meteorológicos formou-se a oeste de Madagascar,[39] no Canal de Moçambique, e foi designado pela numeração 06R.[40] Depois, ainda no mesmo dia, está área foi classificada como a perturbação tropical 06R, enquanto o Joint Typhoon Warning Center (JTWC) emitiu um alerta de formação de ciclone tropical (AFCT)sobre o sistema em desenvolvimento.[41] Em 31 de dezembro, a Météo-France classificou a perturbação como uma depressão tropical.[42] Logo depois, o JTWC fez o mesmo.[43] No começo da madrugada de 1º de Janeiro de 2008, O CMRE de Reunião classificou a depressão como a tempestade tropical "Elnus", o quinto sistema nomeado da temporada.[44] Elnus começou então a seguir para sul-sudoeste e começou a se enfraquecer. No começo da madrugada de 2 de Janeiro, o CMRE de Reunião "rebaixou" Elnus para uma depressão tropical.[45] No dia seguinte, o CMRE "rebaixou" novamente Elnus para uma perturbação tropical.[46] Em 4 de Janeiro, a atuação de uma área de baixa pressão de altos níveis sobre o sistema fez que Elnus se tornasse um ciclone extratropical ao sul da ilha de Madagascar.[47] Mesmo assim, a Météo-France continuou a emitir avisos regulares sobre o sistema extratropical ex-Elnus. A agência de Reunião emitiu seu último aviso sobre Elnus em 6 de Janeiro.[48] Perturbação tropical 07R
No começo da madrugada de 7 de Janeiro, Uma área de distúrbios meteorológicos a norte-nordeste de Reunião foi designada como a perturbação tropical 07R pela Météo-France.[49] A tempestade nunca se organizou e em 8 de Janeiro, A tempestade tinha se dissipado.[50] Ciclone tropical Fame
A Météo-France classificou uma área de distúrbios meteorológicos no Canal de Moçambique como a perturbação tropical 08R.[51] No dia seguinte, a agência meteorológica classificou o sistema como a depressão tropical 08R.[52] Horas depois, o JTWC começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical 13S.[53] Ao mesmo tempo, o CMRE de Reunião classificou a depressão como a tempestade tropical moderada Fame.[54] Movendo-se muito lentamente sobre o Canal de Moçambique e com boas condições, Fame começou a se intensificar e em 26 de Janeiro, o CMRE de Reunião classificou Fame como uma tempestade tropical intensa.[55] Movendo-se para sul-sudeste e para o sul, Fame atingiu seu pico de intensidade, com ventos constantes de 150 km/h, ao mesmo tempo que atingiu a costa noroeste de Madagascar, perto da cidade de Besalampy.[56] Sobre terra, o ciclone começou a se enfraquecer e a Météo-France o JTWC emitiram seus últimos avisos sobre Fame. O ciclone provocou 13 mortes na ilha. Entretanto, a área de baixa pressão remanescente de Fame emergiu no Oceano Índico, a leste de Madagascar, e voltou a se intensificar. A Météo-France voltou a emitir avisos regulares sobre a perturbação tropical 09R no final de 28 de Janeiro e no dia seguinte, a agência classificou novamente o sistema como uma depressão tropical. Horas depois, o JTWC começou a emitir novamente avisos constantes sobre o ciclone tropical 13S (Fame) assim que o sistema ficou mais consolidado. A interação com o ciclone Gula fez o centro de Fame ficar exposto, e com isso, mais uma vez o ciclone começou a se enfraquecer. Em 1º de Fevereiro, a circulação ciclônica de Fame foi absorvida pela circulação de Gula. O JTWC emitiu seu último aviso sobre Fame e pouco depois, o CMRE de Reunião também emitiu seu último aviso sobre Fame. Ciclone tropical Gula
A Météo-France classificou uma área de distúrbios meteorológicos a sudoeste de Diego Garcia como a perturbação tropical 09R.[55] A perturbação continuou a se fortalecer e em 26 de Janeiro, a Météo-France classificou a perturbação como a depressão tropical 09R. Horas depois, o JTWC começou a emitir avisos sobre o recém-classificado ciclone tropical "14S" (Gula). No começo de 27 de Janeiro, a Méteo-France também classificou o sistema como a tempestade tropical moderada Gula.[57] A tendência de fortalecimento continuou e no dia seguinte, a Météo-France classificou o sistema como uma tempestade tropical intensa.[58] A intensificação continuou e em 29 de Janeiro, a Météo-France classificou Gula como um ciclone tropical.[59] Em 30 de Janeiro, Gula enfraqueceu-se ligeiramente e a Météo-France 'rebaixou' Gula para uma tempestade tropical intensa e posteriormente para uma tempestade tropical moderada. No final do mesmo dia, Gula começou a interagir com o ciclone Fame, resultando no enfraquecimento do ciclone. Os dois ciclones interagiram-se, fenômeno conhecido como efeito Fujiwara. Por fim, a circulação ciclônica de Fame foi absorvida por Gula. Então, o JTWC e a Météo-France emitiram seus últimos avisos sobre Gula. Logo depois, a Météo-France também emitiu seu último aviso sobre Gula. Ciclone tropical intenso Hondo
A Météo-France classificou uma área de distúrbios meteorológicos no Oceano Índico central como a perturbação tropical 10R.[60] Pouco depois, o JTWC começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical 16S (Hondo).[61] Em 5 de Fevereiro, o CMRE de Reunião classificou o sistema como a depressão tropical 10R.[62] A partir deste momento, o sistema começou a sofrer rápida intensificação e a Météo-France classificou a depressão como a tempestade tropical moderada Hondo.[63] A rápida intensificação continuou e o CMRE de Reunião já tinha classificado Hondo como um ciclone tropical muito intenso em 7 de Fevereiro.[64] Neste momento, Hondo atingiu o pico de intensidade, com ventos constantes de 230 km/h. Hondo começou a se enfraquecer assim que o sistema encontrou ventos de cisalhamento e o CMRE de Reunião desclassificou Hondo sucessivamente para uma tempestade tropical moderada.[65] Em 11 de Fevereiro, Hondo não apresentava nenhuma área de convecção profunda, entretanto, ainda apresentava uma circulação ciclônica bem definida. No dia seguinte, o CMRE de Reunião "rebaixou" novamente Hondo para uma depressão tropical assim que o JTWC emitiu seu último aviso sobre o ciclone tropical 16S.[66] pouco depois, a Météo-France também emitiu seu último aviso sobre Hondo.[67] No entanto, a área de baixa pressão remanescente de Hondo persistiu por vários dias, seguindo para noroeste. Em 20 de Fevereiro, a Météo-France recomeçou a emitir avisos regulares sobre o sistema, designando-o como perturbação tropical ex-Hondo.[68] No dia seguinte, a perturbação foi classificada como uma depressão tropical.[69] Em 23 de Fevereiro, o JTWC recomeçou a emitir avisos regulares sobre o sistema. Hondo começou a seguir para sudoeste e passou sobre Reunião em 23 de Fevereiro. A interação com terrenos rochosos e águas mais frias causaram o enfraquecimento do sistema e Hondo foi "rebaixado" para uma perturbação tropical. No mesmo dia, o JTWC emitiu seu último aviso sobre o sistema e no dia seguinte, a Météo-France fez o mesmo. Ciclone tropical intenso Ivan
A Météo-France classificou uma área de distúrbios meteorológicos a sudoeste de Diego Garcia como a depressão tropical 11R.[70] Pouco depois, o JTWC começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical 18S.[71] O ciclone continuou a se intensificar e em 11 de Fevereiro, já tinha sido classificado como um ciclone tropical.[65] No entanto, uma mudança na trajetória fez que Ivan fosse na direção oposta ao seu movimento, passando sobre águas mais frias, enfraquecendo-se para uma tempestade tropical moderada.[72] Continuando a seguir para oeste-sudoeste, Ivan voltou a se intensificar e tornou-se um ciclone tropical intenso pouco antes de atingir Madagascar, com ventos constantes de 215 km/h.[73] Logo em seguida, o ciclone enfraqueceu-se ligeiramente assim que sua circulação encontrou os terrenos rochosos de Madagascar. Ivan fez landfall no nordeste da ilha em 17 de Fevereiro com ventos constantes de 195 km/h.[74] O ciclone causou danos extensos e severos em Madagascar. Grande parte do cultivo de arroz da região foi perdida. No mínimo 44 pessoas morreram após a passagem do ciclone. A Méteó-France desclassificou Ivan como uma depressão sobre terra logo após o landfall. Ao mesmo tempo, o JTWC emitiu seu último aviso sobre o sistema. A circulação remanescente de Ivan emergiu no Canal de Moçambique. A Météo-France por duas vezes voltou a emitir avisos regulares, mas ambas foram canceladas. Ciclone tropical intenso Jokwe
Uma área de distúrbios meteorológicos formou-se a nordeste de Madagascar.[75] Em 4 de março, o Centro Meteorológico Regional Especializado de Reunião classificou esta área como a perturbação tropical 14R.[76] No dia seguinte, o Joint Typhoon Warning Center começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical "22S".[77] Pouco depois, o CMRE de Reunião classificou o sistema como uma depressão tropical[78] e logo depois como uma tempestade tropical moderada.[79] No final daquele dia, o sistema atingiu o extremo norte da ilha de Madagascar.[80] Lá, Jokwe destruiu cerca de 44 casas e deixou cerca de 400 desabrigados. Em 6 de Março, a tempestade emergiu no Canal de Moçambique e rapidamente se intensificou.[80] Em 8 de março, Jokwe fez landfall entre os distritos de Angoche e Ilha de Moçambique, na província de Nampula, Moçambique.[81] Lá, o ciclone causou pelo menos 10 fatalidades e deixou pelo menos 55.000 desabrigados. Jokwe começou a rumar para sudoeste e posteriormente para o sul, emergindo novamente no Canal de Moçambique.[82] Por lá, o ciclone variou quanto a sua intensidade, principalmente devido ao seu pequeno tamanho. Finalmente, em 13 de Março, o ciclone Jokwe começou a se enfraquecer definitivamente.[83] No começo da madrugada de 15 de março, o CMRE emitiu seu último aviso sobre o sistema.[84] Ciclone tropical intenso Kamba
Uma área de distúrbios meteorológicos formou-se ainda na área de responsabilidade do Centro de Aviso de Ciclone Tropical (CACT) de Perth.[85] Esta área moveu-se para oeste, adentrando a área de responsabilidade do Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Reunião, sendo classificado pelo mesmo como a perturbação tropical 13R.[86] Horas depois, o CMRE de Reunião classificou a perturbação como uma depressão tropical[87] e no começo da madrugada de 8 de Março, o Joint Typhoon Warning Center (JTWC) começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical "23S" (Kamba).[88] No dia seguinte, o CMRE de Reunião classificou a depressão como uma tempestade tropical moderada.[89] A partir deste momento, o sistema começou a sofrer rápida intensificação e em 10 de março, Kamba já era um ciclone tropical intenso, com ventos constantes em 1 minuto de 205 km/h.[90] A partir deste momento, Kamba encontrou ventos de cisalhamento e águas mais frias e rapidamente se enfraqueceu. Em 12 de março, tanto o CMRE de Reunião quanto o JTWC emitiram seus últimos avisos sobre o sistema.[91][92] Tempestade tropical moderada Lola
Uma área de distúrbios meteorológicos formou-se no Oceano Índico centro-sul em 17 de Março.[93] Em 20 de Março, o Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Reunião classificou esta área como a zona meteorológica perturbada 14R. Inicialmente, o sistema apresentava-se como uma grande área de baixa pressão, com áreas de convecção desorganizadas e uma banda espiralada de tempestade ao sul do sistema.[94] Em 21 de Março, o sistema começou a mostrar sinais de organização assim que seguia para oeste-sudoeste pela periferia nordeste de uma alta subtropical.[95] Por volta do meio-dia, o CMRE de Reunião classificou a área numa perturbação tropical.[96] Logo depois, o Joint Typhoon Warning Center emitiu um alerta de formação de ciclone tropical sobre o sistema em desenvolvimento.[97] Por volta das 18:00 UTC daquele dia, o CMRE de Reunião classificou a perturbação numa depressão tropical. Inicialmente, o sistema não apresentou um centro consolidado, o que poderia levar a uma relocação do centro.[98] Logo depois, o JTWC começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical "25S" (Lola).[99] No começo da madrugada de 22 de Março, o CMRE de Reunião classificou a depressão como a tempestade tropical moderada Lola, mesmo que os ventos com intensidade de tempestade tropical estivessem bem ao sul do centro do sistema, devido ao gradiente de pressão atmosférica com a alta subtropical situada ao seu sul.[100] Ventos de cisalhamento moderados impediam um maior desenvolvimento do sistema.[101] Com isso, Lola enfraqueceu-se numa depressão tropical ainda no mesmo dia. O centro da circulação foi relocado para uma região mais ao norte do sistema.[102] O sistema tornou-se muito assimétrico e ainda era abatido por fortes ventos de cisalhamento vindos do nordeste, e os ventos mais fortes concentravam-se na porção sul do sistema, devido ao gradiente de pressão com a alta subtropical.[103] Em 24 de Março, Lola começou a seguir para o norte devido a formação de uma área de alta pressão ao norte de Madagáscar. Os ventos de cisalhamento deixaram o centro da circulação ciclônica do sistema totalmente exposto. Com isso, Lola enfraqueceu-se numa perturbação tropical.[104] Ao mesmo tempo, o JTWC emitiu seu último aviso sobre o sistema.[105] Em 25 de Março, os ventos de cisalhamento diminuíram e o sistema experimentou um pequeno aumento na intensidade. Com isso, Lola tornou-se novamente uma depressão tropical.[106] No entanto, a tendência de fortalecimento foi breve e Lola enfraqueceu-se novamente numa perturbação tropical assim que os ventos de cisalhamento voltaram a se intensificar. Lola começou a seguir para sul-sudeste devido a aproximação de um cavado polar.[107] Em 26 de Março, o sistema tornou-se pouco definido, com múltiplos vórtices dentro da circulação ciclônica.[108] Ao meio-dia de 26 de março, o CMRE emitiu seu último aviso sobre Lola assim que o sistema tornou-se altamente desorganizado.[109] No entanto, as áreas de instabilidades remanescentes de Lola atingiram a Ilha de Maurícia, onde foi registrado mais de 200 mm de chuva. Rodovias e escolas foram fechadas e duas pessoas morreram perto de Pamplemousses, no norte da ilha.[110] Energia ciclônica acumulada
A tabela a direita mostra a Energia ciclônica acumulada (ECA) para cada ciclone tropical formado durante a temporada. O ECA é, de forma abrangente, uma energia medida da tempestade multiplicada pelo tempo em que a mesma existiu. Quanto mais tempo dura e quanto mais forte a tempestade, a mesma terá uma ECA maior. A ECA somente é calculada para aqueles sistemas que alcancem força de tempestade tropical, ou seja, sistemas cujos ventos alcancem 63 km/h ou mais. A tempestade tropical Lola não foi incluída nos cálculos. Nomes das tempestadesAs perturbações tropicais são nomeadas depois de alcançar a força de uma tempestade tropical moderada. Se uma perturbação tropical alcança esta intensidade na região ao sul da Linha do Equador e a oeste do meridiano 55°L, então o sistema é nomeado pelo Centro sub-regional de Aviso de Ciclone Tropical de Madagascar. Se o sistema alcançar esta intensidade na região ao sul da Linha do Equador e entre os meridianos 55°L e 90°L, então é nomeado pelo Centro Sub-regional de Aviso de ciclone Tropical de Maurícia. As listas são recicladas a cada ano e portanto, nomes não são retirados definitivamente.[112]
Efeito sazonaisEsta tabela lista todas as tempestades que se desenvolveram no hemisfério sul durante a temporada 2007-2008 de ciclones no sudoeste do Oceano Índico. Inclui a sua intensidade, duração, nome, desembarques, mortes e danos. Com exceção do ciclone tropical 01U/01S, toda a intensidade relacionada é retirada de Météo-France.
Ver também
Referências
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