Tapaculo-de-brasília
O tapaculo-de-brasília (Scytalopus novacapitalis) é uma espécie de ave passeriforme da família Rihnocryptidae encontrado nas regiões do Distrito Federal, Formosa e sudoeste de Minas Gerais. Foi descrita por Helmut Sick a partir de indivíduos coletados em Brasília, no Distrito Federal. A descoberta e a sobrevivência da espécieA espécie foi descoberta em Brasília, em 1958, durante a construção da capital.[2] Foi descrita por Helmut Sick,[3] ornitólogo e naturalista alemão naturalizado no Brasil. Ele é considerado o maior ornitólogo brasileiro, catalogou mais de 3000 exemplares de aves.[4] Nomeou-se a espécie de tapaculo-de-brasília, mas ele também chamado de macuquinho-de-brasília e seu nome, em inglês, é Brasilia tapaculo.[5] Seu nome científico é Scytalopus novacapitalis, e foi dado em homenagem à nova Capital do Brasil.[6] O tapaculo-de-brasília sempre foi considerada uma espécie rara, embora a família Rhinocryptidae seja endêmica no Brasil[1]. Atualmente se encontra em perigo de extinção por causa da destruição de habitat.[1][2][7] Nos anos 1980, 68 indivíduos foram registrados em todo Distrito Federal. Nos anos de 2010 e 2011, Luane Reis dos Santos, aluna do programa de doutorado em Ecologia, do Instituto de Ciências Biológicas (IB), percorreu os pontos onde a ave tem alta probabilidade de ocorrer e, até o início de Agosto de 2011 havia encontrado apenas dois indivíduos - um nas proximidades do Parque Nacional, outro perto da Reserva Ecológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As razões para o desaparecimento da espécie envolvem a degradação do ambiente natural. A doutoranda Luane informou: “Sabemos que ele existe em unidades de conservação, mas em áreas que não foram preservadas isso não acontece”.[2] Em 2017, o fotógrafo de aves Jonatas Rocha conseguiu fazer 67 registros do tapaculo-de-brasília em Brasília, e 240 no município de São Roque de Minas, no Triângulo Mineiro.[7] Características físicasAs aves dessa espécie possuem cerca de 11 cm de comprimento, e pesam em torno de 18,9g. Suas partes superiores são de coloração cinzento-escuras e suas partes inferiores cinzento-claras. Possuem bico curto escuro provido de uma “tampa” sobre a narina (opérculo nasal) e mandíbula um pouco mais clara. As pernas são claras, marrom-amareladas ou rosadas (não pardo-escuras como outra espécie do mesmo gênero, o Scvtalopus speluncae). As caudas são pequenas e levantadas[5] e, segundo Helmut Sick, em seu clássico livro Ornitologia Brasileira, a cauda aponta para o céu a qualquer excitação.[7] Em termos de canto, este lembra o do Scvtalopus speluncaede, possuindo, contudo, um ritmo bem menos apressado.[5] O canto, em realidade, mais parece um piado intermitente, quase metálico, atento, sendo que as fêmeas têm um canto mais veemente.[7] Os indivíduos desta espécie raramente voam (algumas variedades quase perderam capacidade de voar), mas correm com muita rapidez e escondem-se ao menor sinal de perigo.[5] Por seu pequeno tamanho e sua coloração cinza escuro, a ave é de difícil detecção, quase imperceptível no meio da vegetação.[2] Habitat e hábitosOs indivíduos da espécie habitam florestas de galeria, mais especificamente sub-bosques. Ocasionalmente, ocupam áreas de florestas secundárias, próximas a cursos de água. São encontrados no nível do solo, entre a folhagem e vegetação densa, especialmente quando rica em samambaia (Blechnum brasiliense) e palmito-juçara (Euterpe edulis).[5] Por este hábito rasteiro de habitar a vegetação ripária do Cerrado[3] a espécie ocupa o nicho ecológico de pequenos roedores.[5] Só se encontra a espécie nas árvores quando ela precisou fugir de algum perigo.[7] Distribuição GeográficaA espécie é geograficamente restrita e ocorre no Distrito Federal, Formosa e sudoeste de Minas Gerais.[5] Mais recentemente foi registrada na Serra da Canastra, em Minas Gerais.[3] Ver tambémReferências
Ligações externas
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