Kwolek nasceu no subúrbio de Pittsburgh em New Kensington, Pensilvânia em 1923.[5] Seu pai, John Kwolek, morreu quando ela tinha dez anos de idade. Kwolek atribui seu interesse pela ciência a seu pai e pela moda a sua mãe, Nellie Zajdel Kwolek.[5]
Em 1946 obteve o grau de Química no Margaret Morrison Carnegie College da Universidade Carnegie Mellon.[6] Kwolek tinha o plano de ser médica e achou que poderia consegui-lo depois de obter o dinheiro suficiente a partir de um trabalho temporário no campo da química para poder se matricular na escola de medicina.[6]
Carreira na DuPont
Em 1946, Hale Charch, futuro mentor de Stephanie, lhe ofereceu um emprego na DuPont, em Buffalo, Nova York.[7] Hale lhe disse que retornaria em duas semanas, mas quando Stephanie disse que já tinha uma resposta de outro emprego, ele a contratou imediatamente.[6] O principal motivo para sua rápida contratação na época foi pela ida para a Segunda Guerra Mundial de grande parte dos homens da DuPont e de outras partes do país. Stephanie só manteve seu emprego depois da guerra por sua extensa pesquisa na área de polímeros.[8]
Inicialmente, Stephanie não pretendia ficar muito tempo na DuPont. Mas ela achou o trabalho interessante e preferiu continuar ao invés de tentar carreira na medicina. Depois de 9 anos na empresa, ela criou o Kevlar.[9] Em 1959 ganhou o primeiro de muitos prêmios, por sua publicação na American Chemical Society (ACS).[10][11] O artigo demonstrava uma maneira de se produzir nylon em um béquer em temperatura ambiente, que ainda é a base para muitos experimentos escolares.[12]
Kevlar
O Kevlar é sua maior invenção.[6] Em 1964, antecipando a escassez de gasolina, seu grupo começou a procurar uma fibra leve e forte para ser usada em pneus.[6] Os polímeros com os quais ela estava trabalhando naquele momento, poli-p-fenileno tereftalato e polibenzamida, formavam um cristal líquido em solução que precisava ser derretido a 200 °C (392 °F), produzindo fibras mais finas e menos rígidas.[6]
Como ela mesma explicou em um discurso em 1993:
“
A solução tinha uma incomum baixa viscosidade, era turva, com um aspecto opalescente e leitoso. As soluções de polímero convencionais são normalmente claras ou translúcidas e têm a viscosidade do melaço, mais ou menos. A solução que preparei para uma dispersão, mas totalmente filtrável por um fino filtro poroso. Era um líquido de soluçaõ cristalina, mas eu não sabia disso na época.[13]
”
Esse tipo de solução, normalmente, era jogada fora, mas Stephanie persuadiu seu técnico, Charles Smullen, a passar a substância por um spinneret (espécie de fiandeira) para testar a solução. Ela ficou maravilhada de descobrir que a nova fibra não se quebrava, como normalmente o nylon faria. Não apenas era mais forte que o nylon como também era cinco vezes mais forte que o aço. O diretor do laboratório logo percebeu o significado da descoberta e a área de química de polímeros logo se consolidou. Em 1971, o Kevlar foi introduzido no mercado.[6] As fibras de Kevlar, segundo experimentos de Stephanie, ficavam ainda mais fortes depois de aquecidas.[6]
O Kevlar é hoje usado em mais de 200 diferentes tipos de produtos, como botas de bombeiros, luvas de cozinha, revestimento de carros blindados, tênis, raquetes, skis, barcos, aviões, cordas, cabos, pneus e coletes à prova de balas.[3] Também é utilizado como revestimento de proteção em abrigos antibombas e locais protegidos de furacões ou tornados.[14] Até mesmo celulares possuem Kevlar.[15]
Ela esteve bastante envolvida em programas de avanço na ciência com crianças e adolescentes, especialmente meninas,[18] tendo criado vários experimentos escolares na área de química ainda em uso nas escolas dos Estados Unidos.[18]
↑Pearce, Jeremy. "Stephanie Kwolek, Inventor of Kevlar, Is Dead at 90: [Obituary (Obit); Biography]." ProQuest. New York Times, 1 June 2014. Web. 8 Nov. 2015.